Estavam na sala de Clarice, ouvindo jazz e vendo a chuva cair sobre o jardim. Beto contava uma história engraçada sobre um cliente difícil, e Clarice ria, um riso franco e bonito que fez Beto calar de repente. Ele a olhou, não como seu amigo, mas como um homem que vê uma mulher. O silêncio que se instalou não foi constrangedor, mas carregado de uma eletricidade nova. Clarice sentiu o arrepio percorrer sua espinha. Sem uma palavra, Beto se levantou, aproximou-se dela, e a mão, firme, acariciou seu rosto. O toque foi como um fósforo em um rastro de gasolina.
O primeiro beijo foi lento, uma exploração cautelosa. Sabiam um tudo do outro, mas nada dos corpos que agora se entregavam. A língua de Beto encontrou a de Clarice com uma familiaridade surpreendente, como se sempre tivessem pertencido uma à outra. As mãos, antes acostumadas a gestos amigáveis, agora desvendavam curvas sob a roupa. A respiração ofegante preencheu a sala, abafando a música.
Beto a levou suavemente para o sofá, deitando-se ao seu lado. Sua boca deixou seus lábios e iniciou uma jornada lenta e deliberada pelo seu pescoço (uma área que Clarice nem sabia ser tão erógena). Seus beijos eram quentes, úmidos, e cada um deles arrancava um suspiro profundo dela. Suas mãos encontraram a barreira da blusa, e ele procurou seus olhos, pedindo permissão. Clarice, com os olhos escurecidos de desejo, apenas assentiu.
Ele desabotoou a blusa com uma paciência que beirava a tortura, expondo seu sutiã de renda. Sua boca então se fechou sobre o tecido, umedecendo-o, e Clarice arqueou as costas, gemendo baixo. Ele desfez o sutiã e, finalmente, sua boca encontrou um dos seios maduros de Clarice. Ele não sugou com voracidade, mas lambeu e beijou o mamilo até que ele ficasse duro como uma pedrinha, enquanto sua mão massageava o outro seio com igual devoção.
A jornada descendente continuou. Beto beijou sua barriga, seu umbigo, enquanto suas mãos desciam para a calça. Ao abri-la e puxá-la para baixo, junto com a calcinha, ele expôs toda a nudez de Clarice. Ele parou por um momento, apenas admirando-a.
- "Você é linda” - sussurrou, e a sinceridade na sua voz fez Clarice estremecer.
Então, ele se posicionou entre suas pernas. Seus dedos abriram suavemente seus lábios vaginais, e sua língua, quente e hábil, encontrou seu clitóris. Clarice gritou, seus dedos se enterrando nos cabelos de Beto. Era uma sensação que ela não experimentava há décadas, e nunca com tamanha precisão. Ele a lambeu com movimentos longos e lentos, depois concentrou-se no ponto exato de seu prazer, fazendo pequenos círculos rápidos. A linguagem oral de Beto era uma conversa íntima, um diálogo que levou Clarice a um orgasmo intenso e tremendo, que pareceu durar uma eternidade. Foi a confirmação de que aquela amizade tinha, definitivamente, mudado de natureza. A partir daquele dia, tornou-se um ritual diário, uma necessidade tão vital quanto respirar.