O Amanhecer das Leoas



A luz da manhã atravessava as cortinas do recanto quando abri os olhos. Meu corpo ainda latejava, marcado pela selvageria e pelo romance da noite anterior. Ricardo dormia ao meu lado, o peito largo subindo e descendo lentamente, a respiração pesada. Eu ainda estava colada a ele, a perna jogada por cima do seu corpo, como se temesse soltá-lo.
Sorri sozinha. O perfume dele, a pele quente, o peso do braço sobre minha cintura… tudo me lembrava de como havíamos queimado juntos até a última gota de força.
O celular vibrou no criado-mudo. Olhei sonolenta, e quando vi o nome, não consegui conter a risada. Era Karol.
Atendi com a voz ainda rouca.
“Você não tem limites, Karol. Sabe que horas são?”
Do outro lado, só risadas.
“Ah, Viviane, eu precisava te ligar! Você não vai acreditar na minha noite. O Alberto… meu Deus, o Alberto!”
Ergui a cabeça e olhei para Ricardo, que resmungou, virando-se de lado, ainda dormindo pesado. Levantei devagar, tentando não acordá-lo, e fui até a sala, rindo sozinha.
“Conta logo, mulher. Você tá com essa voz de quem não dormiu nada.”
Karol suspirou, ofegante só de lembrar.
“Viviane, ele é um furacão. Eu achei que ia acabar com ele, mas… foi ele quem me dominou. Nunca senti nada assim. Você tinha razão, aquele olhar, aquele corpo… e o jeito que ele fala, que me prende… é de enlouquecer.”
Sentei no sofá, apertando os joelhos, rindo e balançando a cabeça.
“Então a minha irmãzinha finalmente encontrou alguém à altura? Eu quero detalhes depois. Todos.”
Karol gargalhou.
“Ah, pode deixar. Mas deixa eu te dizer: agora eu entendo cada vez que você ficava com aquela cara sonhadora depois de uma noite com o Ricardo. É a mesma coisa, Viviane. Eu tô em transe até agora.”
A gargalhada foi mútua. Era como se as duas leoas tivessem finalmente encontrado seus pares.
Atrás de mim, senti os passos pesados de Ricardo. Ele apareceu na sala, apenas de cueca, os olhos ainda semicerrados, e resmungou com a voz grave.
“Karol, já cedo enchendo a casa com sua gritaria?”
Karol ouviu e quase caiu na gargalhada do outro lado da linha.
“Ah, Ricardão, relaxa. Hoje eu tô mansinha. Quem não vai relaxar é o Alberto, porque eu vou acabar com ele.”
A ligação terminou em risadas, e eu desliguei ainda sorrindo. Olhei para Ricardo, que já me observava em silêncio, e senti o peito aquecer. Karol tinha seu Alberto. Eu tinha meu guardião. E naquele amanhecer, nada parecia mais certo.

Desliguei o telefone ainda rindo. Ricardo, em pé no meio da sala, me observava com aquele olhar grave que misturava ciúme e desejo. Eu, sentada no sofá, ergui os olhos para ele e brinquei.
“Viu só? A Karol não perde tempo. Agora é a vez dela ficar em transe.”
Ele se aproximou, ajoelhou-se diante de mim e apoiou as mãos firmes nas minhas coxas. Sua voz saiu rouca.
“E você acha que é só ela que pode ficar em transe, Viviane?”
Antes que eu respondesse, ele afastou minha camisola e me beijou entre as pernas, faminto. Um gemido escapou da minha boca enquanto suas mãos me seguravam com força, me obrigando a abrir mais para ele. A língua dele trabalhava em cada detalhe, lenta e depois feroz, me fazendo tremer e agarrar seus cabelos.
Levantei-o de repente, invertendo o jogo. Empurrei-o contra o sofá e me sentei em seu colo, encaixando-o em mim sem aviso. O grito grave dele se misturou ao meu quando comecei a cavalgar forte, os seios saltando, o corpo inteiro pulsando. Ele tentava me segurar, mas eu não deixava. Beijei sua boca, mordi seu lábio e sussurrei.
“Hoje quem manda sou eu.”
Ele sorriu de canto, desafiador, e segurou minha cintura, penetrando ainda mais fundo. Os gemidos encheram a sala, e o amanhecer ganhou novas cores enquanto nos consumíamos de novo, selvagens e apaixonados, até explodirmos juntos em mais um orgasmo arrebatador.
Exausta, desabei sobre seu peito, o coração disparado. Ele passou os dedos pelos meus cabelos e murmurou.
“Você é fogo, Viviane. Só você me deixa assim.”
Passei o resto da manhã grudada a ele, até que finalmente nos arrumamos para encarar o dia.
Mais tarde, já em casa, Karol apareceu radiante, ainda com aquele brilho nos olhos. Sentamos à mesa, só nós duas, e inevitavelmente começamos a falar sobre a noite anterior.
Ela se inclinou, quase conspiratória.
“Viviane, você não faz ideia. O Alberto é… é diferente de tudo. Forte, atencioso, mas quando quer, me domina de um jeito…”
Eu gargalhei, lembrando de cada instante da madrugada com Ricardo.
“Ah, eu faço ideia sim. E posso te garantir: você ainda vai se perguntar como conseguiu viver sem sentir isso antes.”
Karol cobriu o rosto, rindo como adolescente.
“Então é isso? É assim que você vive com o Ricardo? Nessa intensidade toda?”
Respondi com firmeza, olhando-a nos olhos.
“É exatamente isso. Um fogo que não apaga nunca. E se eu tivesse que começar de novo, não pensaria duas vezes.”
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, até os olhos marejarem. Depois me abraçou forte, rindo e chorando ao mesmo tempo.
“Então pronto. Agora somos duas leoas com dois homens que sabem nos domar… ou pelo menos tentam.”
Rimos juntas, cúmplices, sabendo que nossas vidas tinham mudado para sempre.


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Comentários


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lozo Comentou em 08/09/2025

Que conto maravilhoso, que bela e excitante escrita, do inicio ao fim, pura e deliciosa sacanagem, excitação pura e deliciosa. votado e aprovado

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farmaceutico- Comentou em 08/09/2025

Adorando essa saga !




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Ficha do conto

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Nome do conto:
O Amanhecer das Leoas

Codigo do conto:
241900

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
08/09/2025

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