A vontade de ficar com Juan crescia dentro de mim a cada dia, tornando-se impossível de ignorar. Então resolvi abrir o jogo com meu marido. Falei com sinceridade sobre o que sentia — e ele, com a serenidade de sempre, apenas respondeu que tudo bem. Que a decisão era minha. A resposta do meu marido me deixou feliz, aliviada e, de certa forma, ainda mais livre. Juan continuava frequentando nossa casa como sempre, mas agora os olhares tinham outro peso, outra intenção. Tínhamos vários momentos a sós, principalmente quando meu marido ia colocar nossa filha para dormir. Não precisava dizer nada Juan já sabia que eu o desejava. Aquela cena no carnaval, quando abri as pernas e deixei à mostra meus grandes lábios depilados bem diante dele, havia deixado tudo claro. A partir dali ele passou a buscar cada vez mais proximidade, aproveitando qualquer brecha para tocar de leve meu braço, encostar a perna na minha no sofá, sussurrar algo mais íntimo no meio de uma conversa banal. E eu permitia. Provocava com olhares, com a escolha das roupas, com a maneira de cruzar as pernas ou deixar escorregar um pouco mais o decote. O jogo estava lançado — e ficava mais excitante a cada dia. Naquela época, meu marido viajava com frequência, e, sempre que isso acontecia, Juan se oferecia para me ajudar. Era ele quem me levava à escola da minha filha à tarde e nos buscava no fim do dia. Em algumas dessas tardes, ficava comigo em casa por mais tempo. Aproveitava o silêncio da casa vazia para intensificar as provocações se aproximava mais do que o necessário, deixava as mãos passearem discretamente pelo meu corpo. Até que, certo dia, não resistimos: nos beijamos na boca. Fiquei surpresa, claro, mas também tomada por uma excitação intensa. Gostei. Olhei nos olhos dele e pedi, quase sussurrando, que jurasse não contar nada ao meu marido. Ele apenas sorriu e assentiu. A partir dali os limites que antes nos contivemos em manter simplesmente deixaram de existir. Entre idas e vindas, olhares e toques, acabamos no quarto. Cada peça de roupa que caía no chão era como uma barreira sendo destruída. Eu sentia meu corpo se arrepiar inteiro, tomado por um misto de ansiedade e libertação. Juan me deitou na cama e percorreu minha pele com as mãos, como se quisesse decorar cada detalhe de mim. Eu tremia entre o medo e a vontade, mas quando ele me penetrou, tudo se dissolveu. Era intenso, inevitável, como se já estivéssemos destinados a chegar ali desde o primeiro olhar. O prazer foi arrebatador. Eu me entregava sem reservas, sentindo cada movimento, cada gemido, cada respiração ofegante. Ao mesmo tempo, no fundo da mente, havia a sombra de João. Não como culpa, mas como lembrança de que nada daquilo seria possível sem a liberdade que ele, de alguma forma, havia me concedido. Quando tudo terminou, fiquei deitada ao lado de Juan, o corpo suado, o coração acelerado, e um turbilhão de emoções dentro de mim. Desejo, alívio, medo, excitação — tudo misturado, impossível de separar. Fiquei sem saber o que fazer. Contar ou não para o João? O medo da reação dele me deixava insegura. Então resolvi testar o terreno: disse que tinha sonhado que estava transando com o Juan e que, no sonho, tinha sido maravilhoso. Ele riu, achou curioso, até divertido, e me perguntou com naturalidade: 'E você gostaria que esse sonho virasse realidade?' Fingi hesitar, mas confessei que sim, que estava pensando nisso… e que, na verdade, a vontade era enorme. Ele apenas assentiu com um olhar cúmplice, como se já soubesse de tudo e estivesse só esperando eu dar o próximo passo. João percebeu. Desconfiou, mas permaneceu em silêncio. Nunca foi de invadir minha intimidade respeitava meu espaço, mesmo nas entrelinhas. Nos anos seguintes, nossa vida tomou outros rumos. Mudamos de cidade, e, naturalmente, me afastei de Juan. O tempo passou, os caminhos se distanciaram, e só voltamos a nos encontrar muitos anos depois, como quem revive um capítulo antigo e bem guardado de um livro que ainda desperta calor quando folheado.
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