Ela se aproxima, ainda com o vestido amarrotado, a calcinha úmida na bolsa, e me olha com aquele sorriso cúmplice. O olhar dela me atravessa: não há mentira, não há disfarce. Eu sei que foi fodida com força, que gozou repetidas vezes, que se entregou a eles como só ela sabe fazer. E isso não me fere — isso me alimenta.
Quando finalmente se deita ao meu lado, sinto na pele dela os rastros da noite. A língua de outro, o toque de outras mãos, o gosto do gozo que não é meu. Eu beijo cada centímetro como se estivesse degustando uma prova viva de que Sandra é desejada, de que pertence ao mundo, e ainda assim volta para mim.
É nesse instante que o tesão explode: enquanto ela me conta detalhes, enquanto sussurra no meu ouvido como a penetraram, como a fizeram gritar, como gozou sendo possuída, eu me masturbo ou a penetro com fúria contida, sabendo que dentro dela ainda existem os vestígios dos seus amigos. E quando finalmente gozo, não é só pelo corpo dela — é pela fantasia completa, pelo privilégio de ser espectador e cúmplice.
Porque, no fim, ser corno não é derrota. É viver no limite entre dor e prazer, é transformar ciúme em tesão, é saborear a mulher que é minha justamente porque escolhe, livremente, também ser de outros.