Hoje foi um dia daqueles. O Daniel me avisou de manhã que um irmão da igreja, o Caio, ia passar aqui em casa pra trazer uns panfletos do próximo retiro. Eu conheço o Caio desde antes de casar. Ele sempre teve esse jeito, sabe? Um olhar que parece atravessar a roupa, um sorrisinho que não diz nada mas promete tudo. Quando eu era noiva, ele me olhava assim, e eu sentia um arrepio, como se ele soubesse o que eu escondia. Nunca falou nada, nunca chegou perto, mas aqueles olhares... Meu Deus, eles me matavam. Hoje, quando ele chegou, o Daniel tava na garagem, consertando algo no carro, o barulho de ferramentas ecoando pela casa. Fiquei sozinha com o Caio na sala, e, caralho, diário, eu não tava pronta.
Ele sentou no sofá, com uma calça social cinza que marcava um volume que parecia gritar meu nome. O contorno da rola dele tava lá, descarado, grosso, pesado, como se o tecido fosse só uma provocação. Tentei não olhar, juro. Peguei os panfletos, fingi ler, mas meus olhos traíam. Eles caíam naquele volume, e eu sentia minha buceta melar, um calor subindo pelo pescoço, os mamilos duros roçando na blusa de algodão. Ele falava sobre o retiro, sobre os cultos, sobre “a obra”, mas o jeito que ele mexia as mãos, o jeito que ele se ajeitava no sofá, como se soubesse que eu tava olhando... Porra, era como se ele quisesse que eu visse. Não tinha nada direto, nenhum comentário, nenhuma palavra fora do lugar. Só aquele olhar, aquele meio sorriso, aquele volume que parecia pulsar sob a calça.
Eu me peguei imaginando ele se levantando, trancando a porta da sala, me encurralando contra a parede. “Para de fingir, Ana”, ele diria, a voz grave, enquanto abria o cinto e me mandava cair de boca. Eu imaginava o peso da rola na minha mão, o gosto salgado na língua, o cheiro dele misturado com o calor úmido da tarde. Imaginava ele rasgando minha saia, me virando de costas, enfiando aquele cacete grosso em mim, me fazendo gemer enquanto o barulho das ferramentas do Daniel abafava tudo. Minha buceta latejava, e eu apertava as coxas, tentando me controlar, mexendo nos panfletos como se minha vida dependesse daquilo.
Nada aconteceu. Ele entregou os panfletos, falou do culto de domingo, e foi embora. Mas eu fiquei lá, tremendo, com a buceta molhada, o coração disparado, tentando disfarçar quando o Daniel entrou, suado, com graxa nas mãos, perguntando se eu queria um copo d’água porque ele tinha entrado pra tomar. Eu sorri, disse que sim, mas por dentro, tava em pedaços. Tava pensando no Caio, no pau dele, no que eu queria fazer. E na culpa, sempre ela, me lembrando que sou casada, que sou da igreja, que sou uma fraude.
Na padaria, outro dia, tinha um cara novo no caixa, com uma calça jeans apertada que marcava um volume que me deixou tonta. Ele sorriu pra mim, entregando o pão, e eu imaginei ele me puxando pro depósito, me comendo contra os sacos de farinha, o cheiro de fermento misturado com o suor dele. No ponto de ônibus, tem um motoboy que sempre tá lá, com um short de tactel que não esconde nada. O pau dele balança enquanto ele mexe no celular, e eu fico olhando, disfarçando com o celular na mão, mas pensando em montar nele ali mesmo, no meio da rua, com o barulho dos carros ao fundo.
Hoje, depois que o Caio foi embora, eu sentei na varanda, o ar quente grudando a blusa na pele, e pensei: e se eu deixar a igreja? Agora que sou casada, não preciso mais agradar meus pais. O Daniel é devoto, mas ele não me controla. Ele não sabe que, enquanto ele consertava o carro, eu tava imaginando o Caio me fudendo na nossa própria sala. Talvez seja o momento. Talvez seja hora de largar essa máscara, de parar de fingir que sou a Ana perfeita. Mas pra onde eu vou? O que eu faço com esse tesão que não cala? Como eu transformo isso em realidade sem me destruir?
Eu quero sentir. Quero mais do que olhar, mais do que fantasiar. Quero um pau que me faça gritar, que me faça gozar até as pernas tremerem. Quero o Caio, com aquele volume que me fez perder o juízo. Quero o Lucas, com a calça bege que não esconde nada. Quero o Thiago, com a sunga molhada que me deixa louca. Mas o medo tá aqui, me segurando. Medo do Daniel descobrir, medo da igreja me julgar, medo de me perder de vez. Só que, caralho, o desejo é maior. É como uma onda que tá me puxando, e eu não sei se quero lutar.
Esses pensamentos me perseguem. No mercado, na rua, na igreja, em casa. Até na fila do banco, outro dia, tinha um cara com uma calça social que marcava tudo. Ele tava distraído, mexendo no celular, mas eu via o contorno da rola, grossa, pesada, e imaginava ele me notando, me chamando pro canto, me fudendo no banheiro do banco, com o barulho da porta trancada ecoando. Eu sei que é errado, que é pecado, que sou casada. Mas, caralho, eu quero. Quero sentir o calor, o peso, o gosto. Quero gozar de verdade, não só na minha cabeça.
Amanhã tem culto caseiro na casa da irmã Márcia. O Caio vai estar lá, com certeza, com aquele olhar que me desmonta. E eu? Vou estar olhando, imaginando, querendo. Mas talvez, talvez eu comece a planejar. Talvez eu encontre um jeito de fazer esse tesão virar realidade. Não sei como, não sei quando, mas tô cansada de só sonhar. Quero sentir, quero pecar, quero me perder. Quero um pau que me faça esquecer a igreja, o Daniel, a culpa.