Farta do silêncio da villa, peguei no carro e guiei sem destino. acabei numa vila piscatória que o turismo ainda não tinha conseguido foder por completo. estacionei e andei pelo paredão. o cheiro a maresia e a peixe era tão forte que quase se podia mastigar.
Havia uma tasca, quase uma barraca, com um letreiro tosco: “o pescador”. lá dentro, um homem sozinho limpava o balcão. ele era o sítio. tinha a pele curtida pelo sol e pelo sal, rugas que eram mapas de tempestades e umas mãos que pareciam ter sido feitas de cabos de navio. devia ter uns cinquenta e muitos.
Sentei-me. ele não disse nada. apenas me olhou. um olhar que não pedia licença, que me avaliava como se avalia o tempo ou a maré.
- Uma cerveja, por favor.
Ele pôs o copo à minha frente com um baque.
- Uma menina fina como você, perdida por estas bandas? o seu jaguar avariou?
A a sua voz era como o roçar de conchas numa rocha.
- Só a passear.
Ele riu-se, um som que não chegou aos olhos.
- A passear o caralho. você está a fugir. tem cara de quem está farta de pau mole e conversa de merda. tem cara de quem precisa de um homem que cheire a trabalho e não a perfume francês.
O meu corpo inteiro incendiou-se. a minha cona deu um aperto doloroso.
- Você não sabe nada sobre mim.
- Sei que você está com a calcinha molhada só de eu estar a falar consigo. sei que o seu marido betinho está longe e você está com um cio que nem uma cadela.
Ele secou as mãos num pano, aproximou-se e inclinou-se sobre o balcão.
- Eu fecho daqui a meia hora. lá atrás, tenho uma arrecadação onde guardo as redes. cheira a peixe e a sal. se você quiser saber como uma mulher a sério é fodida, esteja lá. se não, beba a sua cerveja, pague e volte para a sua gaiola dourada.
Ele voltou ao seu trabalho, ignorando-me completamente.
Bebi a cerveja de um trago. o meu cérebro gritava para eu ir embora. a minha buceta gritava para eu ir para os fundos. a buceta ganhou.
A arrecadação era escura e húmida. o cheiro era avassalador. ele estava lá, à minha espera, já com o fecho das calças aberto.
- Demorou. estava com medo?
Ele não esperou pela resposta. agarrou-me, empurrou-me contra uma pilha de redes de pesca e beijou-me com a força de uma onda. a sua boca sabia a tabaco e a mar.
- Vamos ver se você é tão fina por dentro.
Ele rasgou o meu vestido, puxou as minha calcinha para o lado e enfiou-me os dedos.
- Puta que pariu… está a pingar como uma fonte. a pensar no meu pau de pescador?
Ele atirou-me para o chão de cimento.
- De quatro. quero foder-te como um animal.
Ajoelhei-me. ele entrou em mim por trás, uma estocada seca e brutal que me fez gritar.
- Grita, sua puta de luxo! grita para as gaivotas!
Ele fodeu-me com uma força primal, o seu corpo a bater contra o meu. cada estocada era um lembrete de que eu não estava no meu mundo de algodão-doce.
- O teu marido fode-te assim? ou ele pede com jeitinho?
Quando eu estava a chegar ao clímax, ele saiu.
- Ainda não. um pescador explora todas as enseadas.
Ele virou-me de barriga para cima, abriu as minhas pernas e olhou para o meu cu.
- Este buraco já viu um pau na vida?
- Sim...mas faz um tempo que não sou fodida ai...
- Os meninos de lisboa têm nojo. mas eu gosto de tudo o que é teu.
Ele cuspiu na sua mão e lambuzou o meu cu. a humilhação foi tão intensa que me fez gozar ali mesmo, sem ninguém me tocar.
- Olha para ela… a gozar só com a ideia de levar no rabo.
Ele forçou a entrada. a dor foi como uma faca, mas depois transformou-se no prazer mais sujo e profundo que já senti.
- Isso. sente o meu pau a encher o teu cu. o teu rabinho de madame, que só se senta em cadeiras de designer, a ser arrombado por um homem do povo.
Ele fodeu o meu cu com um ritmo lento e torturante. eu chorava, eu gemia, eu era dele. senti-o a inchar dentro de mim e ele gozou, um jorro quente que me preencheu por completo.
Ele saiu, ajeitou as calças e olhou para mim.
- Agora sai. e a cerveja são dois euros.
Vesti os meus farrapos e saí, a cambalear. deixei uma nota de cinquenta no balcão e fui para o carro.
Nessa noite, o meu marido me ligou.
- Olá, amor. tudo bem aí no paraíso?
- Tudo ótimo. o ar do mar está a fazer-me maravilhas. - respondi, enquanto sentia o meu cu a arder e um sorriso a espalhar-se pelo meu rosto no escuro.
Votado ! Gostei de ler... A ter sido real, por vezes acontece !