O Daniel não entende. Ele chega do culto, todo empolgado, falando de sermões, de retiros, de como “a igreja sente sua falta, Ana”. Porra, a igreja não sente minha falta. Eles querem me controlar, querem que eu volte a ser a Ana quietinha, a esposa submissa. Mas eu não sou mais aquela menina de 19 anos que casou por pressão. Tô cansada de viver pra agradar os outros. Meus pais tão no meu pé, ligando toda semana, dizendo que eu tô desrespeitando o Daniel, que uma mulher cristã não age assim, que eu tô envergonhando a família. Mas eu sou adulta. Não preciso mais da aprovação deles. Não quero mais essa vida.
Por isso, tomei uma decisão: preciso ser independente. Não dá pra continuar dependendo do Daniel, da mesada que ele me dá, do teto que ele paga. Se eu quiser sair dessa, largar ele, largar a igreja, preciso de um trabalho. Então, arrumei um emprego. Sou recepcionista numa clínica no centro da cidade, um lugar chique, com paredes de vidro e cheiro de álcool gel. O Daniel foi contra, claro. Disse que mulher casada não precisa trabalhar, que meu lugar é em casa, na igreja. Mas eu bati o pé. Disse que não abro mão, que é minha vida, minha escolha. Ele cedeu, com cara de quem engoliu um limão, mas cedeu. Só que agora a igreja tá falando. Os irmãos tão cochichando, dizendo que eu tô rebelde, que não respeito meu marido. Meus pais ligaram ontem, de novo, me chamando de ingrata. Mas eu não ligo mais. Que falem. Que julguem. Eu não volto.
Por isso, tomei uma decisão: preciso ser independente. Não dá pra continuar dependendo do Daniel, da mesada que ele me dá, do teto que ele paga. Se eu quiser sair dessa, largar ele, largar a igreja, preciso de um trabalho. Então, arrumei um emprego. Sou recepcionista numa clínica no centro da cidade, um lugar chique, com paredes de vidro e cheiro de álcool gel. O Daniel foi contra, claro. Disse que mulher casada não precisa trabalhar, que meu lugar é em casa, na igreja. Mas eu bati o pé. Disse que não abro mão, que é minha vida, minha escolha. Ele cedeu, com cara de quem engoliu um limão, mas cedeu. Só que agora a igreja tá falando. Os irmãos tão cochichando, dizendo que eu tô rebelde, que não respeito meu marido. Meus pais ligaram ontem, de novo, me chamando de ingrata. Mas eu não ligo mais. Que falem. Que julguem. Eu não volto.
Hoje, no ônibus pro trabalho, aconteceu algo que me deixou em pedaços. Era cedo, o sol quente batendo nas janelas, o ônibus lotado, aquele cheiro de suor e perfume barato no ar. Eu tava em pé, segurando no corrimão, a bolsa apertada contra o peito, a saia justa marcando as coxas. O ônibus tava tão cheio que mal dava pra respirar, corpos colados, empurrões a cada curva. Aí eu senti. Senti um cara atrás de mim, o corpo dele roçando nas minhas costas. E, caralho, senti a rola dele. Dura, grossa, pressionando minha bunda, como se ele tivesse feito de propósito. Não vi o rosto dele, só o vulto de uma calça jeans e o calor do corpo dele contra o meu. Minha buceta melou na hora, um arrepio subiu pela espinha, e eu fiquei parada, sem me mexer, sem querer me mexer.
Ele não falou nada, não fez nada além de ficar ali, o pau duro roçando em mim a cada balanço do ônibus. E eu? Eu gostei. Gostei pra caralho. O calor da rola dele, mesmo por cima da roupa, era como uma promessa do que eu quero há anos. Minha buceta latejava, os mamilos duros roçando na blusa, o suor escorrendo pelo pescoço. Eu imaginava ele me puxando pro fundo do ônibus, levantando minha saia, enfiando aquele cacete grosso em mim enquanto o motor rugia. Imaginava ele sussurrando no meu ouvido, “Você quer, né, sua vadia?”, enquanto me fodia contra o banco, o barulho dos outros passageiros abafando meus gemidos. Eu apertava o corrimão com tanta força que meus dedos doíam, tentando não gemer, tentando não virar pra trás e ver quem era.
Quando cheguei na clínica, tava tremendo. Entrei correndo, joguei a bolsa na mesa da recepção e fui direto pro banheiro. Tranquei a porta, levantei a saia, puxei a calcinha pro lado e me toquei. Me toquei pensando naquela rola desconhecida, no peso que senti nas costas, no calor que me fez perder o juízo. Minha buceta tava tão molhada que escorria, o mel pingando nos dedos enquanto eu esfregava o clitóris, imaginando aquele cara me comendo ali mesmo, no banheiro, contra a pia. Eu gemi baixo, mordendo o lábio pra não fazer barulho, e gozei tão forte que quase caí. Minha pernas tremiam, o espelho embaçado com meu hálito, o cheiro do meu tesão enchendo o ar.
Depois, sentada na cadeira da recepção, atendendo pacientes com um sorriso falso, eu ainda sentia ele. Ainda sentia o calor da rola nas costas, o desejo queimando, a culpa me cutucando. Mas, a culpa tá mais fraca. Cada dia que passo fora da igreja, cada dia que me permito sentir esse tesão, ela perde força. O trabalho tá me dando um gostinho de liberdade. Pago minhas contas, compro minhas coisas, e, pela primeira vez, sinto que posso ser mais do que a esposa do Daniel, mais do que a filha dos meus pais, mais do que a irmã da igreja.
Mas o desejo não para. No ônibus, todo dia, eu caço com os olhos. Vejo caras com calças apertadas, shorts que marcam, volumes que me fazem salivar. Ontem, na volta do trabalho, tinha um cara no metrô, de pé, com uma calça social que desenhava o contorno de um pau que parecia implorar pra ser tocado. Eu imaginava ele me notando, me chamando pro canto, me fudendo contra a parede do vagão, com o barulho dos trilhos abafando tudo. No shopping, outro dia, vi um segurança com um uniforme que marcava tudo. Ele tava parado, braços cruzados, e o volume na calça era tão claro que eu quase tropecei. Imaginava ele me levando pros fundos, rasgando minha blusa, me comendo com força enquanto o rádio dele chiava.
Eu quero. Quero mais do que imaginar. Quero sentir o peso, o calor, o gosto. Quero ser encoxada de novo, quero um pau que me faça gritar, que me faça gozar até esquecer quem sou. Mas o medo ainda tá aqui. Medo do Daniel descobrir, medo dos boatos na igreja, medo de me perder de vez. Só que o tesão é maior. É como uma correnteza que tá me levando, e eu não quero mais lutar.
Amanhã, vou pro trabalho de novo. Vou pegar o ônibus, lotado, quente, cheio de possibilidades. Talvez eu sinta outra rola, talvez eu veja outro volume, talvez eu perca o controle de vez. O Daniel vai pro culto à noite, e eu vou ficar em casa. Ou talvez saia, pro shopping, pra rua, pra qualquer lugar onde eu possa sentir esse fogo. Tô planejando, diário. Não sei como, não sei quando, mas vou transformar esse tesão em realidade. Quero um pau que me faça esquecer a igreja, o Daniel, a culpa. Quero gozar de verdade.