SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 67
Não é que eu esteja criando uma tragédia shakespeariana. Uma pessoa, para quem contei essa história tempos depois, já me perguntou o porquê de eu ter sofrido tanto, se comparado com a traição da minha primeira esposa, a Fernanda. E até hoje eu não sei responde a essa pergunta. Certamente não foi por causa da humilhação dela ter me traído. Talvez tenha sido por ela ter quebrado as promessas que fizemos um para o outro. E eu também desconfio que o amor que eu sentia pela Manú era infinitamente superior a tudo o que já senti pela Fernanda.
Saindo de casa, eu me lembro de entrar no meu carro. Depois disso não me lembro de mais nada. Tudo virou um borrão. Dizem que, quando acontece um nível desses de decepção, é o coração que se parte! Mas era meu corpo inteiro que doía! Eu estava humilhado, magoado e completamente destruído. Não me recordo de ter ligado o carro, de ter saído do condomínio e nem por onde passei. Eu sei que quando voltei a mim estava dirigindo em uma auto-estrada e vi a placa dizendo que era a última saída antes do pedágio e, quase num susto, peguei essa saída e encostei o carro logo em seguida. Estava escuro e passava das 19h30mim (até hoje não imagino por onde andei nessas duas horas e meia que perdi da minha vida). Só então a ficha caiu para mim e comecei a chorar descontroladamente. Por mais que tentasse, eu não conseguia parar de chorar. Eu chorava de soluçar, por dentro e por fora. Parecia que eu estava em um pesadelo, só que infelizmente aquilo era real. Então um brilho no painel lateral do carro me chamou a atenção. Era meu telefone celular recebendo uma ligação em modo silencioso. Era a Manú me ligando e eu recusei a atender. Haviam outras 52 ligações dela. Nessa hora passaram ao meu lado dois enormes caminhões e eu deles buzinou para mim. Foi então que tentei me acalmar e resolvi sair dalí. O lugar era escuro e perigoso. Eu precisava ir para algum outro lugar, entretanto não queria conversar e nem ver mais ninguém. Então resolvi ir para um hotel. Botei uma música para tocar bem alto, com a intenção de me distrair e não pensar nela (como se isso fosse funcionar). Dos alto-falantes do carro comecei a ouvir os acordes iniciais de “Send Me An Angel”, da banda Alemã “Scorpions”. Coloquei o carro em movimento e vi a placa de retorno para São José dos Campos. Foi só aí que identifiquei onde estava. Eu estava na Rodovia dos Tamoios, no sentido litoral. Meu telefone vibrou novamente e eu o joguei para o banco traseiro do carro e voltei para São José dos Campos. Quando eu parei o carro na entrada do hotel em que o pessoal da empresa costumava ficar, e que era também onde eu levava meus clientes, foi que percebi o quanto eu era burro, pois ali seria um dos primeiros lugares onde me procurariam. Eu precisava de espaço e não queria conversar com ninguém, foi então que me lembrei que há uns meses atrás fui fazer um serviço em um supermercado, próximo a um hospital na cidade vizinha de Jacareí e o técnico que estava comigo comentou que o hotel em frente a esse mercado era muito escondido. E foi para lá que eu fui. Estacionei o carro nos fundos do hotel e pedi um quarto. Para mim só existia injustiça no mundo. Acabei bebendo tudo que tinha álcool da geladeira do quarto e fui me deitar. Me sentei na cama e acho que apaguei antes mesmo da minha cabeça encostar no travesseiro. Acordei no outro dia com uma tremenda ressaca. Apaguei por mais de 15 horas. Eu nunca havia bebido daquele jeito e, apesar de beber até cair tenha funcionado e ajudado a dormir naquela noite, eu não estava disposto a fazer aquilo outra vez. Passei o restante do dia rolando de um lado para o outro da cama, dormindo e acordando, sem ânimo para mais nada. Só lá pelas 18 horas que resolvi me levantar, pois meu estômago estava doendo de fome. Já fazia mais de 24 horas que eu não comia nada. Eu havia saído de casa só com a roupa que estava no corpo (tênis, bermuda e camiseta). Saí do hotel e fui para uma barraca de lanches e pedi um sanduíche para viagem. De lá fui ao supermercado e comprei alguns itens de higiene pessoal e voltei para o hotel. Mas, antes de entrar no quarto peguei meu telefone no carro. Parecia que meu telefone havia sofrido algum ataque cibernético, pois além das mais de 120 ligações perdidas e de centenas mensagens da Manú (justo ela que não me telefonava ou me mandava qualquer tipo de mensagem há mais de um mês), ainda haviam ligações de diversos amigos, além do Zé Renato e da Millene. Pelo visto a Manú estava tentando me localizar através desses amigos e, com isso, deixando todos preocupados. Achei bem feito para a Manú, que agora sabia a preocupação que eu senti em todas as vezes que ela saiu nos últimos meses, quando ela não atendeu aos meus telefonemas e não me deu qualquer satisfação. Eu estava muito puto e louco para socar alguém ou alguma coisa. Eu tenho por princípio sequer encostar a minha mão em mulher, então não faria qualquer coisa física contra a Millene, mas, se naquele momento o Zé Renato aparecesse na minha frente ele iria apanhar muito. Eu iria para cima dele com tudo e não teria dó. Se aquilo tivesse ocorrido em outros tempos eu teria ido atrás daqueles dois, chegaria na casa do Zé Renato e destruiria tudo lá. Só sairia dali direto para a cadeia e o meu irmão para o cemitério. Por sorte (ou azar) esses foram outros tempos e eu já havia dominado aquele monstro violento que vivia dentro de mim. Entretanto, a decepção com a Manú foi tanta que, por causa dela eu estava disposto a largar minha casa, minha vida, meu trabalho e meus amigos. E foi justamente isso que decidi fazer! Eu iria sumir no mundo. Não tinha idéia de para onde eu iria ou o que faria. Sabia apenas que não ficaria mais ali. Por mim eu pegaria o primeiro ônibus ou avião que encontrasse e sairia daquele lugar imediatamente. Porém eu não poderia fazer aquilo, pois ainda tinha algumas coisas para resolver. Bem, antes eu precisava conseguir algumas roupas. Eu não voltaria mais para aquela casa enquanto a Manú estivesse lá. Por sorte eu conhecia um local em que poderia comprar algo para vestir. Era a loja de um conhecido, que fazia até ajustes nas peças de roupa na hora que você estava comprando. Busquei na internet e vi que a loja abria às nove horas da manhã. A bateria do telefone estava fraca, com menos de 8% de carga, e eu não tinha carregador, então fiz somente uma ligação, para a minha secretária. E disse para a Carmem que, na segunda-feira, eu só chegaria ao escritório depois das 10 horas. Ela começou a me questionar, disse que a Manú havia ligado chorando e perguntando se ela sabia onde eu estava. Eu só disse para a Carmem que depois conversaríamos e que de forma alguma eu falaria com a Manú. Depois desliguei o telefone para poupar a bateria. Mal dei duas mordidas no sanduíche que comprei. Eu não conseguia imaginar como a Manú deixou se levar para entrar naquela situação. Justo ela, que não dava margem nenhuma para qualquer homem que tentasse se aproximar dela, ceder totalmente e acabar se entregando à luxúria com a Millene e o Zé Renato. Será que ela estava entrando em uma fase de querer experimentar coisas novas, como o Anderson havia dito, ou foi seduzida nas centenas de horas de conversa que teve com a minha cunhada. Ou será que meu irmão e a Millene se aproveitaram da fragilidade da Manú para seduzi-la. Bem, agora isso não importava mais para mim. O que eu tinha certeza era que, enquanto estive com ela, nunca senti a menor necessidade de procurar outras mulheres, nem mesmo sequer olhei para outra mulher na rua. Me questionei em como não vi o que estava acontecendo bem na minha frente. Me lembrei da conversa que tive com a Manú no dia da festinha de noivado do Nunes com a Carmem. Quando cheguei em casa e fui lavar o chão do pavimento térreo e a Manú veio falar comigo. Pelo que a Manú me contou, ela transou com a Millene, pela primeira vez, no dia seguinte a isso e acho que, nesse dia ela pretendia me contar o que queria fazer. Certamente ela foi para São Paulo, no dia seguinte ao que eu lavei o piso de casa, já com tudo aquilo acertado e veio falar comigo naquele dia para contar que iria me botar um belo para de chifres, mas não teve coragem. Isso só aumentava a minha raiva e a intensidade da traição. Eu li em algum lugar, não me lembro onde foi, que viemos para esse mundo para sofrer. E que, é através do sofrimento, da dor e das provações que nos tornamos seres melhores e mais evoluídos. Com certeza comigo iria acontecer justamente o contrário. Na minha vida toda eu tentei melhorar, ser mais amável e prestativo. Só que agora não tinha mais vontade nem de conviver com as pessoas, quanto mais ajudar alguém. Daquele dia em diante eu não seria cruel, pois não está na minha índole, mas que ninguém esperasse de mim algum gesto gentil. A Manú literalmente já havia me dito, por mais de uma vez, que não queria mais ficar casada comigo e agora ela iria conseguir isso, pois agora era eu que não queria mais ficar com ela, depois dela jogar nosso casamento na lata do lixo, me traindo daquela forma. Foi muito triste ficar naquele quarto, pois as horas não passavam. E eu tinha plena consciência que os próximos dias seriam os piores da minha vida. No dia seguinte (segunda-feira) fui tomar café na barraquinha de lanches, pois era proibido o acesso ao refeitório do hotel de bermuda e camiseta e essa era a única vestimenta que eu tinha. E eu estou lá tomando meu café tranquilamente quando ouço uma voz feminina gritando o meu nome. Procuro quem é e vejo a Dra. Vanessa chegando lá. — Beto, seu sumido! Tô sentindo muito a sua falta nas aulas de tênis. — Oi moça, tudo bem? Me levantei, lhe dei um beijo no rosto e fomos tomar café juntos. — Eu devo estar faltando muito mesmo, para até você, que quase nunca vai, estar sentido a minha falta. — Nossa Beto, você está muito magro. Está com alguma doença? — Não, é que a minha vida tá uma loucura... — Então deve estar igual a minha. Emendei dois plantões, um de 12 horas e o outro de 24. Vou ver se durmo um pouquinho e às 18 horas e já vou trabalhar de novo. Essa residência médica está me matando! Além de ser puxado, me pagam tão pouco que nas folgas tenho que fazer esses bicos para me manter. — Eu imagino como seja. E vocês mexem com vidas, né... — Verdade... E o que você está fazendo aqui a essa hora? — É complicado... eeeuuu estou me separando... tô meio que me escondendo da Manú. — Quer dizer que o Betão vai voltar por mercado... só não invisto em você porque não tem como concorrer com a Manú... e também eu tô sem tempo pra nada... se você inventar de me levar para a cama eu durmo. Rimos e conversamos por mais algum tempo. Ela foi embora para sua casa e eu para a loja de roupas. Acabei comprando tudo lá mesmo: um par de sapatos, duas calças, quatro camisas, um cinto, uma gravata, algumas meias e até cuecas. Enquanto a costureira estava fazendo alguns ajustes, eu atravessei a rua, fui em uma banca de revistas e comprei um chip pré pago de telefone celular e um carregador para o meu aparelho. Ali mesmo troquei o chip no meu aparelho, fiz o cadastro usando o CPF do meu primo Lucas (eu, ele e o Bidu fomos juntos para fazer o CPF e só mudam quatro números de uma para o outro, então tenho esses números decorados) e na própria banca coloquei 50 reais de crédito (era o dinheiro que me restava na carteira). Depois voltei para a loja, já vesti uma das roupas, para ir direto para o escritório e fui pagar. Até respirei fundo nessa hora, pois meu cartão de crédito era o da conta conjunta com a Manú. Dei um foda-se, afinal o que seriam três mil reais em troca de todo o dinheiro que eu havia colocado naquela conta.
Cheguei ao escritório e a Carmem já foi falando: — O que houve Beto? A Manú está desesperada! Me ligou ontem te procurando e me deixou preocupada. Hoje, quando cheguei para trabalhar, ela já estava lá embaixo, te esperando, e só foi embora depois que eu a avisei que você chegaria mais tarde. Depois disso, ela está me ligando de cinco em cinco minutos. Até a simples menção do nome da Manú já me doía. Achei incrível a Manú estar me procurando. Pensei que ela estaria soltando fogos de tanta felicidade por eu ter ido embora. Foram tantos meses que eu fiquei correndo atrás e cuidando dela e com ela praticamente me ignorando, me humilhando e me evitando esse tempo todo. Se eu soubesse dessa reação teria chutado muito antes o pau da barraca. Tentei, mas não consegui que meu tom de voz não saísse exasperado: — Pois, se ela ligar, diga que eu não estou e não tenho previsão de voltar! Na realidade, não estou para ninguém hoje... Sim, esqueci, esse é meu novo número de telefone, você pode me ligar, mas não passe para ninguém. — Peguei o bloco de notas dela e escrevi o número do chip pré-pago que havia acabo de comprar. — Mas Beto... Nem esperei a Carmem terminar a frase, entreguei o papel para ela com o numero do telefone e já entrei na minha sala e fechei a porta. Escrevi minha carta de demissão, agradecendo a todos, dizendo que a equipe era ótima, que nem sentiria a minha ausência e sugeri que o Nunes ficasse no meu lugar, gerenciando a filial. Fiz uma revisão rápida do texto e já enviei, sem nem pensar muito. Gerei uma cópia assinada digitalmente e a enviei também, por e-mail, para todos os meus chefes e para todos os membros da diretoria. Pela primeira vez na vida eu sequer havia planejado o que iria fazer em seguida. Eu ainda estava tonto, só queria sair dali e buscar um novo objetivo nessa vida. Mas, se uma coisa eu tinha certeza era que não iria mais continuar trabalhando ali. No capítulo anterior eu citei o escritor Lewis Carroll e vou ter que citá-lo novamente. Onde, também no livro “Alice no País das Maravilhas” ele escreveu que: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. Eu não estava só morrendo de ódio, eu estava de luto. Além de ser uma guerra solitária, o luto enlouquece as pessoas. Podia ser que eu estivesse fazendo uma loucura, quem sabe! Mas para preservar a minha saúde mental eu precisaria ficar um tempo longe. Minha intenção naquela hora era fugir para um lugar onde não seria nunca mais encontrado. Eu queria ir embora do escritório antes da Manú chegar, mas não consegui, pois quando abri a porta da minha sala ela estava sentada na recepção. A Carmem me olhou constrangida e falou baixinho: — Ela se plantou aí e disse que viu o seu carro lá embaixo e que só sairia depois que falasse com você. Voltei para dentro da minha sala e pedi para a Carmem que mandasse a Manú entrar. Fiquei em pé, me encostei na mesa, cruzei os braços e a esperei entrar. Eu estava sentindo uma dor indescritível e a minha vontade era a de perguntar para a Manú se ela havia trazido uma faca ou um revolver para terminar o serviço de acabar comigo de uma vez por todas. Ela entrou na sala e foi chegando perto de mim, enquanto falava: — Eu estou tentando falar contigo já há um tempão... Quando ela estava a uns dois passos de onde eu estava, eu estiquei um dos braços na frente do corpo, com a mão espalmada, e falei de forma firme: — Não chega perto de mim! Ela parou. Dava para ver claramente que ela estava muito apreensiva. E, desviando o olhar, ela me falou com a voz embargada: — Eu estraguei tudo... eu não quero te perder... Não falei nada, só fiquei encarando ela. Eu estava muito revoltado... cansado, zonzo, esgotado e não conseguia me concentrar em nada. Mesmo àquela distância dava para ver que seus olhos estavam inchados e vermelhos de tanto chorar e ela não conseguia olhar nos meus olhos. Mesmo assim ela continuou falando, séria, tensa e escolhendo as palavras com cuidado: — Eu estou implorando! Nunca fiz isso antes... Eu queria ter sido mais forte. Eu estava com tanto medo e tão envergonhada por tudo aquilo... eu não queria perder você, e via que não estava melhorando com o tratamento... e ainda tinha a culpa, o medo e a vergonha que eu sentia... que só aumentavam. Eu me culpava, me sentia como um objeto, tinha pesadelos e era como se tudo estivesse desmoronando à minha volta. Eu saia para beber, para dançar, mas aquilo só me distraía naquele momento. Daí, quando a Millene falou daquilo... do seu tratamento... cada fibra do meu ser dizia que era errado. E ela foi insistindo, me envolvendo, dizendo que iria me ajudar. Ela falava isso todos os dias. E eu estava tão assustada, com medo de te perder e eu queria voltar a ser a mulher que você aconteceu antes, que acabei aceitando... As lágrimas jorravam de seus olhos e ela continuou falando: — Beto, diz alguma coisa! Manda pelo menos eu me foder... Tive que me segurar muito para não enxotá-la dali da pior forma possível. Tive que respirar bem fundo antes de falar: — Você quer discutir relação agora!!! Justo agora que não existe mais relação! Pois vou falar francamente! Sabe Fernanda (fiz questão de chamá-la novamente de Fernanda para ela ver como a nossa relação havia mudado), eu nunca tive um caso. Estou longe de ser um cara perfeito, já fiz muita coisa errada nessa vida, mas nunca te traí. Eu nunca sequer me imaginei com outra pessoa. Eu nunca faria uma coisa dessas com você... o que você fez é imperdoável. Isso me destruiu... acabou comigo! Nós tínhamos algo tão especial... você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Mas depois disso, depois de você foder com a minha cunhada e o meu irmão... eu não posso continuar e nem quero saber das suas explicações. Você deveria ter conversado comigo antes de me trair. Agora não precisa mais. — Você não pode jogar tudo o que construímos fora! — Eu sempre soube que você era boa de mais para mim... acho que aceitaria qualquer coisa que você me pedisse, mas traição não... você me magoou de verdade! Isso dói muito! O que vivi ao seu lado foi um sonho. Só não dá mais! Eu já sofri demais, me humilhei tudo que podia aguentar, na esperança de que você melhorasse e, sinceramente, depois do que você fez, eu não consigo... (respirei fundo e tentei baixar o tom da voz antes de continuar). Sei que no futuro acabarei sendo uma pequena lembrança para você... algo que desaparecerá com o tempo. Eu sempre achei que você me trocaria por algum cara lindo ou algum cara rico ou até por alguém famoso... tenho consciência que lá fora existem milhões de caras melhores que eu! Pena que durou tão pouco e terminou desse jeito. — Beto não fala isso. Eu te amo! Dá uma chance pro nosso casamento.... Ela se aproximou um pouco e eu gritei, fazendo ela se afastar novamente: — Que casamento Fernanda?!?! Cadê a sua aliança? Olha para o seu dedo! Acho que você não tem noção do que fez comigo! Nosso casamento acabou no momento em que você me traiu... traiu a minha confiança. Traiu esse otário que... Nessa hora ela começou a chorar mais alto. E ela falou quase gritando: — Sei que não te mereço mais. Eu só peço que me perdoe e volte para casa. Eu não posso te perder! Eu não seria mais aquele garoto bonzinho com ela. Havia apanhado tanto e o impacto dela ter me traído de forma tão covarde havia me mudado. E, mudado para pior. Falei mais alto que ela, quase gritando: — Voltar para casa!?! Nunca mais! Você pode gritar e fazer o escândalo que quiser! Semana que vem há essa hora eu vou ter sumido nesse mundo, vou estar bem longe daqui... Vou sair de sua vida de uma vez por todas, como você queria há muito tempo! Finalmente você vai se ver livre desse peso que você carrega (apontei o dedo para mim) e viver feliz... vai poder participar das suas festas e orgias sem se preocupar nem em voltar pra casa... não vai ter mais um otário lá te esperando... pois ele vai estar o mais longe possível daqui... Nessa hora ela pareceu mais assustada ainda e falou desesperada: — Você vai embora... se demitiu da empresa que criou?!? Você é um excelente chefe e a sua equipe te ama e te segue até para o inferno! — A empresa deixou de ser minha no momento que a vendi. Eu sou só um empregado aqui e me demiti (peguei a minha carta de demissão, que estava encima da mesa e a joguei para onde a Manú estava)... Tenho muito orgulho da minha equipe e ela se sairá bem sem mim... assim como você. Passar bem Fernanda. Falando isso eu fui saindo. E ela entrou na minha frente para me impedir. — Beto, não faz isso! Você nunca desiste... nunca faz nada por impulso. Você pensa, estuda, se prepara e encara qualquer coisa que vem pela frente... é uma das qualidades que me faz ser apaixonada por você... Por favor, me perdoa... Com um tom de voz seco eu perguntei: — Tá bom Fernanda! Eu confiei cegamente em você, mas eu me enganei... eu me enganei sobre muitas coisas. Se você quer falar alguma coisa que vá impedir que nosso casamento acabe hoje aproveita, que é a sua última chance. Eu só tenho uma pergunta para você: imagine se fosse eu que tivesse feito isso... se fosse eu que tivesse fodido com o namorado da Fabíola, a sua irmã! Você me perdoaria? Vamos lá! Me responde? Isso seria a mesma coisa... eu fodendo com o seu cunhado... fodendo com o Celso ou com qualquer outro namorado que a Fabíola tenha agora... você aceitaria e me perdoaria? Ela fez a cara mais assustada que já vi e abriu a boca para falar. Mas, pela primeira vez desde que a conheci, as palavras não saíram. Ela não tinha o que dizer. Já os meus olhos tremiam de raiva e continuei a falar: — Vamos... eu estou ouvindo... fala alguma coisa, caralho! Fala alguma coisa para esse seu ex-marido imbecil... para esse merda que você traiu... As lágrimas escorriam de seus olhos e, diante do silêncio dela, eu continuei: — É isso que pensei... Ao terminar a conversa ela me lançou um olhar amargo, que até hoje eu não consegui saber o que ela estava pensando. Só que, quando eu estava saindo da sala, ouvi ela falando baixinho, com a voz embargada: “— Estou aqui tentando salvar tudo aquilo que tínhamos de bom... Pensei que você estava do meu lado.” Nem me virei e, ainda saindo, respondi: — Eu estava! Finalizei com um adeus. Reuni o restante de amor próprio que eu ainda tinha e saí da minha sala. Fui logo falando para a Carmem que não voltaria mais naquele dia.
Foi muito triste deixar a Manú ali na sala. Eu precisava de tempo. Sempre fui persistente, disciplinado e responsável. Vim da pobreza e não ligo para o que as pessoas pensam. E, apesar daquela loucura, eu precisava organizar tudo o que eu tinha para fazer. Na minha carta de demissão eu disse que ficaria na empresa somente até sexta-feira, independente de qualquer punição que a empresa quisesse me impor. Então precisaria resolver tudo até lá. Foi muito difícil segurar as lágrimas que insistiam em sair dos meus olhos. Eu iria para longe dali. Fiz minha escolha e iria conviver com aquilo. Saí do escritório e fui direto para o banco. Fui pedir para eles emitirem cartões para a minha conta individual (aquela que eu abri na época da venda da empresa e na qual eu recebia meu salário), pois eu só acessava essa conta, de forma on-line, no dia do pagamento, pelo aplicativo de internet e transferia todo o meu salário para a conta conjunta com a Manú. E usava a só conta conjunta no dia a dia. Enquanto eu estava com o gerente a Carmem me ligou, dizendo que o Thomas queria falar comigo e eu autorizei para que ela passasse o meu novo número para ele. Pelo visto ele já havia recebido a minha carta de demissão. Não passaram nem dois minutos o telefone voltou a tocar e era o Thomas me chamando para uma ligação de vídeo. Eu recusei a ligação, por estar conversando com o gerente da minha conta e também porque eu havia acabado de receber uma mensagem da operadora dizendo que eu já tinha consumido mais da metade do plano de dados do dia e desconfiava que meu plano não aguentaria mais nem cinco minutos de conversa por vídeo. O gerente solicitou um novo cartão para que eu movimentasse a conta e disse que eu já tinha um cartão de crédito pré-aprovado para aquela conta. Eu aceitei a emissão do cartão de crédito e o gerente me garantiu que os dois cartões chegariam na minha residência na quinta-feira (no caso, o endereço que estava era o do escritório). Foi então que solicitei para retirar esses cartões na própria agência bancária, também na quinta-feira. O gerente também emitiu, na mesma hora, um cartão de débito provisório para a minha conta individual e eu ainda transferi três mil reais para a conta conjunta com a Manú, para pagar as roupas que havia comprado. Feito isso, solicitei ao gerente que retirasse o meu nome e cancelasse meus cartões para aquela conta conjunta, deixando somente a Manú como titular. No final ele me deu um extrato da conta individual e, conferindo o valor que eu tinha nela (quase 80 mil reais), ainda fiquei um tempo confuso, pois achava que tinha mais dinheiro nessa conta. Só então me lembrei que foi dessa conta que eu tirei os 30 mil reais que passei para o Tavares, para ele abrir as empresas e contas para fazer a lavagem do dinheiro que era do filho da puta do Anderson. Fui para o hotel e, usando a rede WIFI de lá, retornei a ligação de vídeo do Thomas e conversamos longamente. Acho que eu estava tão magro, abatido e cabisbaixo que ele me perguntou por três vezes se eu estava doente e falou que eu poderia me abrir com ele. No final ele me falou que estava na China, que voltaria na semana seguinte ao Brasil e pediu para que eu pensasse mais e aguardasse até a volta dele, para então me decidir sobre a minha demissão, o que eu neguei, dizendo que já havia pensado muito no assunto. Depois disso a Carmem ainda me ligou novamente, dizendo que o Oskar queria falar comigo pessoalmente, no primeiro horário do dia seguinte. Nessa hora eu pensei: um já foi, agora falta o mais complicado. Antes de dormir, ainda fui dar uma olhada nas diversas mensagens que estava recebendo pelas redes sociais. E que, entre outras diversas mensagens, quem estava incomodando mesmo era o Zé Renato, que estava me chamando para uma conversa privada. A mensagem que ele repetia era: “Me desculpa pelo mal-entendido entre as nossas esposas”. Lendo aquilo minha pressão deve ter batido no limite e tive que responder. Cliquei na caixa de resposta e digitei:
“[Beto] – Olha seu veado. Mal-entendido é o caralho! E vê se aprende a escrever, seu escritorzinho veado e analfabeto. Se sua esposa é lésbica e gosta de comer o seu rabo eu não tenho nada com isso, mas na hora que ela se aproveita de um momento de fraqueza da Manú, para seduzi-la, ela vira uma filha da puta igual a você, que estava conivente com tudo aquilo. A sensação de poder é intoxicante e levar as pessoas à luxuria deve ser delicioso para vocês. Eu só não vou aí e te quebro inteirinho em respeito aos nossos pais, mas vocês morreram para mim. Nunca mais me procure ou sequer dirija a palavra para mim, porque aí a minha resposta vai ser a violência.”
Ele ainda tentou responder que a Millene não era lésbica, que ela procurava a sua real sexualidade e que só estava tentando ajudar a Manú, e eu nem dei bola e o bloqueei. Pelo teor das centenas de mensagens que eu estava recebendo pelas redes sociais, aparentemente aquela pirralha mimada da Manú havia feito algum apelo em suas redes sociais, para que eu voltasse para casa e os seus seguidores estavam me mandando mensagens para que eu voltasse para ela. Fiz o oposto disso. Eu estava tão puto que naquela noite eu excluí todas as minhas redes sociais. Deletei todo o conteúdo e excluí totalmente todas as minhas contas de todas as redes sociais. Não sobrou nenhuma para contar história. Agora só me restava dormir cedo para enfrentar o chefe no dia seguinte.
Abri os olhos e não acreditei no que via. Deitada na cama comigo e me beijando na boca estava a Fernanda, totalmente nua e linda, com sua pele de porcelana e aqueles olhos azuis a centímetros dos meus olhos. Ela agarrou no meu pau e voltou a me beijar. Levei a mão na sua xoxota e senti aqueles pelinhos ralos e curtinhos. Mas alguma coisa estava errada. Logo ela parou de me beijar, me empurrou e se virou de costas para mim, então eu vi que seus seios estavam pequenos, sem silicone, iguais a quando a conheci. Foi então que eu percebi que ela se virou de costas para ver a Manú, que estava chegando, vestindo apenas uma minúscula calcinha. Ela se deitou ao lado da Fernanda e começaram a se beijar. Eu, assustado, tentei chegar próximo das duas, mas não consegui. Então a Fernanda foi para cima da Manú e beijou seu pescoço, descendo até os seios, que foram sendo devorados, tamanha a volúpia das duas. Enquanto a Fernanda lhe chupava, a Manú virou a cabeça para o lado para me encarar. Ela estava linda, toda excitada com os olhos parecendo maiores, o nariz dilatado e aquela boca linda e carnuda entreaberta. E elas ficaram tão absorvidas naquele clima de luxúria e prazer que me ignoraram. Logo elas trocaram de posição, e a Manú começou a cavalgar a Fernanda. Só então que eu notei que a Fernanda tinha um pinto e um saco enorme. A Manú gemia de prazer, enquanto pulava encima da minha ex-esposa, fazendo aquela pica entrar e sair tão rápido que parecia um borrão...
Eu acordei assustado, como coração disparado, a boca seca, e coberto de suor. Acho que estava até meio febril e demorei alguns minutos para assimilar que tudo aquilo era um sonho, ou melhor, um pesadelo. Nitidamente o meu emocional estava totalmente abalado. Eram quatro horas da manhã e eu não conseguiria mais dormir. Fiquei pensando na Fernanda. Eu teria que conversar com ela e saber qual a participação que ela teve no estupro da Manú. Era algo que eu deixei para ver depois, devido à urgência de tudo que estava ocorrendo, mas mesmo assim era uma ponta solta. E, sonhar com as minhas duas ex-esposas se pegando, apesar de ser algo incrível, afinal eu já havia visto a Nanda e a Joana se comendo na época da faculdade (foi no capítulo 15) e foi uma experiência inesquecível. Mas aquele pinto no meio das duas certamente era o da cinta peniana da Millene, que não saia da minha cabeça. O mais estranho desse sonho foi que ele se repetiu uns dois dias depois e eu nunca antes havia tido esse tipo de sonho recorrente. Resolvi tomar um banho e ir logo para São Paulo, afinal chegar bem cedo na empresa e ficar uma hora esperando o Oskar chegar era bem melhor do que ficar uma hora a mais naquele trânsito infernal de São Paulo. A minha conversa com o Oskar não foi longa, pois tudo que eu tinha para falar já havia colocado na carta de demissão. Porém, apesar de não ter sido longa, foi uma conversa extremamente tensa. Eu fui irredutível e acho que meu total desânimo, minha aparência abatida, as olheiras profundas e minha semi-anorexia acabaram me ajudando e o Oskar (acho que eu era o retrato do fracasso), no final, até me disse que se eu precisasse de algum tratamento especializado, que ele poderia até me mandar para a Alemanha ou os Estados Unidos, atrás de um especialista ou poderia me dar os dias que eu quisesse de afastamento. Eu agradeci, recusei a ajuda e fiquei feliz por ele ter dito que analisaria as minhas indicações e sugestões para a gerência da filial de São José. Reforcei para ele o que coloquei na minha carta de demissão, de que ficaria na empresa somente até sexta-feira e que, se eles quisessem, eu pagaria todas as multas por não ter cumprido o aviso prévio. Antes de sair de lá eu liguei para a minha secretária e pedi para ela marcar uma reunião com toda a nossa equipe de funcionários naquela tarde. E, ainda dentro da cidade de São Paulo, eu vi um outdoor da casa de shows do meu amigo Ricardo Oliveira e decidi ligar para esse meu amigo assim que chegasse em São José. E foi o que fiz. Conversei com ele, que ficou muito feliz com o meu telefonema. Conversamos e ele me disse que estava na Bahia, cuidando dos negócios dele por lá. Foi então que eu falei que estava precisando de umas férias e ele prontamente me chamou para ir conhecer o resort e o bordel que ele havia montado lá. Falou que estava começando a temporada de férias e ele estava com várias “funcionárias” novas e que eu adoraria todas elas. Resumindo a história: Comprei uma passagem aérea, para sexta-feira a noite, para Salvador e, quando liguei para o Ricardo Oliveira, dizendo a hora que iria chegar, ele já me informou que até o meu quarto já estava reservado. E que mandaria alguém me buscar no aeroporto. Agora sim, eu estava decidido que iria arrumar um monte de puta e enfiar a piroca nelas até não aguentar mais. Depois do almoço me reuni com a equipe e comuniquei que estava saindo da empresa. Agradeci a todos e já comecei a passar as particularidades para o Nunes, que a principio ficaria no meu lugar. A Manú não voltou a me procurar naquela tarde (soube que ela foi na empresa de manhã e não me encontrou), mas mesmo assim eu resolvi procurar um advogado. O pior é que todos os advogados que eu conhecia na cidade ou eram amigos da Manú ou eu os conheci através dela, com exceção do Freitas, que morava no nosso condômino e ganhava a vida como artista plástico. Ele me falou, uma fez, que era formado em direito, mas que depois da faculdade nunca mais havia sequer entrado no fórum. Então me lembrei do Sérgio Ricardo, que foi o advogado que me ajudou em algumas coisinhas, quando abri a empresa. E foi ele que procurei. Conversamos sobre a minha separação e, apesar de não ser a sua área de atuação, ele teve a boa vontade de me dar uma orientação e pedi para ele me ajudar nesse caso. Na quinta-feira peguei os meus cartões no banco e meus amigos ainda fizeram uma festinha de despedida para mim. Agradeci muito a todos, disse que iria passar um tempo fora e confirmei com o Nunes e a Carmem que voltaria antes do casamento deles (que seria em maio do ano seguinte). Depois daquela segunda-feira não vi mais a Manú. Ela me procurou na empresa na terça-feira pela manhã, porém eu estava em São Paulo e também foi lá na quinta-feira, justo no horário em que fui ao banco. Nesse dia ela desabafou com a Carmem e até chorou. Disse para a minha secretária que eu havia saído de casa e a estava evitando. Quando a Carmem me contou que aquilo havia acontecido a única coisa que pude pensar foi que a Manú me ignorou por semanas e estava torcendo para que eu fosse embora, e agora que fui, ela resolveu me procurar. Se ela não tivesse me traído eu até poderia pensar em conversar com ela, mas agora já era tarde para isso. Acho que a traição da Manú despertou o pior de mim. Na sexta-feira nem fui para a empresa. O Nunes tinha o meu contato, já tinha mais de dois meses que ele estava praticamente administrando o escritório, e combinei com ele que estaria disponível para qualquer dúvida que ele tivesse. Esperei dar umas 9 horas da manhã e acessei as câmeras do sistema de segurança da minha casa (eu havia colocado seis câmeras externas na casa, sendo duas na frente, duas atrás e uma em cada corredor lateral). O carro da Manú não estava lá, então voltei um pouco o vídeo e constatei que ela tinha saído para o trabalho há uns 20 minutos. Fechei a conta do hotel, peguei o meu carro e fui para o condomínio. Entrei na casa e fui direto para o meu quarto. Peguei meu celular antigo e o coloquei para carregar. Peguei uma mala média e nela coloquei meu notebook, algumas roupas, sapatos e documentos. Passei meu chip novo para esse aparelho celular antigo e o coloquei no bolso da calça e, finalmente coloquei no pulso o meu relógio suíço, que eu havia comprado na vez que fui para a Alemanha. Juntei tudo e desci para o térreo da casa. Coloquei encima da mesa da sala de jantar o aparelho celular que a Manú havia me dado, o smart watch e chip com o número antigo do telefone celular. Também coloquei lá os documentos e as chaves do carro da Honda, os cartões que eram da conta conjunta, o cartão do plano de saúde, que era vinculado ao trabalho dela, as chaves da casa e três folhas de papel, sendo uma com a contabilidade da conta que tínhamos em conjunto e de nossas despesas, outra folha com o comprovante de depósito dos três mil reais, como pagamento pelas roupas que eu havia comprado na segunda-feira, e a última folha era um pequeno bilhete para ela. Peguei no cofre o HD externo que tinham todos os dados que retirei do computador do Anderson e coloquei na mesa, junto com a orientação de como a Manú poderia acessar os arquivos, avisei que era a única cópia que eu tinha e dei um alerta de que também havia colocado nesse HD todos os ensaios sensuais que ela havia feito para mim (eram vários ensaios, uns que programamos como dois no estilo pin-up e outros ensaios não programados, como um dela dentro da banheira cheia de sabão e outro dela com um body extremamente sensual), além de diversos vídeos de momentos de nossa intimidade. Por fim, tirei a aliança de casamento do meu dedo anelar, a coloquei sobre as folhas, junto com o relógio de bolso que a Manú me deu na véspera do nosso casamento. Juntei todo o resto da minha dignidade e fui embora.
Meus amigos, terminamos a Parte 7 do conto. No próximo capítulo começaremos a última parte da nossa história. Até lá!
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