Nada foi dito. Nenhuma troca de mensagem. Nenhuma piscada no corredor. Renato sabia separar as coisas. E Pedro, mesmo fingindo normalidade, estava sendo consumido por dentro.
Só que o silêncio não apagava o tesão. Pelo contrário. Cada vez que Pedro via Renato de camisa social, com aquela postura de macho mandão, o pau dele endurecia. Bastava ouvir a voz grave dando ordens no telefone, que Pedro começava a se remexer no banco, sentindo o cu esquentar.
Ele se odiava por isso. Mas também se amava. Porque só naquela submissão extrema ele se sentia completo. Só quando Renato o dominava, o usava, o calava com rola e comando, é que Pedro encontrava um sentido doente, mas verdadeiro.
Uma semana depois, quase no fim do expediente, Renato apareceu na garagem. Estava sério, com a camisa meio aberta e os olhos impacientes. Falou como se fosse só mais uma tarefa:
Chave do almoxarifado. Agora.
Pedro entendeu na hora. Levantou da mesa e seguiu. Quando chegou lá, Renato já estava dentro, a porta encostada. Pedro entrou e trancou, como sempre. O espaço era pequeno, abafado, com caixas empilhadas e o chão empoeirado. E aquilo só deixava tudo mais sujo — mais excitante.
Renato não falou nada. Só apontou pro chão. Pedro tirou a calça, ajoelhou de novo. De olhos fechados, abriu a boca e ficou esperando. Quase tremendo de tanta ansiedade.
Renato tirou o pau pra fora. Já duro. Enfiou direto, sem carinho, sem aviso. Pedro engasgou, tossiu, mas não parou. Segurou nos joelhos do outro, se mantendo firme, sendo fodido pela boca como se fosse só uma boca quente e disponível.
Renato metia fundo, usava a garganta dele como se tivesse direito. Pedro gemia abafado, deixando a baba escorrer. O cheiro do pau, o gosto do gozo seco de antes, tudo fazia ele sentir o corpo vibrar.
Quando Renato puxou ele pra cima e virou de costas contra a parede, Pedro já estava fora de si. Ajoelhou de novo, empinou a bunda e falou rouco:
Me fode. Por favor. Me usa.
Renato cuspiu direto no cu dele e começou a enfiar com força. Socava com raiva, com gosto, com domínio. A bunda branca ficava vermelha com os tapas. O som da pele se chocando, dos gemidos abafados e dos grunhidos de Renato preenchiam o almoxarifado.
Pedro chorava de prazer. Literalmente. O rosto molhado, os olhos fechados, e a rola dele jorrando sozinha, sem toque. Gozava só de ser usado daquele jeito. Só por sentir que era uma putinha bem treinada.
Renato gozou por dentro, segurando a cintura com força, enfiando até o fim, rosnando no ouvido de Pedro: Você é meu depósito de porra. Nada mais.
E Pedro sorriu. Sentindo o gozo quente escorrendo entre as pernas, enquanto o corpo inteiro tremia.
Ali, ajoelhado no chão, nu, sujo e vazio, Pedro entendeu: ele não queria ser namorado, nem amado.
Queria ser usado. Sempre. E cada vez mais.