SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 69
Depois dessa recepção divina os dias no resort continuaram maravilhosos. Muita comida, bebida, praia, piscinha e descanso. Haviam várias atividades para os hospedes, mas a minha preferida era o bordel. Não teve um dia que eu não comesse ao menos duas gurias diferentes. Teve um dia que foram quatro: nesse dia passei a manhã com uma. A tarde encontrei outra dando bobeira na piscina e passei a rola nela, e por fim comi mais duas a noite, já no bordel. Foi nesse dia eu conheci a Esperança. Ela era uma ninfetinha perfeita e que ninguém daria mais de 15 aninhos para ela (apesar de já ter 22 anos). Apesar de sua aparência frágil, ela tinha uma pegada bruta. Ela me deitou na cama, colocou a cabeça do meu pau na entrada de sua xoxota e sentou com tudo. Entrou até o talo e foi delicioso sentir aquela bocetinha apertadinha espremendo todo o meu pau. Ela então cavalgou da mesma forma que a Nanda fazia no começo de nossa relação (com raiva) e só parou quando gozou. Ela não diminuiu o ritmo da cavalgada nem quando eu abocanhei aqueles seus peitinhos de aréolas rosadas e bicos pontudos e nem quando enterrei o meu dedo médio no seu rabo. Ela tinha uma tatuagem no meio dos seios. É difícil até explicar como era essa tatoo, pois começava com uma flor, depois ia descendo com algumas figuras geométricas, tinha uma meia lua, um triângulo, estrelas e terminava em uma mandala. Tudo minimalista, de muito bom gosto e que dava um belo toque sensual. Nossa, vocês não imaginam o quanto eu mamei naqueles peitinhos e o quanto a Esperança pedia para morder seus mamilos. A Esperança me disse que iria voltar para a casa dos seus pais, na Ceilândia, antes do Natal e me deu o número de seu telefone, pedido para que eu ligasse para ela, caso fosse algum dia para aqueles lados, para sairmos novamente.
Se eu havia transado na minha vida toda com umas vinte mulheres diferentes, nesses 11 dias que passei no resort eu mais que dobrei esse número, pois eu nunca havia bebido e fodido tanto quanto naqueles dias. A única menina com quem eu repeti uma transa foi com a Carlinha. Transamos novamente um dia antes de eu ir embora. Também tive a oportunidade de comer as atrações principais dos dois sábados que passei lá. No primeiro sábado a atração principal era uma mulata, que havia participado de um reality show famoso e agora era DJ e influencer. Obviamente eu nunca havia ouvido falar nela, mas a bichinha era gostosa e rebolou e gemeu muito encima da minha pica. No sábado seguinte, que foi a antevéspera de natal, a atração principal da casa de shows foi uma modelo que ficou famosa como miss bumbum e que também já havia participado de um reality show, além de ser dançarina, assistente de palco e atriz pornô. Essa eu conhecia de nome, por ela viver na mídia (acho que a sua última polêmica era do seu filho ter sido o diretor de um filme pornô que ela fez, ou algo assim), mas sequer me lembrava da feição dela. Foi com ela que eu percebi como realmente se sente o pessoal VIP, pois o Ricardo Oliveira pessoalmente a levou para o meu quarto, ainda no sábado, logo após o almoço e tracei aquela coroa bonita e gostosa antes de todo mundo, com direito a enrrabá-la, com ela cavalgando o meu pau de forma invertida, permitindo que eu apreciasse aquele traseiro delicioso. Essa sim era profissional, e imagino que já deve ter tirado leite de umas 1000 picas, pois a cada uma de suas reboladas ela me fazia ver estrelas e lutar para tentar segurar mais um pouco o gozo. Durante a minha estadia no resort eu ainda comi uma espanhola casada, que estava frequentando o bordel junto com o marido, o que também foi uma loucura, mas essa é uma história longa, que talvez eu conte mais adiante ou a inclua em um conto específico. Sempre que sobrava um tempinho eu conversava com o Ricardo. E, na primeira oportunidade, ele perguntou onde estava a minha “promotora gostosona”? E tive que falar para ele que estávamos em processo de separação. E ele me confidenciou que a Manú era o principal motivo de ele achar que eu nunca aceitaria seus convites, pois, nas palavras dele “uma mulher igual a Manú era algo muito raro” e que, “se ela quisesse, ficaria rica trabalhando para ele”.
No dia 20 recebi uma ligação de um número diferente e, quando atendi era a Manú me ligando. Ela pediu para que eu não desligasse o telefone e já foi me pedindo desculpas. Assim que identifiquei que era ela me ligando, desliguei o telefone na mesma hora. Eu fiquei muito puto. Sabia que era minha mãe que havia passado o meu número para ela (das pouquíssimas pessoas para quem passei aquele número de telefone a minha mãe era a única que poderia ser convencida pela Manú a lhe passar esse número). Nesse dia liguei para a minha mãe e esculhambei com ela. Fui rude e fiquei no limite de ser ofensivo. Depois que desliguei comprei outro chip, com um número de telefone novo e destruí o número antigo. E passei o meu número novo de telefone para os meus contatos, com exceção da minha mãe. E decidi que, de agora em diante não ligaria mais para ela. Só depois de um bom tempo que me lembrei que esse dia 20 de dezembro era o dia que eu e a Manú deveríamos embarca para os Estado Unidos, juntamente com os pais dela. Aquele dia seria o início de umas férias que planejamos com tanto carinho e que deu tudo errado. Do dia 25 para o dia 26 de dezembro eu passei a noite com três gatas maravilhosas. Fodemos muito e eu acordei de manhã, com duas delas se levantando para irem embora. Elas me falaram que aproveitariam o dia na praia. Ainda eram oito horas e, como eu já estava acordado, decidi ir em um passeio de escuna, que o Ricardo Oliveira havia contratado para alguns hóspedes, e que sairia às 9 horas. Me levantei, tomei um banho e fui em direção ao atracadouro, que ficava dentro do resort. No caminho ouço alguém chamando o meu nome e, quando me viro, dou de cara com o meu irmão, o Zé Renato. — Beto, por favor, me deixa conversar contigo. — Você aqui? Como me achou? — Podemos esclarecer tudo... — Cara, não temos o que conversar nem o que esclarecer... com tanta mulher nesse mundo a puta sapatão da sua mulher foi logo comer a minha esposa. E você ajudou... — Não é isso Beto... Eu estava muito bravo e, nessa hora, eu juntei o Zé Renato pela camisa e o empurrei com tanta força contra um coqueiro que ele até perdeu o fôlego. Então eu disse: — Agora me dá um bom motivo para eu não quebrar a sua cara! — Beto, era um tratamento... ela só queria ajudar. — Quer ajudar!!! Tem uma morena linda dormindo no meu quarto. Daqui a pouco ela vai acordar e vai estar doida por uma pica. Pode ajudar ela... Não! Espera! Esqueci que você só olha ou é fodido pela sua mulher. Se a Millene estiver por aí ela pode fazer o serviço... ela que gosta de mulher... sim, se você quer me ajudar, desaparece da minha vida... só não esteja aqui quando eu voltar, pois se eu te encontrar vou quebrar essa sua cara de pau. Saí andando e ele veio atrás de mim, falando: — Não é isso que você está pensando! A Millene não é lésbica, nós só não acreditamos na monogamia! Se você olhar através da história verá que o homem se sente melhor tendo relações poliamorosas... A Millene é uma profissional, mas às vezes mergulha de tal forma no seu trabalho de psicologia que acaba se envolvendo mais profundamente com diversas de suas pacientes... Ela fez isso para ajudar... Nesse tratamento a Manú até confessou para a Millene que nunca te traiu... — Me traiu sim! Com a sua mulher! Um sorriso malicioso brilhou em seu rosto antes de falar: — Não, a Millene ficou até lisonjeada quando a Manú aceitou o tratamento... mas... você acha que a sua esposa, na adolescência, nunca havia ficado com nenhuma outra menina... nem por curiosidade... você acredita que ela nunca nem sequer havia beijado uma de suas amiguinhas, em alguma festa do pijama na adolescência? Nem que seja por mera curiosidade! Ele falava aquilo como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu parei e o encarei, pensado se ele estava tentando entrar a minha mente, com aquela lorota, ou era algo que a Manú havia contado. E, ele percebeu e continuou o assunto: — A Manú é uma guria linda e desejada. Ela é o tipo de qualquer um, seja homem ou mulher. Você acredita que ela nunca tenha tido uma fantasia secreta de ser possuída por uma mulher. Ou que alguma de suas amigas alguma vez não tenha aproveitado da proximidade e instigado o seu lado depravado e ela por tesão ou curiosidade... ou os dois... tenha ido para a cama com ela... Ele fez um sorriso vencedor antes de continuar a falar: — A Millene gosta de diversificar e não tenho como segurar aquela mulher fogosa... o problema é que ela gosta de seduzir meninas héteros, que são as mais difíceis... Beto, meu irmão, não vou mentir, pois é real que a Millene quis fazer amor com a Manú desde a primeira vez que a viu, só que ela quis ajudar a sua esposa... o tratamento é real, eeee depois que a Manú se soltou foi uma delicia ver as duas dando prazer uma para a outra, a adrenalina delas pendendo a linha, deixando se levar pelo tesão e grunhindo feito um animal, enquanto seus corpos convulsionavam de prazer. Olhei bem nos olhos do meu irmão e falei: — Vocês são tão covardes, egoístas e não se importam com ninguém além de vocês mesmos... você e a puta da Millene se merecem! (falei puta mesmo! Para provocá-lo. Estava doido para que ele saísse no braço comigo). Se a Manú já tivesse sequer beijado alguma amiga, o que eu não acreditava, foi no passado. E uma das coisas que eu e a Manú havíamos acordado, desde o início da nossa relação, foi de não se importar com os relacionamentos que o outro teve antes de nos conhecermos. Enquanto eu pensava, ele continuou falando: — Nossa intenção nunca foi a de estragar o relacionamento seu com a Manú... me perdoe... — Não é pra mim que você tem que pedir perdão. Eu não me importo com mais nada... Nessa hora eu me virei e fui embora, deixando o meu irmão falando sozinho. Talvez, no futuro eu o perdoasse, caso tivesse sentido que ele estava arrependido, o que com certeza eu não senti.
Quando voltei do passeio eu sabia que teria que ir embora daquele lugar, pois as chances da Manú saber que eu estava ali eram enormes. E, antes mesmo de voltar para o meu quarto, já passei na agência de viagens do saguão e comprei um pacote de viagens, em que o avião já sairia do aeroporto de Salvador na manhã do dia seguinte. Eu já li duas vezes o livro Alice no País das Maravilhas, que foi maravilhosamente escrito por Lewis Carroll, e uma das suas citações que eu mais gosto poderia perfeitamente ser aplicada nessa situação e diz que: “Você não deve viver a vida como outras pessoas esperam que você viva; tem que ser sua escolha, pois quando estiver lutando, você estará sozinho”. E, naquele momento, eu sabia de duas coisas: Eu precisava dar um passo para trás, pois estava muito envolvido naquilo tudo. E eu precisava de um motivo para continuar caminhando... algo para me manter são. Afinal, seria muito mais fácil desistir de tudo! Só que eu sou teimoso e eu somente iria parar quando não tivesse mais nada que fazer nessa vida. Como ainda tinha o que fazer, iria continuar, iria seguir em frente... um passo de cada vez. Quando voltei não encontrei mais o Zé Renato e fui procurar o Ricardo Oliveira. Comuniquei a ele que estava indo embora e tive a maior dificuldade em convencê-lo a cobrar pela minha estadia. No final, ele fez um preço muito camarada pela minha hospedagem (acho que algo bem próximo ao preço de custo) e não me cobrou pelas meninas, dizendo que era por conta dele, e falou que a maioria delas elogiou muito a forma como as tratei. E assim, no dia seguinte embarquei bem cedo, com destino a Fernando de Noronha. Passei seis dias lá. Foram dias de muita reflexão, em que tive tempo de pensar em tudo o que havia acontecido. Passei a virada para o ano de 2024 dormindo na pousada e só acordei com os fogos. Acho que eu havia perdido totalmente a noção do tempo. Inicialmente minha intenção era a de sumir no mundo e que nenhum conhecido nunca mais me achasse. Minha ideia inicial era a de comprar um bar para vender cachaça em uma cidadezinha, arrumar um “testa de ferro” e não deixar nada em meu nome. Dessa forma não deixaria nenhum rastro para alguém me seguir. Depois, pensei em criar qualquer tipo de comércio, usando a mesma ideia de não deixar rastros. Seria em alguma cidade pequena no nordeste, no norte ou no centro-oeste. No final, decidi que ainda não seria a hora de sumir. Eu arrumaria algum trabalho nas minhas áreas de atuação, em Brasília, em Belo Horizonte ou em Campinas e, mais para frente, já de cabeça fria, decidiria o que fazer da minha vida. O que eu tinha certeza era que não me envolveria seriamente com nenhuma mulher, por melhor que ela fosse. Daquele momento em diante, mulher para mim seriam só as putas ou aquelas que também quisessem somente algum envolvimento puramente casual, sem qualquer vínculo posterior.
A minha grande vantagem era que a taxa de empregabilidade do engenheiro da computação é a segunda maior que existe e, após colocar o meu currículo em um site especializado de internet, dizendo que aceitaria trabalhar em qualquer lugar do país (qualquer lugar é bom para quem não tem um destino), em menos de duas horas consegui uma entrevista com uma empresa, que prestava serviços para a maior rede social do mundo. Enquanto me acertava com a empresa, acessei meus canais de comunicação (após mais de duas semanas), e constatei que haviam umas duas dúzias de mensagens da Manú nas minhas caixas de e-mail. Não li nenhuma, só fui excluindo e bloqueando o remetente. Eu já havia falado para ela que qualquer contato nosso seria somente através do meu advogado. Fiz a entrevista, de forma on-line, no feriado do dia 1º de janeiro. Eles me contrataram na mesma hora e eu começaria a trabalhar já no dia três. A vaga era em Brasília. O entrevistador ficou impressionado com o meu currículo e me disse que o pagamento era muito bom (foi onde eu quase ri, pois o salário era quase cinco vezes menor do que eu ganhava no emprego anterior). O entrevistador ainda me disse que o trabalho era muito puxado e que, das últimas três pessoas que eles haviam contratado para aquele cargo, o que ficou mais tempo não chegou a duas semanas. Eu nunca tive medo ou vergonha de trabalhar e sabia que me daria muito bem lá. Muito trabalho era justamente o que eu queria, pois manteria minha mente ocupada. Eu só pensava na Manú. Não conseguia nem dormir direito. Para conseguir ter uma noite decente de sono eu tinha que cansar muito o meu corpo e a minha mente. Dessa, forma fechei um contrato de experiência de um mês com essa empresa.
A empresa ficava no Guará I, e eles me conseguiram um quartinho para eu me hospedar por um preço bem camarada. O quartinho ficava do outro lado da rua em que ficava o escritório em que eu iria trabalhar,. O trabalho realmente era exaustivo. Eu chegava em torno das 8 horas da manhã e não saia de lá antes das 19 horas. Meus sentimentos pela Manú não diminuíram e eu sabia que minha vida agora poderia ser dividida em antes e depois dela. Eu precisava mesmo trabalhar e ocupar minha mente e meu corpo, para não ficar pensando nela. Tentava comer, tentava dormir e tentava trabalhar, dia após dia e noite após noite, mas tudo era algo mecânico e sem emoção. Eu não queria contato com ninguém. Não queria fazer amizades lá. Não procurei meus familiares nem meus muitos amigos de Brasília. Encontrar o meu irmão lá em Salvador me tirou da “vibe” boa. Eu continuava escrevendo as minhas memórias e havia passado pela época da faculdade. Pensar na Nanda e em todas as loucuras que fizemos juntos me divertia. Eu adorava aquela nerdzinha. Só que agora eu estava revivendo meu relacionamento com a Fernanda. Foram quatro anos de ilusão... Continuei escrevendo, pois a desilusão com a Fernanda me levou à Manú. Posterguei ao máximo até começar a escrever sobre o meu grande caso de amor e decepção. A verdade é que eu havia perdido a fé nas pessoas e precisava lutar contra isso, para então iniciar algum processo de reconstrução de tudo em mim. Pensei em muita coisa, andei muito sem destino e entrei de cabeça nesse trabalho e, no final do dia, saia exausto mentalmente de lá. Agora só faltava cansar o meu corpo. Consegui uma piscina para nadar durante quatro dias da semana, das seis horas às sete e vinte da manhã. Essa piscina ficava há uns três quilômetros de onde eu morava e eu ia e voltava correndo. Nos dias que não nadava eu saia para correr nesse mesmo horário. À noite, saindo do trabalho, eu ia para uma academia, que ficava a dois quarteirões da empresa e malhava até ficar exausto e só então voltava para casa. Chegava em casa só para dormir. E só dormia após escrever muito. Durante as noites a solidão me consumia. Ocupando a minha mente e cansando o meu corpo era a única forma que eu consegui de tirar um pouco a Manú dos meus pensamentos e parar de sentir a falta dela. Me matava em um dia e no outro dia eu acordava cansado, todo dolorido e repetia tudo de novo. Eu vivia como se fosse uma máquina, era tudo automático e sem sentimento. No mesmo quarteirão que eu trabalhava havia um restaurante, do tipo bandejão, onde se podia comer a vontade por um valor fixo. E lá eu dava prejuízo para eles, pois almoçava e jantava todo dia. Comia muito e, aliado com os suplementos e vitaminas que estava tomando, estava ganhando de um a dois quilos em cada semana que passei lá nesse trabalho. Tive que doar as roupas que comprei antes de ir embora de São José, pois elas já não me serviam mais. E eu estava tão fora do mundo que, no terceiro dia de trabalho, o pessoal começou a me parabenizar e demorou muito para cair ficha, de que era o meu aniversário. Eu não acreditava que estava fazendo 32 anos de idade. Eu havia planejado de passar essa data em uma lua de mel, na Europa, e agora estava passando trabalhando no Distrito Federal. Eu vivia cercado de pessoas, mas nunca nessa vida eu me senti tão sozinho. Foram dias de tristeza e solidão. Na terceira semana no trabalho eu finalmente decidi o caminho que iria trilhar a partir daquele momento. Aquele sentimento de fugir passou. Busquei tirar os ensinamentos de toda aquela confusão que levou ao fim do meu casamento. Eu sempre quis aprender, eu sempre quis vencer, eu nunca tive medo buscar meus objetivos e nunca fugi da minha responsabilidade. Por mais solitária e triste que possa parecer aquela vida que estava levando, nada se comparava ao inferno que foi ser enganado pela pessoa que eu mais amava nesse mundo. A única vez que fraquejei foi num domingo, que passei o dia todo sozinho. Peguei o computador e rapidamente fiz uma pesquisa usando os dados da Manú e o que encontrei não me deixou nem um pouco feliz. Havia uma reportagem dizendo que, na sexta-feira anterior, ela havia participado da mesa de debates de um seminário sobre direitos das minorias, que havia sido realizado no auditório da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e, do seu lado, estava também, como debatedor, o mesmo Procurador que foi fotografado no passado com ela, no baile de máscaras. Era um misto de choque e tristeza. Conferi e era ele mesmo, o filho da puta do Max Hernandez. Eu não tinha dias bons. Estava sofrendo, não só por ela ter me traído, mas (e por incrível que pareça) também sentia muito a falta da Manú. Enquanto isso, ela deveria estar se divertindo com suas amigas (e/ou amigos também), nas festas e noitadas que ela tanto gostava de ir. Deveria estar torturando muitos homens, com as roupas cada vez mais sexys que ela estava usando ultimamente. Deveria até estar terminando a “terapia” com a Millene e levando pirocada até do Zé Renato (nessa hora imaginei a Manú fazendo uma DP e sendo penetrada ao mesmo tempo pelo meu irmão e a minha cunhada e também pensei no Zé Renato comendo a Manú, enquanto era enrrabado pela minha cunhada, que usava uma cinta peniana, com um enorme e grosso pinto). Enfim, ela não devia estar sentindo a menor falta minha e deveria estar muito agradecida por eu não ficar mais empatando a sua vida. As feridas do estupro fizeram a Manú se tornar outra pessoa e, essa pessoa deixou bem claro que não me queria mais ao seu lado. Em tempo recorde terminei de escrever as minhas memórias. A motivação da raiva é umas das mais eficientes. Terminei de escrever e aprendi muito com essa reflexão forçada. Não tive coragem de ler, pois eu sabia que iria sofrer. Apesar de saber que nunca iria publicar aquilo, eu escrevi direcionando o texto para algum leitor que não me conhecia e nem a minha história. Eu sabia que o texto não era perfeito. Por exemplo, eu me peguei por várias vezes me referindo à Manú no tempo passado, como se ela não estivesse mais aqui... e realmente ela não estava... Fora a confusão que ficou tudo, pois eu escrevi algumas partes no computador, outras no celular, algumas em um caderninho de anotações e outras até em folhas avulsas.
No meio desse processo e de pensar muito no meu futuro, eu me decidi que iria voltar para São José dos Campos, para trabalhar e estudar. Não sabia onde iria trabalhar, mas com certeza iria começar o meu doutorado. Eu não tinha economias e não tinha conexões familiares. Enfim, eu não era ninguém. Iria lutar para vencer e descobri que um coração partido é um ótimo motivador para trabalhar duro. Por mais derrotado que eu estivesse, eu não conseguia me esquecer da Manú e aquilo me deixava com muita raiva. Eu conhecia os hábitos da Manú e os locais que ela frequentava. E, evitando esses locais, e com um pouco de sorte, não me encontraria com ela em uma cidade com mais de 700 mil pessoas. Então estava decidido, depois que terminasse esse mês de trabalho eu voltaria para São José dos Campos, mas antes precisava resolver três pendências, que me levaria a conversar com três mulheres. A primeira era a minha mãe. Desde que ela passou o meu número de telefone para a Manú e ela me ligou, não falei mais com a minha mãe e ainda fui muito malcriado com ela. Então decidi que a visitaria pessoalmente, para pedir desculpas. A segunda pessoa que teria que conversar pessoalmente era a Fernanda. Eu precisava descobrir qual foi a participação da minha ex-esposa no estupro da Manú. E, finalmente, a terceira mulher que eu precisava conversar era a própria Manú. Além de saber como estava o nosso processo de divórcio, precisava discutir o que faríamos com o dinheiro do Anderson. Eu havia pedido para o Tavares trazer todo esse dinheiro todo para o Brasil e, após as taxas e impostos, o dinheiro foi transformado em 88,4 milhões de reais. A minha idéia era a de doar esse dinheiro para instituições de caridade, amigos, parentes e conhecidos, mas teria que acertar isso com a Manú. Os fracassos acontecem e é importante ter humildade para recomeçar. Eu vivi um sonho ao lado da Manú e a pena foi que acabou. Eu não voltaria atrás. Pararia de me lamentar e tocaria a minha vida para frente. Eu nunca ganhei nem uma galinha num bingo, então teria que replanejar o meu futuro e trabalhar. Eu sou bem resolvido e não amaldiçôo as dificuldades que passei na vida. Tudo isso pelo que passei seria só mais uma experiência para mim. Eu estava destruído, no pior momento da minha vida, mas pelo menos eu manteria a cabeça erguida. Uma vez decidido isso, agora era só terminar o contrato temporário para zarpar. Continuei com minhas atividades extenuantes até que, no 22º dia que eu estava em Brasília, que foi uma quarta-feira que prometia ser ensolarada, sai bem cedo de casa, fui correr até a piscina e então nadar. Para atravessar uma avenida principal, aguardei o sinal de trânsito fechar para os veículos e abrir para mim, para então atravessar a rua. E, quando estava no meio da rua, sobre a faixa de pedestres, ouvi o barulho de uma freada forte. Eu não senti nada. Me recordo do carro bem perto de mim, a ponto de ver a expressão no rosto do motorista. Depois, lembro de ver o céu, de ver em seguida o carro embaixo de mim e, depois, só escuridão.
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Olá Jule4046 e Angulsky. Amanhã mesmo começo a escrever o próximo capítulo e devo publicar na quarta-feira. Pelos meus cálculos faltam 8 episódios. Ufá, tá acabando.
Caralho!!! Fiquei com o coração na mão!!
Primeiro pelo acidente e segundo por quem pode estar envolvido no acontecimento.
Esperar os próximos (ou o próximo) capítulo será angustiante
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