SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 73



               Quando estamos no fundo do poço acreditamos que não temos mais nada a perder, entretanto a minha ex-sogra levantou questionamentos que não deveriam ser totalmente descartados, mostrando que eu poderia ver o problema por outros ângulos e me dando muita coisa para pensar. Sua visita foi boa, pois eu precisava mesmo de muito aconselhamento e não teria conseguido um melhor do que aquela mulher maravilhosa me deu.
               Apesar de meus pais não terem demonstrado qualquer preocupação comigo, por causa do acidente, pois sequer me ligaram, embarquei para Criciúma no sábado, para cumprir a promessa de me desculpar pessoalmente com minha mãe.
               Um dia antes de ir embora fui para a minha última consulta médica. Todos os exames deram que eu estava me recuperando bem. E realmente eu estava fisicamente melhor. Inclusive o médico trocou as minhas muletas por uma bengala.
               Embarquei para a minha terra natal e, na escala do voo, em São Paulo, me sentei em uma cadeira, mais afastado da muvuca do pessoal que queria embarcar primeiro no avião (como se todos não fossem na mesma aeronave) e do pessoal que já estava no clima de carnaval, já alterados pela bebida e no ritmo das marchinhas. Logo em seguida, se sentou uma morena na minha frente. Ela estava com um decote maravilhoso e que me fez lembrar da espanhola casada que comi no resort.
               
               Eu já havia visto aquele casal umas duas vezes no bordel e só sabia que ela não era uma das “funcionárias” porque estava com a pulseirinha eletrônica dos clientes e estava sempre junto com o marido. Eles eram o Ignácio e a Nuria. O Ignácio já era um quarentão, de estatura média para alta e usava um bigodinho. Já a Nuria deveria ter mais ou menos a minha idade, parecia com as meninas, de descendência italianas que tinham no meu colégio. Ela era uma loira, de olhos verdes, rosto ovalado, coxas grossas e um lindo traseiro, entretanto o que mais chamava a atenção eram os seus peitos, que eram enormes e ela fazia questão de exibi-los, usando sempre um generoso decote. O garçom já havia me passado a ficha de que ela transava se gostasse do cara e que ela preferia os homens mulatos e negros.
               Até aí tudo bem, só que uns dois dias depois que os notei pela primeira vez, ela chegou em mim, quando eu estava na piscina. Não conversamos nada de mais, só futilidades. Quando ela saiu o Ignácio se sentou ao meu lado. Falou que eles já haviam me visto no bordel, mas quando a mulher dele resolveu conversar comigo eu já estava acompanhado de outra menina. E ele me convidou para ir ao quarto deles. Falou que a Nuria já havia ido na frente para tomar um banho e nos esperar. Ele me disse que ela era uma dama na rua e puta na cama e que ele adoraria assistir a Nuria sendo tratada como uma putinha por mim.
               Topei na hora! Chegamos ao quarto e ela estava deitada na cama, só de camisola, nos esperando. Eu estava só de sunga, pois tinha nadado um pouco. E não precisou de muito para ela tirar a minha sunga e cair de boca no meu pau. O boquete foi diferente e gostoso, só perdendo para a “espanhola” que a espanhola me fez em seguida. Ela colocou meu cacete no meio dos peitos e o sutiã que ela estava usando ajudou na pressão. Foi alucinante, pois aquela mulher era especialista naquela brincadeira e acabei gozando, com ela recebendo vários jatos de porra na cara.
               Quando nos lembramos do Ignácio ele já havia gozado umas três vezes só na punheta. Depois fui com a Nuria para o chuveiro e me deliciei com aquela gata. Voltamos para a cama e ela estava tarada no meu pau, pois o chupou até cansar e fez umas gargantas profundas que me levaram ao êxtase. Me contive, porque queria gozar novamente somente depois de foder aquela xoxota carnuda. Sua xoxota era do tipo carnuda, com os lábios e o clitóris bem salientes.
               Ela, percebendo a minha intenção, pegou o meu pau com a mão e o posicionou na entrada de sua boceta e foi se abaixando até entrar tudo. Ela cavalgou um pouquinho, mas depois mudamos de posição, quando eu a coloquei de quatro sobre a cama e afundei meu cacete em sua boceta de uma vez só e comecei a socar com força naquela xoxota rosadinha e faminta. Eu puxava os seus cabelos, lhe dava palmadas na bunda e não parava de foder um segundo sequer. Ela gritava, pedia para bater mais forte e socar mais. Ela se virava para o Ignácio e dizia que ele era um corno e ela uma puta que estava fodendo gostoso. Quando ela falou que não aguentava mais gozar eu tirei o cacete todo melado da sua boceta e posicionei a cabecinha dele no cu dela e fui forçando. Ela deu um grito, pois comecei a penetrar aquele cuzinho sem preparação nenhuma.
               E, apesar do grito inicial, ela não arredou. Só falou para o marido que eu a estava enrrabando. E ele até se levantou para ver melhor o espetáculo. Depois que a cabecinha entrou, eu pensei em ir mais devagar, para ela se acostumar, só que ela fez o contrário, jogou a bunda para trás, fazendo com que o meu pau entrasse todo de uma vez só. Ela deu um urro de dor e tacou os dentes na fronha do travesseiro. Entendi o recado e logo eu estava agarrado nas ancas dela e a fodendo com força. A fodi tanto que destruí aquele cuzinho antes de gozar.
               Mais tarde, naquele mesmo dia, ela me pagou outro boquete e me fez novamente gozar fazendo outra espanhola, só que dessa vez em um cantinho da praia. Meu cacete foi novamente espremido por aqueles peitos de tamanho XG e que estavam sendo seguros pela parte de cima de um biquíni tipo cortininha que, no máximo, era de tamanho M. De noite, ainda levei ela e uma morena para o quarto e comi as duas, novamente sob os olhares do Ignácio, que assistiu a tudo com muito interesse. Me recordo claramente de estar comendo a Nuria, na posição de frango assado e vendo aqueles seus peitos grandes e firmes balançando para cima e para baixo, como que acompanhando o ritmo das estocadas fortes e profundas que eu estava dando naquela xoxota gulosa. Ela só me encarava, gemia e me falava obscenidades com seu castelhano rápido e melodioso.
               Depois eles me passaram os seus contatos e disseram que adoraram a brincadeira e que queriam repeti-la no futuro.
               
               De volta à atualidade, chegando à casa dos meus pais, fiquei contente de pelo menos ainda ter um quarto para ficar, pois da última vez que estive lá a minha mãe queria transformar meu antigo quarto em uma sala de TV.
               Meu pai havia ido pescar no mar com uns amigos e ficaria uns dias fora de casa e minha mãe estava toda estranha. Por sorte, logo após eu ter tomado um banho, a Laura chegou em casa, trazendo a Olivia no colo. Saí com as duas e demos uma volta pelo bairro, chegamos a uma praça, nos sentamos em um banco e ficamos conversando a tarde toda, enquanto observávamos a Olivia brincar.
               A Laura me contou sobre o seu namorado e do receio que ela tinha em dar mais um passo em seu relacionamento. Acabei tomando coragem e contei toda a minha história para a minha prima, desde o estupro que a Manú sofreu até aquele momento. Foi doloroso, assim como está sendo difícil contar essa parte da história para vocês.
               Ao final a Laura me perguntou:
               — Meu querido, você está bem?
               — A perna ainda dói bastante e esses cortes e aranhões praticamente...
               — Não foi isso que perguntei!
               — É, eu sei. Só que realmente eu não sei o que responder. Eu tô triste, magoado, me sinto traído... eu fui traído! Pela pessoa que mais amava e confiava. É algo difícil de acreditar...
               Ganhei um abraço demorado e apertado da Laura.
               No final fiquei espantado, pois a Laura defendeu a Manú com unhas e dentes.
               Ela disse inclusive que sabia bem o quanto eu era teimoso e cabeça dura quando eu queria. Não vou descrever os argumentos que ela usou, pois nas duas horas seguintes a Laura usou todos os argumentos possíveis e imaginários para defender a Manú. Então, o que vocês imaginarem que ela falou, certamente terão acertado. Quando voltei para casa, minha mãe estava mais estranha ainda, mas ela não falou nada.
               No dia seguinte fui com a Laura para conhecer o bebê da Renata e do Fabrício, o Willian. Almoçamos lá e a Olívia ficou toda carinhosa com o Willian. A Renata até comentou, dizendo que eu e a Laura estávamos bem magros e cada vez mais parecidos um com o outro.
               Quando voltei para casa a minha mãe, ainda fiquei por um tempo conversando com a Laura no quintal. Recordamos de quando éramos crianças e brincávamos naquele quintal. E teve uma hora em que a Laura me falou: “— Betão, como você cresceu como homem! Está mais maduro, mais seguro e até mais bonito. Fora que você sempre foi grandão e tem presença. Se eu fosse sua namorada morreria de ciúmes.”
                Não sei se minha mãe ouviu isso ou foi outra coisa, o que sei foi que deixei a Laura no portão, para ela voltar para a caso dos seus pais, e quando entrei em casa a minha mãe deu piti, dizendo que o povo todo estava falando por eu estar saindo com a minha prima. Falou que eu ainda era casado e a Laura viúva e que não ela não admitia que tivéssemos qualquer tipo de relacionamento.
               Fiquei puto, deixei minha mãe falando sozinha e fui para o quarto.
               No outro dia eu e a Laura aproveitamos para visitar o Fábio e a Carol. Eles estavam muito bem e ligeiramente grávidos, pois a Carol, após um longo tratamento, estava com dois meses de gravidez.
               Tanto o Fabrício e a Renata quanto o Fábio e a Carol perguntaram da Manú e falaram das postagens dela em suas redes sociais, pedindo para que eu voltasse para ela. E eu disse secamente que ela estava em São José e que não queria falar sobre aquilo. Falei com tanta ênfase, que eles acabaram não insistindo. Só o Bidu, que depois me mandou várias mensagens, dizendo que era para que eu pensar bem. Ele falou que a Manú estava sofrendo e tudo mais. Nada do que eu já não soubesse.
               Na volta da casa do Fábio, paramos em uma lanchonete e conversei longamente com minha prima sobre relacionamentos, e foi a vez dela me contar de sua vida. Ela me contou que o namorado dela queria dar mais um passo na relação, o que a deixou em pânico, pois ela sofreu muito com a morte prematura de seu marido. Ela me contou que só precisou de um tempo para pensar, pois adorava o rapaz, que ele tratava muito bem a Olívia e que em breve ela voltaria para Brasília e certamente ficaria com ele.
               Mais tarde, naquele mesmo dia, eu fui conversar com a minha mãe.
               Fui me desculpar com ela, conforme havia planejado, e ela veio me questionar o porquê de eu não estar mais falando com o Zé Renato, alegando que o filho querido dela estava chateado e tudo mais. E então respondi:
               — Mãe, eu não vou falar sobre isso. Se quiser saber alguma coisa pergunte para o Zé Renato. Eu só vim aqui porque queria me desculpar pela forma que tratei a senhora e dizer que te amo. Já adianto que não quero nunca mais nenhum contato com o Zé Renato e nem com a mulher dele.
               Ela foi querer dar outro chilique e eu só disse para ela que o filho querido dela sabia os meus motivos e que ela perguntasse para ele, pois para mim aquilo era assunto decidido e eu não queria mais falar sobre ele.
               Em seguida ela começou a questionar da minha separação da Manú e, quando ela disse que eu estava louco em me separar de uma mulher que a família era rica.
               A minha pressão deve ter chegado no limite e, para não ser grosseiro, acabei saindo da casa e só voltei bem tarde da noite.
               No outro dia fui cedo visitar a Laura. Apesar de ser perto, foi uma caminhada difícil, pois nesse dia as minhas costas estavam doendo muito e eu só conseguia andar apoiado na bengala. Conversei com a minha tia, olhei algumas fotos de quanto éramos crianças, e fui com a Laura para a minha casa. Ficamos conversando, sentados na calçada, e eu me abri para ela e contei tudo que havia acontecido com a minha mãe.
               Ela ficou chocada e depois disse que também voltou para casa para pensar, pois o namorado a havia pedido em casamento e ela surtou. Conversamos, entre outras coisas, sobre o marido dela. E depois ela me falou que o tio Zezinho, o pai dela, apesar de não ser tão enfático quanto a minha mãe, fazia questão de afastá-la de mim.
               Então começamos a falar de nossa infância e adolescência e fizemos várias revelações. E ríamos de cada uma delas. Até que a Laura me disse que estava querendo ir novamente visitar mina Octávio Fontana. Essa mina de visitação é um dos pontos turísticos da cidade. E eu disse que poderíamos ir lá. Combinamos dela ir pegar a F-4000 do pai e irmos almoçar fora e depois ir visitar a mina.
               A Laura foi buscar o carro e eu entrei em casa, para trocar de roupa. Foi nessa hora que e minha mãe deu o maior chilique que já vi. Falou sobre eu e a Laura estarmos saindo juntos e que ficamos rindo na frente de casa. Ainda me perguntou sobre “o que os vizinhos iriam pensar daquilo”.
               Eu me emputeci e falei:
               — Olha mãe! Eu estou me divorciando e não devo nada para ninguém! A Laura também é adulta. A senhora tá falando tanto que já estou até pensando e ir morar com a Laura. Nos damos super bem e podemos criar a Olivia...
               Claro que eu falei aquilo para cutucar ainda mais a minha mãe. Nesse momento difícil que eu estava passando, a Laura estava sendo minha grande amiga e confidente.
               Só que, assim que comecei a falar aquilo, pensei que a minha mãe ia ter um treco, pois ela gritou comigo e disse que ela não admitiria aquilo de forma alguma, que falaria com meu pai, com meus tios e que toda a família seria contra a minha união a minha prima.
               Sabem, aquela hora que parece tudo fica claro na sua mente e você consegue juntar todas as peças e ver o que estava ali, bem na sua frente e você não conseguia ver antes. Naquele momento eu tive um daqueles cliques. Juntei todas as vezes que minha mãe simplesmente não admitia que eu ficasse junto da Laura, com todas as vezes que as pessoas falavam que eu e a Laura tínhamos as feições do rosto idênticas e pensei também em vários outros sinais. E tudo levava à mesma conclusão.
               E então falei para a minha mãe da forma mais calma que consegui:
               — Mãe, eu e a Laura somos irmãos?
               Nesse momento ela quase caiu para trás. Ficou vermelha e o sotaque gaúcho voltou forte, evidenciando que ela estava nervosa. Sem falar a cara de espanto dela e a cor vermelho vivo que tomou conta do ser rosto.
               E eu insisti!
               — O papai sabe disso? Sabe que eu sou filho do tio Zezinho? E a minha irmã, que morreu, também era filha dele? E o Zé Renato?
               Minha mãe parecia que ia explodir a qualquer momento e gritou comigo desesperada:
               — Seu moleque atrevido! Como ousa insinuar isso? Não é porque já está grande que não vai apanhar...
               — Então negue! Jure pela sua alma que estou mentindo!
               — Não venha com isso, seu insolente...
               Nessa hora eu olhei para o lado e vi a Laura, em pé, na porta da sala, com uma cara muito espantada. Virei para ela e perguntei:
               — O que você ouviu? — E ela respondeu:
               — O bastante...
               Minha mãe se virou para ela e falou:
               — Não dê ouvidos para o que ele está falando...
               Nessa hora a Laura deu meia volta, passou pela porta e saiu da casa.
               Eu fui para o meu quarto, joguei todas as minhas coisas de volta na mala e fui saindo, com a mochila nas costas, arrastando a mala com uma das mãos e tentando me apoiar na bengala com a outra mão.
               A minha mãe, ao me ver saindo, veio me perguntar onde eu estava indo e respondi:
               — Para bem longe daqui.
               Saí de casa “sob o olhar de quem nunca me quis”, que minha mãe me deu.
               Encontrei a Laura ainda dentro do carro, em frente da casa dos meus pais. Ela estava segurando com força o volante da F-4000.
               Perguntei se ela queria que eu dirigisse e ela escorregou para o lado. Joguei minhas coisas na caçamba e então entrei no carro e saímos. Passamos a tarde toda conversando no parque das Nações.
               A Laura me perguntou o que eu iria fazer e eu disse que não me importava mais com nada daquilo e que não voltaria para lá tão cedo. Ela, por sua vez, disse que pensaria mais no assunto antes de tomar alguma decisão.
               Na realidade a Laura e o Lucas sempre foram criados comigo, como se fossem meus irmãos e aquilo não mudaria em nada o amor que eu sentia por eles.
               Quanto ao Zé Renato, acho que pela diferença de idade, eu tinha até uma certa admiração por ele na época de minha infância e juventude, porém isso tudo se perdeu.
               Perguntei se a Laura queria algum outro tipo de apoio e ela me disse que estava bem e que tinha muita coisa para pensar.
               Como ela estava bem e eu não tinha mais nada para fazer lá, pedi para a Laura me deixar em um hotel perto da rodoviária, pois decidi que voltaria para São Paulo no dia seguinte. Ela até me perguntou se eu não iria esperar meu pai, pois ele voltaria para casa na noite do dia seguinte, e eu respondi que não, pois já estava cansado daquilo tudo. Fora que não iria adiantar nada, uma vez que meu pai sempre foi ausente e era um coitado de um pau mandado perto da minha mãe. Ele não tinha voz ativa e só concordava com o que ela dizia.
               A Laura ainda perguntou se eu não queria que ela fosse comigo para São Paulo. E eu agradeci e recusei, pois aquela luta para reorganizar a minha vida era só minha.
               
               Saí cedo de Criciúma e cheguei em São José dos Campos já a noite. Fui direto para um hotel. Era o hotel que o pessoal da empresa costumava usar, pois era bem localizado, limpo, bonito e as diárias não eram muito caras. E, logo no check-in, tive uma grata surpresa, quando o atendente me informou que eu tinha seis pernoites de cortesia e perguntou se eu queria utilizá-los.
               Como o contrato da minha antiga empresa com o hotel estava feito no meu nome, isso me levou a crer que as cortesias eram pela fidelidade do pessoal que sempre se hospedava lá.
               Claro que eu aceitei! Fui dormir e na manhã seguinte já comecei meus contatos.
               Minha intenção era residir na cidade. Conversei com um corretor, para conseguir um apartamento para mim em um dos bairros que eu sabia que a Manú não frequentaria normalmente. Depois conversei com o advogado e recebi a informação que a Manú ainda não havia entrado com o processo de divórcio. Depois conversei com o meu amigo e lhe falei que estava pronto para começar o meu doutorado no ITA.
               Eu sempre acreditei que tem um tempo pra tudo. E apesar do convite para estudar nos Estados Unidos, ainda não era o tempo de ir morar em outro país.
               Por fim, liguei para a Manú e combinamos de nos encontrar naquele mesmo dia, a tardinha, em um barzinho perto da Arena Pôr do Sol, no Banhado. Marcamos o horário e ela disse que sairia do trabalho direto para lá.
               
               Eu fui de táxi e cheguei antes dela, peguei uma mesa com uma vista bonita e fiquei esperando.
               Quando ela chegou me deu um frio na barriga, pois ela estava linda, de salto alto, um vestido preto bem soltinho e um blazer por cima. Seus cabelos longos, lisos e negros brilhavam com a luz do por do sol. Fora o sorriso lindo e gostoso que ela deu assim que me viu. Como era bom ver a Manú com a expressão feliz.
               Ela se sentou na minha frente e eu não conseguia parar de olhar para ela. Porém eu queria ter uma conversa franca, pois ela parecia bem menos frágil agora.
               — Beto, meu amor! Eu fiquei tão feliz quando você me ligou... eu ficava olhando o e-mail e as minhas mensagens a cada 10 minutos, pra ver se você mandou algo. E fico pensando nas nossas conversas e nas coisas que quero te contar...
               E respondi para ela o mais sério que eu pude:
               — Sabe Manú, o que você fez doeu muito e eu achei que me afastando de você a dor iria embora, só que não deu certo. Eu sinto a falta de você, mas te ver aí na minha frente, também dói muito. Acho que o tempo vai me ajudar a me liberar dessa tristeza, para seguir em frente.
               — Eu te amo!!! Tínhamos uma vida perfeita, você fazia eu me sentir como se fosse a única mulher do mundo... e eu sinto muito que você tenha passado por isso, mas não quero viver o resto da minha vida sem você...
               — Eu também sinto muito! Tudo isso me fez mudar, eu tô diferente... e não de um jeito bom...
               Desde criança eu sempre procurei ser bom. Eu tinha a ilusão de que seria compensado por ser uma pessoa boa e que as pessoas más iriam sofrer. Eu acreditava no ditado de que aqui se faz e aqui se paga.
               Agora, adulto, eu já não acreditava mais nisso. A injustiça reina no nosso mundo. Vejo tantas pessoas más se dando bem e, para isso, elas prejudicam muitas pessoas boas. Eu cresci, eu vi um mundo cruel e não acreditava mais nesses contos de fadas.
               A Manú viu a minha expressão séria e contou o que eu estava falando, ao dizer:
               — Nós passamos por muitas coisas. Muita coisa mudou, mas nem tudo... eu vou adorar conhecer esse meu novo marido.... O Thomas vive me ligando. Está preocupado contigo. Se você conversar com ele consegue até o seu emprego de volta.
               — Em parte você tem razão. Eu tenho mesmo que conversar com ele, mas não para pedir emprego. Para lá eu não volto. Eu vou ter que trabalhar em alguma outra coisa, antes que meu dinheiro acabe, só ainda não sei em que.
               — Beto, todo mundo que conheço gosta de você. Você pode criar outra empresa! Amor, eu já sei que você tem culhão para isso. Você sabe que pode fazer o que você quiser e que vai fazer sucesso, independente da direção que escolher. E eu queria estar do seu lado!
               Só de ficar ali na frente dela já era uma verdadeira tentação e ela ainda me lançava uns olhares discretos, porém sedutores e maliciosos, que me deixavam desconcertado. Quando ela fazia isso eu levava minha mão até a altura do bolso da calça e passava o dedo no “amuleto” que me fazia resistir às suas insinuações.
               E assim continuei falando:
               — Depois eu resolvo isso. Eu te chamei para ver dois assuntos importantes. Temos que dar uma destinação ao dinheiro daquele crápula. Da última vez eu sugeri doarmos tudo. Dividimos meio a meio e você doa a sua metade e eu a minha. Peguei com o Tavares a orientação de como fazer isso legalmente e vou te enviar. A outra coisa é quanto ao divórcio, que você ainda não deu entrada no processo.
               — Assim como você eu também não quero aquele dinheiro e concordo em dividirmos. Quando ao divórcio, eu queira esperar mais um pouco. A gente poderia conversar mais sobre isso... eu estou aqui... eu sinto falta de você...
               — Sabe, eu te amava a mais que tudo nesse mundo e só queria o seu bem e a sua felicidade. Ver você bem e feliz já me bastava. Manú, eu confiei em você e você destruiu tudo que nos tínhamos. Sabe, quando eu faço uma promessa eu cumpro. Eu estou suportando as perdas, as solidões, as lágrimas que vêm a toda hora. Mas já é hora de recomeçar. Ainda vou sofrer muito e não sei se quero apostar que vamos voltar a ficar juntos um dia.
               — Eu tô disposta a arriscar! O prêmio é bom demais! É na saúde e na doença. Você cuidou tão bem de mim quando eu estava mal... Eu sei o que lhe fiz passar, e que a culpa é minha por ter dado tudo errado. Queria poder desfazer tudo, mas não posso. Eu nunca vou desistir de nós dois... Você sempre viu em mim alguma coisa a mais do que as outras pessoas... Você nunca me julgou, não estava atrás de um estereótipo, não me idealizava como uma mulher perfeita... eu sempre pude me abrir com você... Fora que você é o homem mais interessante que já conheci!
               — Você sempre será a mulher da minha vida. Acho que vou te amar onde quer que você esteja ou com quem estiver, só que não consigo mais ficar contigo...
               — Beto, você nunca vai me perdoar! Tudo que vale a pena exige sacrifício, fé e paciência. Não tem um dia que eu não pense no quanto te magoei. Eu queria ter a oportunidade de compensar e te fazer feliz em todos os dias da minha vida. Tempos difíceis também são tempos de fé e todos os dias começo minhas orações pedindo para você ser feliz... para você me perdoar...
               — Eu já te perdoei, só que o perdão não me trouxe amnésia! Eu queria ter te perdoado e seguir em frente, viver minha vida sem olhar para trás! Ou voltar contigo sabendo que você não vai mais me magoar, assim como fez da outra vez. Entretanto, eu não consegui nenhuma dessas coisas... não é orgulho... eu só não consigo... Manú, eu só quero a sua felicidade e não sou tão ruim a ponto de nunca te perdoar, mas eu vi um lado seu que fez me questionar se realmente eu sou o que você precisa e se você vai ser feliz do meu lado. Se for preciso eu te deixar para você seguir em frete e ser feliz é isso que eu vou fazer. Por você eu estou disposto a ir embora. Sei que no futuro serei apenas uma lembrança de... sei lá, de um erro que você cometeu. E com o tempo você até se esquecerá de mim...
               — Você está errado! Eu só queria dizer que eu te amo, que você é o amor da minha vida e que sinto muito por ter feito aquilo e ter te magoado. Eu lamento ter machucado você e queria que me dissesse o que posso fazer pra provar que te amo e que aquilo nunca mais vai acontecer.
               — Eu devo ser amaldiçoado! Toda vez que me apaixono por alguém acontece uma merda bem grande.
               Os olhos dela, verdes como esmeraldas, se encheram de lágrimas. E eu disse que ia embora.
               — Poxa Beto, fica mais um pouco!
               — Depois conversamos, eu estou indo.
               — Você está de carro? Quer que eu te leve?
               — Eu pensei em ir andando. Eu não estou hospedado muito longe daqui e tenho muita coisa para pensar.
               — Não jogue tudo fora, vamos conversar outro dia. Eu te quero de volta! Você é o meu marido. É a pessoa que eu mais amo nesse mundo. Me deixe te conquistar de novo... Vamos nos conhecer de novo... sem pressa... Podemos jantar amanhã ou pegar um cinema... eu sinto muito a sua falta dos nossos programas de final de semana.
               Ela Teve um soluço de choro e enxugou o nariz antes de continuar:
               — Eu não vou dizer que sou inocente na história. Eu não nego que errei e te magoei, mas eu estava frágil... perdida... e eu achava que a Millene estava me ajudando. Ela conversava comigo, me aconselhava e oferecia o ombro para chorar. Eu não tinha por que desconfiar dela, afinal ela era minha amiga, sua cunhada, mãe do Oliver... Ai Beto, eu sinto muito... me perdoa!
               Eu fechei os olhos e respirei fundo para não cair na lábia dela, que continuou falando:
               — Quando você disse que iria ficar aqui em São José eu pensei que teríamos uma segunda chance...
               Me levantei bruscamente e, antes de sair, eu peguei no bolso da calça e joguei sobre a mesa o cartão de memória que a Millene havia me entregado e disse para a Manú:
               — Falando no diabo, a Millene foi me procurar, em Brasília, depois do acidente e me deu isso... ela não só filmou a segunda transa de vocês, mas sim gravou as duas vezes que vocês foderam. Não consegui assistir nem dois minutos da primeira gravação... aquilo me embrulhou o estômago. Mas o Zé Renato deve ter morrido de tanto bater punheta vendo isso... isso se ele não participou também... não sei mais de nada... como eu disse, não consegui ver os vídeos. Tai, você pode fazer o que quiser com isso, eu não me importo...
               Eu nem olhei para a cara da Manú. Dei meia volta e, após dois passos, ouvi ela falando alto:
               — Beto, não vá embora... Beto... Você pode brigar comigo... Só não vá embora, pelo amor de Deus! Eu vou ser persistente, implorar e me humilhar até você voltar para mim. Você tem todo o direito de estar chateado...
               Ouvindo aquilo eu me virei novamente e fui para cima dela. Ela estava sentada do outro lado da mesa, então encostei a coxa do meu lado da mesa (e isso doeu), me curvei para chegar mais perto dela e falei sério, elevando um pouco mais a voz e a assustando:
               — Eu fico chateado quando o meu time perde ou quando quero correr à tardinha e está chovendo... Você conseguiu me destruir... eu tô arrasado! Eu era completamente apaixonado por você... poxa, eu te tratava como a uma princesa e você...
               Eu não consegui terminar a frase. Meus olhos pareciam duas torneiras e as lágrimas escorriam sem parar. Antes de começar a soluçar eu me virei e fui embora, caminhando bem devagar e prometendo a mim mesmo que nunca mais choraria por alguém que não merecesse.
               Apesar da dor que ainda sentia na perna, devido ao atropelamento, eu já não estava mais precisando da bengala (mais por teimosia). O percurso até o hotel, que antes eu faria em uns 15 minutos, acabei levando mais de uma hora e, nesse tempo, fui refletindo sobre a minha relação com ela.
               A Manú era a pessoa mais importante da minha vida toda. Eu a amava, mas não queria amar mais, porque não sabia se um dia iria voltar a confiar nela. E ainda estava muito magoado e ferido, pois cuidei dela, me sacrifiquei, fui carinhoso, a elogiei, mandei flores, dei presentes, a protegi e ganhei um par de chifres como sinal de gratidão.
               No meio do caminho veio uma chuva forte para me tirar dos meus devaneios. Aquele milagre da natureza veio lavar meu coração e na minha alma, que ainda estavam indecisos.
                           
Foto 1 do Conto erotico: SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 73

Foto 2 do Conto erotico: SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 73

Foto 3 do Conto erotico: SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 73


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obetao Comentou em 12/07/2025

Samuelpanda e jule4046, obrigado por acompanharem a história. Quem sabe eles se acertam nessa reta final. Grande abraço

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obetao Comentou em 12/07/2025

Tico, os pais do Beto não são pessoas mas. Encontramos gente assim todos os dias e família não dá para escolher.

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obetao Comentou em 12/07/2025

Olá Logan30, eu deixei várias pistas e procurei esconder ao máximo essa possibilidade.

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samuelpanda Comentou em 12/07/2025

Eu na minha humilde opinião, acho que o que a sua primeira esposa fez com você foi muito pior e você deu uma segunda chance a ela. Desculpe-me a intrusão mais acho que a Manú merece o seu perdão que você já disse que a perdoou. mais também merece a reconciliação com você.

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samuelpanda Comentou em 12/07/2025

Betão meu caro, a Manú errou feio com você, sendo assim você está coberto de razão por estar magoado e decepcionado com ela, só que olhando lá atrás você meu caro pisou feio na bola com seus dois melhores amigos, e olha que o Bidu teve toda a razão do mundo de se quer olhar na sua cara, mais ele o perdoou, então logo após esse episódio você engravidou a mulher do outro seu amigo, certo que até hoje ele nem sonha com isso. Então meu caro custa você perdoar a Manú e viverem felizes?

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jule4046 Comentou em 12/07/2025

1- Laura e Beto Irmãos? Faz todo sentido!! 2- Está na hora do Betão começar a englolir o orgulho e abaixar a guarda (na minha modesta e ignóbil opinião). A Manu errou? Não está em discussão mas as circunstâncias servem como atenuantes para qualquer pessoa sensata. Existem sentimos positivos que transbordam e está na hora de pesar isso em confronto com os contras. Posso parecer um romantico mal-curado, mas acredito que um amor sincero pode mover montanhas e poderia virar safadeza

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tyco Comentou em 11/07/2025

Ninguém merece uma mãe igual a do Beto. Belíssimo conto. Parabéns

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logan30 Comentou em 11/07/2025

Que reviravolta deliciosa! Eu nunca imaginei que a Laura era irmã do Beto. Você nos enganou direitinho.




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Ficha do conto

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obetao

Nome do conto:
SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 73

Codigo do conto:
238026

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
11/07/2025

Quant.de Votos:
8

Quant.de Fotos:
3