LOBO MAL (parte 02)

“ Nessa hora bate uma certa aflição. O que usar ? Devo me montar de verdade ou algo mais natural ? Volto voando para casa ... “

Depois de penar muito, finalmente me decido quanto ao look. Depois do banho, escolho uma calça preta, estilo social, quase uma pantalona, mais apertadinha no bumbum, uma camisa slimfit de crepe branca com detalhes pretos, por baixo dela uma camisetinha de alcinha de algodão branca e um sapatinho preto de verniz e saltinho. Um make bem levinho, apenas ressaltando os olhos e a boca, para encerrar um penteado tipo samurai. Algumas olhadas no espelho para os detalhes finais, tipo brincos de argola, a argolinha no nariz, mantenho o do umbigo, pulseira e um colarzinho estilo gargantilha, tudo combinado entre si. Por desencargo, confiro minha unhas e finalmente acho que estou pronta. Ansiosa fico andando pelo apartamento feito barata tonta. Por sorte, estou de férias da faculdade.

Pouco depois das oito, o telefone toca, é ele avisando que chegou, digo que já estou descendo. Da portaria do prédio, ele me acena e vem ao meu encontro. Beijinhos de cumprimento, ele se adianta um pouco, me abre a porta do jipão. Isso junto com as flôres, mostra que de certa forma é um cara old school, o que me atrai bastante. Mais beijinhos de saudação, entro, ele fecha a porta.

- Esta linda, surpreendente mesmo !
- São seus olhos !
- Nada, você é linda mesmo !

Caimos na risada.

- Então, janta ou petiscos ?
- Ahhh, você que sabe !
- Essa resposta é meio complicada, não é ? (cai na risada)
- É ??? Sei lá !
- Hummmmm, alguma coisa leve então ...

Só um tempo depois me toquei da piada boba e ri sozinha, ele não percebe.

Depois de algum tempo, chegamos a uma “balada” transada nos Jardins, um desses “roof tops” que estão na moda. Tony vai direto ao estacionamento ao lado, em vez de entregar aos manobristas.

- Acho mais rápido e mais prático ...

Foi sua resposta ao meu olhar de espanto. Entramos de mãos dadas, nomes na recepção e vamos direto a uma parte mais reservada e nos sentamos. O jeito como o lugar é montado, acaba forçando que me sente ao lado dele, quase colada mesmo. E quando ele se senta e “esbarra” em mim, parece que um choque passa pelo meu corpo. Uma garçonete anota os pedidos; uisque para ele, caipiroska para mim. A conversa segue animada, sobre coisas da moda e tal, já que é praticamente nosso meio. As bebidas chegam, fazemos um brinde qualquer, meio sem querer, querendo qualquer coisa é desculpa para ele tocar em mim, nos braços, nas pernas e toda vez sinto tipo um choque. Ele sempre me olhando com aquele olhar de Lobo Mal. O telefone dele toca, ele pede licença e vai atender em outro lugar, quando volta se senta agora quase colado ao meu lado, o toque do corpo dele no meu e seu perfume (fantástico), provocam novo arrepio e penso comigo mesma, que dessa vez, vou quebrar uma regrinha simples minha, de nunca ir para a cama com alguém no primeiro encontro; as vezes, uns beijinhos e até um boquete pode rolar, mas ir para a cama, não. Mas vamos ver como a coisa anda.
A gente se conversando animadamente, mas o lance de ser tocada de tempos em tempos, começa a ter seus efeitos. Seus toques são sutis, quase carinhosos e quase podem ser considerados sem querer, casuais, mas não e, caramba, é bom demais, quase afrodisíaco, se existir um de verdade. Desconfio que estou até meio ansiosa e acabo com minha caipiroska rapidinho. Ele percebe, claro, e sem me perguntar pede outra.

- Assim vou ficar altinha !
- Acho que pode ser uma boa ideia ...
- Acha é ????
- Com toda certeza !

Rimos, mas dessa vez eu “encaro” o olhar de lobo mal, uma faísca parece passar por ele. Minha caipirinha chega, dou um golinho. Ele me olha divertido.

- Assim de canudinho vai subir mais rápido !
- Será ? Não faço ideia !
- Vamos ver !

Mais uma vez, caimos na risada. Mais conversa, mais risadas. Não sei se é o perfil da casa ou o quê, mas o dj começa a tocar umas musícas mais calmas, alguns casais na pista de dança. Começo a reparar nos casais dançando, não são muitos, mas o que me chama a atenção é que varios deles são formados por caras mais velhos e meninas bem mais novas, Tony desvia minha atenção.

- Se soubesse dançar te levava pra pista !
- Eu posso te ensinar ...
- Realmente, te vi dançando na festa, muito instigante ! Mesmo ...
- Não quer dançar mesmo ???????

Devo ter feito uma cara muito triste, pois ele se levanta, me puxa e vamos para a pista, música lenta, a gente se junta e começamos a dançar.

- Para quem diz que não sabe dançar, você é bem descolado, né ?
- Primeiro, dizem que se a parceira sabe dançar, basta deixar ela levar ...

Ele me puxa mais um tantinho para perto dele, um braço em minha cintura, outro nas costas, enrolo os meus em seus ombros e pescoço. A respiração quente dele, no meu pescoço me provoca uma sensação muito gostosa, e o perfume dele ? Caramba é bom demais, começo a ficar animada, não sei se ele percebe ou não, mas me aperta contra ele mais um tantinho. Ele meio que sussurra em meu ouvido.

- Esse seu perfume é absolutamente fascinante, na verdade, você é fascinante ... um perigo para caras como eu ...
- Eu, perigo ???? Como assim ???
- Sim, perigo ! Você é deliciosamente excitante e tem algo de muito sedutor ...

Se a intenção dele era criar um clima, colocar lenha na fogueira estava conseguindo.

- Desde a hora que vi você na produtora, sabia que precisava te conhecer melhor. Meninas como você são uma dádiva para caras como eu ...

Quando ele falou “... meninas como você ...” pareceu que um raio me atravessou, foi minha vez de aperta-lo contra mim, mais um tantinho e encosto a cabeça em seu ombro.
A mão que estava em minhas costas começa a me fazer carinhos suaves, pelas costas, pescoço, nuca, cabelos. Percebo que ele esta levemente ofegante. Quando levanto a cabeça de seu ombro acontece o beijo. Foi levinho, rápido e me afasto ligeiramente, tentando olhar seus olhos. E sim, lá esta ele, olhar de lobo mal, em chamas. Quase me penduro em seu pescoço e agora é minha vez de beija-lo. Mas não demora para ele mostrar quem é o alfa, o dominante naquela situação. Uma das mãos me segura pela nuca, seus lábios colam nos meus e sua lingua se enrosca na minha. Um beijo voluptoso, intenso, molhado e que em cada movimento mostrava que ele sabia muito bem como fazer. Terminado o beijo me afasto ligeiramente dele.

- Nossa, assim você me faz ficar sem fôlego !
- Sério que esta sem fôlego ? E o que mais te deixa sem fôlego ?
- Isso você vai ter que descobrir ...

E o beijo novamente, só que dessa vez eu que conto seus dentes com a lingua. No instante em que acaba o beijo, começa uma música mais acelerada, ele me leva para a mesa de mãos dadas. Na mesa, mais amassos. Minha caipirinha acaba, o uisque dele tambem.

- Quer mais uma ou gostaria de tomar outra em minha casa ?
- O que você achar melhor.
- Gostei da resposta.

Ele paga a conta, depois dentro do carro, ainda no estacionamento, mais amassos, eu totalmente no clima e morrendo de tesão, novamente o beijo e com muita vontade, mas dessa vez, não me contenho e toco seu pau por cima do jeans e nossa, o que percebo é agradavelmente surpreendente. Esta muito duro e parece não ser nada desprezível em tamanho, o que me anima muito. Novo beijo e vamos saindo do estacionamento, ele não me deixa tirar a mão de onde estava, um pensamento me ocorre, mas com aquela coisa entre os bancos não ia deixar acontecer. E seguimos o caminho. Tenho outra ideia, meio egoísta é verdade, mas ...

- Amor, não quer ir pra minha casa ? Tenho uns vinhos e tal ...
- Não é má idéia, o problema que ele esta impaciente !

Aperta minha mão contra seu membro, mas quando ele solta, tento alcançar o ziper da calça ...

- Juro que vou cuidar muito bem dele, Amor !
- Aposto que vai mesmo, se a amostra ja foi deliciosa ...

Uns minutos depois, ele estacionava o jipe na porta do prédio. Entramos e subimos o mais discretamente possível, mas sua mão em minha bunda era tipo, assim, um aviso do estado de espírito dele, para não dizer do tesão dele.

==> segue parte 03