A luz da manhã filtrou-se suavemente pelas persianas do quarto, pintando listras douradas sobre o lençol de algodão que cobria meu corpo. Aos cinquenta e dois anos, cada despertar na chácara era uma bênção. O ar puro, o canto dos pássaros e a sensação de liberdade eram o antídoto perfeito para uma vida que, no passado, exigiu tanto dissimulação.
Sou Maria Carolina, mãe solteira de duas joias raras, Aline e Juliana. A vida me ensinou, a duras penas, que a felicidade muitas vezes reside na coragem de quebrar regras alheias.
Naquela manhã, porém, não foi o canto dos pássaros que me acordou. Foi a presença suave de Aline (minha caçula), sentada na beirada da cama. Seus olhos, da cor do mel, estavam sérios, cheios de uma determinação que eu reconhecia bem.
- “Mãe,” - ela sussurrou, sua voz um fio de seda rompendo o silêncio - “posso te pedir uma coisa?”
Eu me encostei na cabeceira da cama, puxando o lençol mais para cima.
- “Pode minha filha. O que foi?”
Ela respirou fundo.
- “Quero que o Beto me penetre. De verdade. E quero que seja na frente da ‘tia’ Lúcia”
O meu coração pareceu parar por uma fração de segundo. A naturalidade com que ela proferiu aquelas palavras era, ao mesmo tempo, um testemunho do ambiente livre que construímos e um choque para a mãe que ainda carrega os resquícios de um mundo mais conservador. Beto (meu namorado) era a âncora da nossa família não convencional. Um homem de coração aberto que aceitou e foi aceito por nós todas (eu, minhas filhas e Lúcia, minha amiga e amante de longa data).
- “Aline…” - comecei, buscando as palavras certas - “Você pode me dizer o motivo?”
Ela mordeu o lábio, um gesto de timidez que contrastava com a ousadia do pedido.
- “É que eu gosto da ‘tia’ me lambendo, você sabe. Mas eu gostaria de fazer ela lamber o esperma dele em mim, como ela faz em você mãe”
A imagem que suas palavras pintaram na minha mente foi tão vívida, pervertida e proibida, que uma onda de calor percorreu meu corpo. A cena era familiar, mas transferi-la para minha filha era um território completamente novo.
- “Ah filha,” – eu disse, tentando manter a voz calma - “mas você pensa nas consequências? Se ele transar com você, ou com a Juliana, sem proteção, há o risco real de uma gravidez”
Seu olhar não se desviou.
- “Ah mãe, deixa vai!”
A súplica era carregada de uma vontade pura, quase ingênua, que ia além do desejo carnal. Era sobre pertencimento, sobre experimentar uma plenitude que ela via e admirava em mim. E foi nesse momento que a porta do quarto se abriu sem ruído, e Lúcia entrou. Seus olhos verdes, sempre tão perspicazes, percorreram a cena num instante: eu na cama, o lençol agora levemente abaulado sobre meu colo, Aline com seu rosto corado de anseio.
- “Amiga,” - ela disse, sua voz um arrulho familiar e reconfortante - “acho que a Aline já tá falando com você”
Lúcia fez uma pausa dramática, seus olhos se fixando no lençol que eu, inconscientemente, apertava contra as pernas. Um sorriso safado e conhecedor curvou seus lábios.
- “Acho que você tinha essa idade, quando ficou grávida, não?”
A audácia da pergunta dela, combinada com o olhar intenso que sabia perfeitamente o efeito que me causava, foi como um choque. A safada viu, através do fino tecido de algodão, que eu estava encharcada. Ela não apenas percebeu minha excitação, mas leu meus pensamentos mais profundos: o turbilhão de preocupação, medo, mas também de uma curiosidade proibida e um voyeurismo latente que sempre fez parte de quem eu sou. Ela sabia que eu não estava pensando apenas nos riscos, mas na própria possibilidade, na imagem de minha filha grávida, redondinha e fecundada pelo homem que amávamos.
Um relato belo