A música tinha mudado.
Era uma batida mais lenta, quase hipnótica, que parecia sincronizada com os corpos ao redor. Rafael e eu estávamos encostados em uma das colunas de mármore branco do salão principal do clube, ainda nus sob nossos roupões pretos. Tínhamos acabado de sair da sala de espelhos, ainda ofegantes do prazer que se espalhava sob a pele como brasas acesas.
Foi então que senti.
Não vi. Não ouvi. Senti.
A presença de alguém familiar. Como um arrepio que sobe antes da brisa.
Me virei devagar. E lá estava ele.
Lucas.
Encostado no balcão do bar, camisa preta aberta no peito, calça escura, a mesma calma elegante no olhar. Mas havia algo diferente. Mais profundo. Como se ele soubesse exatamente onde estava e por que tinha vindo.
Ele nos viu. Sorriu.
Rafael foi o primeiro a se aproximar. Apertou a mão de Lucas como se reencontrasse um velho cúmplice. A troca entre os dois foi silenciosa, firme, respeitosa — masculina no melhor sentido da palavra.
Quando Lucas se virou para mim, seu olhar me percorreu como da primeira vez. Só que agora, ele já me conhecia nua. Já havia me feito tremer com a língua e as mãos. Já tinha me assistido gozar e desabar.
— Amanda — ele disse. Apenas isso. Como se o meu nome fosse suficiente para reacender tudo.
— Lucas. Você também é sócio?
— Fui convidado por um casal… Mas confesso que, ao entrar, esperava te encontrar.
Ele me ofereceu uma taça.
— Posso te roubar por alguns minutos?
Olhei para Rafael. Ele assentiu com um sorriso discreto, como quem me entrega o corpo — e o poder — mais uma vez.
Lucas me conduziu para uma sala lateral. Um ambiente menor, com uma cama baixa cercada por cortinas de linho branco. Iluminação dourada, morna, como se o tempo ali fosse líquido.
— Você está ainda mais linda do que eu lembrava — ele disse, deslizando os dedos pelo meu braço.
— E você ainda sabe me deixar sem palavras — respondi.
Ele se aproximou e encostou a testa na minha.
— Quero fazer tudo o que você quiser. Mas só se for agora, só você e eu. Sem cena. Sem platéia.
Meu corpo reagiu antes da mente.
Puxei-o pela camisa e beijei com a fome que guardei desde a última vez. E ele respondeu com precisão. Beijo firme, lábios quentes, mãos nas minhas costas, me colando ao corpo dele.
Me deitou na cama sem pressa. Desamarrou o meu robe. Não como quem despiu. Mas como quem revelou.
Seu olhar pousou entre minhas coxas como uma promessa.
— Posso? — perguntou, mesmo já sabendo a resposta.
Assenti.
Lucas se ajoelhou e começou a me beijar de cima para baixo. Primeiro o pescoço. Depois os seios, com beijos lentos, chupadas quentes e ritmadas. Até que chegou entre as minhas pernas e me devorou. Sem pressa. Sem piedade.
Fiquei arqueada sob sua boca, tentando me segurar, tentando não gritar. Mas não deu. Gozei. Rápido. Intenso. Um orgasmo quase involuntário. E ele continuou, como se quisesse extrair de mim todas as camadas de prazer possíveis.
Depois subiu pelo meu corpo e me penetrou devagar, com o membro rígido roçando em mim como se já estivesse ali antes mesmo de entrar. Eu envolvi suas costas com as pernas, e ele começou a se movimentar com precisão absurda.
Nossos corpos se conheciam. E se reconheciam.
Em algum momento, percebi uma sombra fora da cortina.
Rafael.
Não entrou. Não interrompeu. Apenas ficou ali, observando. Silencioso. Presente.
Lucas me olhou nos olhos naquele momento.
— Ele está ali, não está?
— Está.
— E isso te excita?
— Sim.
— Então me olha. E goza pra ele ver.
E eu gozei.
Como se fosse pela primeira vez com Lucas. Como se fosse o último orgasmo da noite. Como se Rafael, do outro lado da cortina, estivesse dentro de mim também.
Quando tudo terminou, Lucas me beijou a testa e sussurrou:
— Ainda temos mais o que viver.
Eu soube que era verdade.
Mas ali, naquela cama de linho branco, entre o silêncio e o suor, não havia pressa.
Só desejo. E um próximo capítulo que já se escrevia dentro de mim.
As aventuras em São Paulo, agora no Clube continuam. No próximo conto vou contar a minha experiência conhecendo o "Glory Hole". Não perca... E não esquece de votar e comentar nossos contos, ficamos agradecidos.