O JARDIM SECRETO DE MARTA - Capítulo 3: A Intimidade do Cotidiano

O despertador não tocou, mas eu acordei com o movimento de Beto saindo da cama. O sol já estava alto, filtrando-se pelas persianas e iluminando Waleska, que dormia profundamente ao meu lado, um leve sorriso nos lábios. Ela parecia uma angelical, serena e satisfeita.
Beto se espreguiçou, seu corpo nu, uma escultura de musculatura definida à luz da manhã. Ele me olhou e sorriu.

- “Bom dia amor”

- “Bom dia meu dono” respondi, meu coração apertando de amor por ele.

Waleska mexeu-se e abriu os olhos. Ela pareceu desorientada por um segundo, até que a memória da noite anterior invadiu seu rosto, pintando suas bochechas de um rosa encantador. Ela sorriu, timidamente.

- “Bom dia” ela sussurrou.

- “Bom dia minha princesa,” - Beto disse, sua voz ainda rouca de sono - “Vou escovar os dentes”

- “Eu também,” - Waleska disse, saindo da cama com a agilidade da juventude.

Eu fiquei deitada, observando-os sair do quarto e entrar no banheiro da suíte. Era uma visão doméstica e profundamente erótica. Beto pegou sua escova e começou a passar a pasta. Waleska, completamente à vontade em sua nudez, sentou-se no vaso sanitário para urinar. Foi então que vi o olhar de Beto se desviar do espelho e se fixar nela. Seus movimentos com a escavação pararam. Waleska percebeu o olhar e, em vez de se encolher, ela se manteve.

- “Você quer ver?” - ela perguntou, sua voz carregada de uma curiosidade ousada e um sorriso encantador.

Beto não hesitou.
- “Gosto de ver. É íntimo. É real”

- “Você vê a mamãe fazer xixizinho?” - ela perguntou, inocente e provocante ao mesmo tempo.

Antes que ele pudesse responder, eu entrei no banheiro, atraída pela cena. Sorri, me aproximei de Beto e passei os braços em volta de sua cintura, me apoiando em suas costas.

- “Ele adora sim,” - eu disse, meu rosto próximo ao dele, observando Waleska pelo espelho - “Gosta de me ver de todas as maneiras. Não é meu amor?”

Beto apenas grunhiu em concordância, seus olhos ainda presos em Waleska.
Minha filha, então, com uma coragem que me deixou sem fôlego, abriu suas pernas um pouco mais, expondo completamente sua vulva, quase lisa e rosada, para a visão dele. Um filete dourado de urina jorrava estavelmente, e os olhos de Beto estavam absolutamente fixos no espetáculo íntimo, fascinado. O sorriso no rosto de Waleska era de pura felicidade, não por exibicionismo vazio, mas por ser admirada, por ser desejada em sua forma mais natural.
Quando ela terminou, limpou-se e levantou-se, como se nada de extraordinário tivesse acontecido. Beto finalmente voltou a escovar os dentes, e eu peguei minha escova para me juntar a eles. Escovamos os dentes os três na pia, como uma família qualquer, exceto pelo fato de estarmos todos nus e carregados de uma intimidade recém-descoberta que tornava tudo mais intenso.

O dia seguiu com uma normalidade surpreendente. Fomos a um shopping, almoçamos fora, rimos muito. Não houve sexo, não houve libertinagem explícita. Mas a tensão sexual estava sempre presente, em camadas sutis. Um tapinha no bumbum que Beto dava em ambas quando passávamos por ele; um selinho roubado entre mim e Waleska na frente dele, que o deixou com olhos ardentes; o modo como nos sentávamos sempre perto, sempre nos tocando. Era a beleza daquilo tudo: a vida normal era agora infundida com o erotismo. O comum tornava-se extraordinário.

A noite chegou depois de um jantar leve em casa. Estávamos cansados, mas felizes. Na hora de dormir, não houve discussão. Waleska simplesmente se aconchegou de um lado de Beto, e eu do outro. Ele deitou de costas, e nós duas repousamos nossas cabeças em seu peitoral largo, ouvindo as batidas estável de seu coração. Seus braços nos envolveram, nos puxando para perto.

Não fizemos sexo. Mas aquele foi um dos momentos mais conectados e sexualmente carregados da minha vida. Adormecemos assim, uma pilha de entrelaçamento amoroso, seguros e completos. O silêncio era nosso, o mundo era nosso, e o amor, inquestionavelmente, era nosso.