Noite sem fim

A penumbra do quarto é quebrada apenas pela luz suave que entra pela janela, delineando teu corpo como uma obra de arte proibida. Me aproximo devagar, sentindo o peso delicioso da antecipação. Quando nossos olhares se encontram, o ar se torna espesso, quase palpável. Em um instante, já não existe distância — apenas calor. Minhas mãos deslizam pela tua pele, traçando um mapa íntimo, e minha boca encontra teu pescoço. Teu suspiro treme, teu corpo cede, implorando silenciosamente por mais.

O mundo lá fora desaparece. Aqui dentro, só existe o som acelerado das nossas respirações e o pulsar intenso que nos guia. Te puxo para mim, nossos corpos colidem com uma fome antiga. O beijo é profundo, urgente, quase selvagem. Nossas mãos exploram territórios conhecidos e outros recém-descobertos, num jogo de toque e provocação que nos leva cada vez mais alto. Até que, no instante exato em que o silêncio se mistura ao gemido contido, nos deixamos levar pelo prazer que consome tudo.

O suor escorre, lento, sobre nós. Ainda ofegante, deixo meus dedos vagarem pela tua pele quente, sem permitir que o fogo se apague. Te olho e vejo um brilho que não é cansaço, mas desejo renovado. Me inclino, sussurro algo que te arranca um sorriso malicioso, e logo tuas mãos me puxam de volta. O calor retorna como uma onda avassaladora, e percebemos que a noite não acabou — apenas recomeçou.

A madrugada avança, e não existe mais espaço para freios. Te puxo com força, nossos corpos se encaixam perfeitamente, como se tivessem sido moldados um para o outro. O ar está pesado, carregado de promessas e perigo. Meus lábios exploram tua pele com sede, cada beijo mais profundo, cada toque mais ousado. A tensão explode em entrega total, e mergulhamos juntos num abismo de prazer onde já não sabemos onde termina o teu corpo e começa o meu. Quando finalmente nos deixamos cair, exaustos, a certeza é única: não será a última vez.