Às 23h, o celular vibrou de novo. Outra mensagem de Renato:
“Você não terminou.”
Pedro congelou. O coração acelerou de novo. Ele nem pensou. Levantou. Desceu as escadas da pousada. O estacionamento estava vazio, exceto por um dos carros da frota da empresa — preto, com vidros escuros.
A porta de trás estava destrancada.
Pedro entrou e se ajoelhou no banco de trás. No escuro, a única luz vinha do painel dianteiro. Renato estava no banco do motorista, de óculos, camisa já meio aberta, cigarro aceso entre os dedos.
Ele não falou nada. Só puxou o encosto do banco da frente pra trás, recostando-se, deixando o espaço livre.
Pedro entendeu. Subiu devagar no banco de trás, virou-se de costas, abaixou as calças e se posicionou em cima do banco, com o cu exposto entre os dois bancos da frente.
Renato se virou, acendeu a luz do teto por dois segundos. Olhou. Sorriu com desprezo.
— Pronto de novo, igual um cachorro.
Pedro mordeu os lábios, a vergonha queimando e excitando ao mesmo tempo. Sentiu a mão de Renato bater forte na bunda. Depois, os dedos invadiram sem aviso, já acostumados com o caminho. Girou. Apertou. Cuspiu.
A rola veio de novo. Dura. Bruta. Entrou com força, sem anúncio. Pedro gritou abafado, socando o estofado do banco, a testa suando.
Renato metia com fúria silenciosa. O carro balançava. Os vidros embaçavam. Ele enfiava até o fim, gemendo entre os dentes, o rosto colado na nuca de Pedro.
— Você é meu esgoto. — sussurrou. — Só meu. Vai abrir esse cu pra mais alguém?
— N-não…
— Então geme mais baixo. Se alguém ouvir, não vai ser problema meu.
Pedro mordeu o braço pra abafar o grito. Estava gozando de novo sem tocar no pau. Um jato quente sujou o banco traseiro.
Renato segurou mais forte, meteu até gozar por dentro outra vez. Ficaram assim, ofegantes, por alguns segundos. Depois ele puxou o corpo pra trás, jogou Pedro de lado como se descarregasse um peso morto.
— Limpa esse banco. E desaparece.
Pedro limpou com a camiseta. Saiu do carro sem olhar pra trás. O cu escorria. O pau ainda duro. O peito batia forte, e o pior: feliz. Viciado.
Na segunda-feira, de volta ao escritório, Renato passou por ele no corredor. Não disse nada. Mas deixou uma pasta em sua mesa com um post-it colado:
“Pousada. Quarta. 19h. De coleira.”
Pedro sentiu a espinha gelar. Fechou os olhos. Sorriu. Já estava marcado. Já estava entregue. E ele não queria — não conseguia — dizer não.