O sol já começava a se inclinar no céu, tingindo os vidros espelhados dos prédios do Setor Bancário Sul com tons dourados e alaranjados. O movimento era intenso: homens de terno apressados, mulheres de salto atravessando as calçadas largas, carros e ônibus disputando espaço nas vias. João parou o carro próximo a uma das entradas discretas de um edifício antigo, com fachada marcada pelo tempo, mas ainda imponente. Ele desligou o motor, ficou um instante em silêncio, olhando para mim. Seu olhar misturava desejo contido e cumplicidade silenciosa — aquele entendimento íntimo que só nós dois compartilhávamos. Sem dizer muito, apenas colocou a mão sobre a minha coxa, apertando de leve, como um gesto de despedida e incentivo ao mesmo tempo. Quando abri a porta, senti o ar quente da rua me envolver, contrastando com o frescor do ar-condicionado do carro. Ajustei o vestido, sentindo a renda da lingerie roçar contra a pele, e comecei a caminhar em direção à esquina onde sabia que olhares curiosos e atentos me esperavam. Atrás de mim, no retrovisor, João ainda me observava, imóvel, enquanto eu me perdia na multidão, levando comigo a mistura de adrenalina e excitação que a noite prometia. A noite já caía sobre Brasília, e o Setor Bancário Sul ganhava um novo ritmo. Os becos entre prédios se tornavam mais silenciosos, enquanto, nas avenidas, o movimento diminuía e as luzes dos postes criavam sombras longas no asfalto. Eu segui caminhando, sentindo cada passo ecoar nos saltos finos, o vestido leve balançando a cada movimento, deixando escapar breves vislumbres da lingerie branca sob a luz artificial. O ar estava denso, com o cheiro de asfalto quente misturado ao perfume de flores vindo de um canteiro próximo. Num ponto estratégico, perto de uma banca fechada e de uma porta de vidro fumê, me encostei com naturalidade, como se fosse apenas esperar alguém. Mas meus olhos varriam o espaço, encontrando olhares rápidos de homens que diminuíam o passo. Eu sabia que João estava por perto, talvez parado na esquina oposta ou circulando com o carro, observando cada gesto meu, cada troca de olhar. Essa consciência me incendiava. Sentir-me exposta, mas protegida por ele; livre, mas dentro do nosso jogo silencioso. Um carro diminuiu a velocidade e parou a poucos metros. A janela se abriu devagar, revelando um rosto curioso e um sorriso insinuante. Dei um passo em direção à porta do passageiro, e antes de abrir, olhei discretamente para o lado, como quem procura uma última aprovação. Ali, à distância, a silhueta do carro de João estava imóvel, faróis apagados, mas eu sabia que ele me via. E com esse olhar invisível, ele dizia sem palavras: vai, meu amor… Entrei no carro devagar, sentindo o estofado morno sob minha pele e o ar impregnado com um perfume masculino forte, misturado ao cheiro de cigarro recente. O homem ao volante me lançou um olhar rápido, avaliando-me como quem mede um presente antes de desembrulhar. A porta se fechou com um estalo seco, isolando o som da rua. O motor ronronou, e começamos a nos afastar, cruzando ruas menos movimentadas, onde a escuridão era quebrada apenas por lâmpadas solitárias. A cada curva, eu imaginava João, talvez seguindo a uma distância calculada, talvez parado num ponto estratégico, imaginando — e desejando — cada detalhe que estava por acontecer. Meu acompanhante fez comentários curtos, mas seu olhar nos espelhos dizia mais que as palavras. Quando sua mão tocou minha coxa, senti o calor subir pelo corpo, e, ao mesmo tempo, uma pontada de prazer extra por saber que João, em algum lugar, estava mentalmente presente, acompanhando tudo com aquele misto de posse e entrega. Chegamos a um hotel discreto, de fachada simples, escondido entre prédios comerciais. O homem estacionou, saiu primeiro e me abriu a porta com pressa, como quem não queria desperdiçar tempo. Enquanto subíamos para o quarto, senti que o jogo só começava ali. O quarto era pequeno, mas limpo. Uma luz amarela suave caía de um abajur no canto, criando um ambiente intimista. A porta se fechou atrás de nós com um clique metálico, e o som pareceu marcar o ponto de não retorno. O homem tirou o paletó e o largou sobre a poltrona, os olhos fixos em mim como se estivesse decidindo por onde começar. Eu me sentei na beira da cama, cruzando lentamente as pernas para que o vestido subisse alguns centímetros a mais, revelando a renda branca. Quando a mão dele tocou minha nuca e me puxou para um beijo profundo, senti um arrepio percorrer toda a coluna. A pressão dos lábios, a respiração acelerada, o roçar de sua barba contra minha pele… A roupa foi se tornando apenas um detalhe dispensável. Meus movimentos se tornavam mais ousados, como se eu performasse não apenas para o homem no quarto, mas para aquele espectador silencioso e amado que me esperava lá fora. E quando finalmente me deixei deitar, olhando para o teto, pensei nele — no João parado no carro, imaginando cada toque, cada som, cada respiração… e sorrindo, porque sabia que tudo aquilo era dele também. O homem não perdeu tempo. Assim que me deitei, ele se posicionou entre minhas pernas, afastando-as com firmeza, sem pedir licença. Sua boca percorreu meu corpo como quem mapeia território, explorando cada curva, cada recanto, e arrancando de mim suspiros que ecoavam no quarto abafado. Ele queria tudo — e eu dei tudo. A renda branca logo foi deslocada, e senti o calor da língua dele, molhada e insistente, me provando sem pressa, como quem saboreia algo raro. Minhas mãos agarraram o lençol, e, ao mesmo tempo, minha mente via João, lá fora, imaginando cada movimento, cada som engolido pelas paredes finas. A pressão aumentou. As mãos dele apertavam minhas coxas, minha cintura, meus seios, como se quisesse deixar marcas de posse temporária. Depois veio o peso do corpo sobre o meu, o ritmo intenso, as investidas profundas, me fazendo arfar e perder o controle da respiração. Eu não lutei contra — me entreguei como se a entrega fosse a própria razão de estar ali. Ele me virou, me puxou pelos quadris, e me tomou por trás, os movimentos cada vez mais rápidos, mais duros, até que o som da pele contra pele se misturou ao meu gemido abafado pelotravesseiro. Senti seu corpo tremer, e o calor quente se espalhar dentro de mim — um jorro possessivo e final. Ainda ofegante, levantei-me devagar, ajustando o vestido e sentindo o líquido quente escorrer, lembrança física do que acabara de acontecer. O homem me entregou o pagamento sem formalidades, e antes de sair, me deu um último beijo na boca profundo, como quem sela um acordo silencioso. Desci as escadas sentindo o coração acelerar mais uma vez, não pela pressa, mas pela expectativa. Lá fora, o carro de João me esperava. Quando entrei, ele não disse nada; apenas pousou a mão sobre minha coxa e apertou, sentindo o calor e a umidade ainda presentes. Nossos olhares se cruzaram — e naquele instante, sabíamos que a noite ainda não tinha acabado. A rua do Setor Bancário Sul parecia ter mudado de tom quando voltei. As luzes agora eram mais intensas, as sombras mais marcadas, e o ar carregava aquela mistura de asfalto quente e expectativa noturna. Eu caminhava confiante, com o vestido leve balançando e a renda branca denunciando-se de vez em quando, como um convite silencioso. João, no carro parado à distância, sabia exatamente o que eu estava indo fazer — e isso o mantinha hipnotizado. Logo, outro cliente se aproximou: um homem alto, negro, de terno alinhado e perfume marcante, provavelmente algum executivo que saíra tarde do escritório. Seus gestos eram firmes, mas a voz baixa, quase tímida, revelava uma vontade de experimentar sem se expor. No elevador do hotel, sua mão já estava firme na minha cintura, e quando a porta se fechou no quarto, ele me pressionou contra a parede, beijando com urgência. Sua boca era quente, suas mãos grandes exploravam cada parte de mim com firmeza, como se quisesse memorizar minha textura. Quando finalmente me deitou, abriu meu vestido como quem abre um presente caro, apreciando a lingerie branca antes de me tomar com força. Eu sabia que João, lá fora, estava imaginando cada investida profunda, cada gemido abafado, sentindo-se dono do que outro homem usava naquele instante. Mal terminei e já estava de volta à rua, com a pele ainda quente, quando mais um cliente se aproximou era um rapaz jovem, moreno, jeans justo. O frescor da idade dele vinha acompanhado de uma fome quase inocente. Levou-me ao carro dele e, antes mesmo de arrancar, puxou-me para o colo no banco do passageiro. Seus beijos eram apressados, as mãos inquietas, como se quisesse tudo ao mesmo tempo. Ele se perdeu entre minhas pernas, me chupando com intensidade quase desesperada, enquanto eu segurava sua cabeça, guiando o ritmo. Quando me penetrou, foi rápido e ansioso, gozando com um suspiro curto, mas deixando em mim aquela sensação de ter sido devorada com desejo. Voltei para minha calçada e logo um senhor, grisalho e experiente, me recebeu no SUV preto. Falava pouco, mas sua mão já estava entre minhas pernas antes mesmo de chegarmos ao motel. No quarto, ele tirou a roupa devagar, como quem saboreia a antecipação. Me deitou de bruços, subiu sobre mim e entrou sem aviso, com um ritmo compassado, profundo, como quem tem controle absoluto. Sua respiração no meu ouvido, seus dedos firmes na minha cintura, tudo me deixava mais entregue. Ele não tinha pressa para gozar — e quando o fez, ficou ali, dentro de mim, por alguns segundos a mais, como se marcasse território.
Puta profissional não se cansa e eu segui para ouro programa na noite, um estrangeiro loiro, sorriso nervoso e olhar curioso. Ele me levou para um apartamento alugado, daqueles com cheiro de ambiente pouco usado. Era gentil, quase cuidadoso demais no começo, como se temesse me quebrar. Mas quando percebeu minha resposta, sua timidez se desfez. Me colocou sentada na beira da cama, tirou meu vestido e admirou minha lingerie como quem vê uma obra de arte. Depois, me penetrou sentada, segurando meus quadris e guiando meus movimentos. Eu o cavalgava olhando em seus olhos claros, sentindo seu corpo se tencionar até gozar com um gemido grave, abafado contra meu pescoço. A noite já estava avançada quando um homem calvo de óculos, me contratou. Sua calma escondia uma fome precisa. Me levou a um hotel discreto e, assim que entramos, me despiu por completo, fazendo-me ficar em pé diante dele enquanto me olhava de cima a baixo, como se estudasse cada detalhe antes de tocar. Seus dedos e língua exploraram cada parte de mim até me deixar arqueando as costas. Depois, me pegou deitada, de lado, penetrando devagar, alternando força e suavidade, prolongando ao máximo o momento. Quando gozou, foi dentro, segurando minha perna erguida, gemendo baixo. Saí de lá com as pernas trêmulas e a sensação de estar totalmente usada — e feliz. Quando voltei ao carro, João me olhou como quem sabe exatamente o que aconteceu em cada instante. Sua mão veio direto à minha coxa, subindo até sentir a umidade que ainda me marcava. Não trocamos palavras — só havia aquele silêncio pesado de desejo, antes dele arrancar o carro e me levar para o nosso final da noite, onde ele tomaria para si tudo o que eu havia vivido.
Mas naquela noite, o cansaço tomou conta. Eu estava exausta, o corpo dolorido de tantos programas, de tantos toques e gemidos. João percebeu de imediato. Sua mão ficou apenas na minha coxa, acariciando de leve, num gesto de cuidado mais do que de desejo. No banco de trás, minha bolsa repousava cheia — notas organizadas, o peso real de mais de seis mil reais que a noite tinha rendido. O cheiro de perfume masculino misturado ao meu ainda impregnava a minha pele, e João, mesmo sem me tocar mais, respirava fundo como se quisesse absorver cada vestígio. A cidade já estava silenciosa quando estacionamos. Ele pegou minha bolsa, conferiu o dinheiro com um olhar satisfeito e depois me entregou um copo de água. Não houve cobrança, não houve pressa — apenas aquele silêncio cúmplice que diz mais do que qualquer frase. Tirei os sapatos, subi para o quarto e me deitei com o corpo ainda quente e marcado. João ficou alguns minutos me observando, como se estivesse guardando aquela imagem para si. Naquela noite, ele não me pegou. Apenas me cobriu com o lençol e apagou a luz, deixando que o sono me levasse, enquanto ele ficava ao meu lado, guardião do meu descanso e cúmplice da minha entrega. Na manhã seguinte, o sol entrava tímido pela fresta da cortina, iluminando o quarto ainda com o cheiro leve de perfume e suor da noite anterior. Acordei devagar, o corpo descansado, mas ainda com uma lembrança física de tudo que tinha vivido. João estava sentado na beira da cama, com as mãos entrelaçadas, olhando para o chão. O som da respiração dele era
irregular, e só quando me movi percebi que seus olhos estavam úmidos. — João… o que foi? — perguntei, a voz ainda rouca de sono. Ele demorou para responder. Passou a mão no rosto, como se quisesse limpar o que sentia, mas não conseguiu. As lágrimas voltaram. Não eram de raiva, nem de arrependimento pleno — eram lágrimas de um peso silencioso, misto de desejo, orgulho e dor. — Eu transformei a minha esposa… em Puta… — disse, com a voz embargada. — Eu sempre soube que você gostava, que sentia prazer… e eu também… mas ontem, quando te vi voltando, cansada, com aquele dinheiro todo… foi como se eu tivesse te vendido para o mundo. Sentei-me ao lado dele e coloquei a mão no seu ombro. Ele não me olhou, continuou com o rosto voltado para baixo, como se encarasse um abismo íntimo. — João… — falei, suave — você não me transformou em nada. Eu sou o que sou porque quero. Ontem, cada momento, cada homem, cada toque… foi minha escolha. E no fim de tudo, eu voltei para você. Sempre volto para você. Ele respirou fundo, ainda com lágrimas nos olhos, e finalmente me olhou. Aquele olhar carregava algo que só nós dois entendíamos: a mistura de amor, posse, entrega e um certo tormento por alimentar um desejo tão fora do que o mundo aceitaria. Ficamos assim, em silêncio, por alguns minutos. Ele enxugando as lágrimas, eu acariciando seu rosto. Era um momento de
verdade crua entre nós — sem máscaras, sem fingir que não havia um preço emocional junto do prazer. João ficou ali, sentado na beira da cama, o rosto marcado pelas lágrimas que ainda insistiam em escorrer. A voz dele saiu baixa, quase um sussurro carregado de dor e medo: — Me diga a verdade... você vai continuar com isso? Com esses encontros? Eu o olhei nos olhos, firme, sem hesitar. Minha voz saiu calma, decidida, carregando a certeza que ele precisava ouvir, por mais difícil que fosse: — Sim, João. Eu estou gostando disso. Mais do que você imagina. E vou continuar, com ou sem o seu consentimento. Ele fechou os olhos por um instante, como se tentasse controlar o turbilhão de sentimentos que o consumia. Quando os abriu, havia ali uma mistura de arrependimento, amor e uma ponta de desafio. — Eu não sei se consigo... — admitiu, a voz falhando — não sei se consigo te perder assim, mesmo que seja só para o prazer. Aproximei-me e segurei suas mãos, apertando-as suavemente. — Você não vai me perder, João. Eu sou sua, mesmo que meu corpo queira explorar outras coisas. Meu coração é seu, sempre foi e sempre será. Isso não vai mudar. Ele respirou fundo, apertando minhas mãos de volta, ainda lutando contra o conflito dentro dele. O arrependimento não sumia, mas havia ali um fio tênue de aceitação, de entendimento.
— Então vamos tentar, — disse ele finalmente —, mas saiba que dói. Dói muito ver você Puta assim. — Eu sei. E vamos enfrentar isso juntos. Sempre. João me olhou nos olhos, aquela mistura de dor e amor ainda ali, mas agora com uma faísca de entendimento. Eu sorri, segura, com a verdade vibrando em mim. — João, eu adoro ser puta. Aquelas palavras saíram leves, firmes, carregadas de uma liberdade que só eu podia sentir. — Adoro cada instante, cada toque, cada entrega. Adoro porque é minha escolha, porque é parte de quem eu sou — e isso não diminui em nada o que sinto por você. Ele me puxou para perto, apertando minha mão com força, como se quisesse guardar aquela certeza dentro do peito. — Então que seja assim — respondeu ele, quase num sussurro —, porque eu te amo, do jeito que você é. E naquele momento, entre lágrimas, desejos e verdades, soubemos que o nosso amor era maior do que qualquer julgamento, maior do que qualquer medo. Era só nosso — intenso, único, e completamente livre.
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