Desabafo-Homem com Testosterona Não Faz Chororô

Existe algo que me revolta: quando alguém se aproveita de uma situação delicada, daquelas que a sociedade aponta o dedo, para usar como chantagem emocional e tentar me dobrar. Isso não é diálogo, é manipulação. Foi exatamente o que fizeram comigo. Pegaram um “erro”, entre aspas, porque só quem vive sabe o peso do que vive, e vieram com ironia para me empurrar na direção do desejo alheio. Eu não admito. Isso não combina comigo. Se quiser falar comigo, venha com carinho, atenção e verdade. Não tente me conduzir pela via da malícia.

Minha postura aqui

Não estou aqui por fama, curtidas, votos ou seguidores. Uma amiga me apresentou a plataforma e eu transformei isso num desafio: relatar a história que estou vivendo. É um diário, não uma vitrine.
Eu respondo a todos que me escrevem. Faço isso com carinho e respeito, porque reconheço o valor de quem dedica tempo para me mandar uma mensagem. Ao mesmo tempo, imponho limites. Quem conversa comigo sabe como sou: atenciosa, educada e clara. Não alimento joguinhos, não dou margem para segundas intenções quando não existe espaço para isso. Quem não respeita meus limites encontra meu silêncio ou meu bloqueio.

Há homens que, ao receberem um não, escorregam para o mimimi, para o papel de vítima. Não é de testosterona biológica que falo, é de postura. Homem de verdade não se apequena, não dramatiza, não tenta inverter a conversa com choramingo. Homem de verdade é firme e gentil ao mesmo tempo, tem garra, fogo e também delicadeza.
E digo às mulheres: relacionamento se nutre no cotidiano. Um sorriso quando ele chega cansado, um “como foi seu dia?” muda o clima da casa. Respeito e cuidado acendem mais do que qualquer discurso. Eu não sou perfeita. Tenho erros, muitos. Mas não negocio integridade, nem aceito manipulação mascarada de preocupação.

O limite, a verdade e os fatos

Abaixo, a sequência exata. Primeiro a mensagem recebida. Depois, a minha resposta. Em seguida, a contra-resposta da pessoa. Mantive o conteúdo, retirei identificações pessoais.

Primeira mensagem recebida
“Ah, o destino! Esse já me pregou algumas peças, mas minha balança ainda está positiva, tenho tido, pelo destino, grande número de agradáveis surpresas!
Estou seguro que, se quisermos o Cosmos nos propiciará um encontro mágico, pleno de sabores inesquecíveis.
Quindi, tenho que te confessar uma coisa: ‘sou veramente guloso’! Vou querer sentir teu perfume natural beeeeeeem de pertinho… Hummm acho que irei me embriagar de sentimentos!”

Segunda mensagem recebida
“Meu sonho chamado Vivi! Um lindo dia para uma linda mulher!
Veja:
‘[usuário] comentou em 04/09/2025
Diferentemente dos homens que trepam com qualquer mulher de corpo bonito, ou com olhares provocadores, a mulher elege! Sim, você elegeu esse homem para si. Percebeu a boa postura, sentiu-se protegida, amparada, escoltada! Wow… cadê o marido? Ah, viajou… rsrs… Você também viajou no sentimento pelo teu eleito. Aproveite bastante. Siga casada com teu atual marido, claro! Mas divirta-se bastante com o Ricardo e com outros também, tantos quantos você possa eleger’!
Li o teu primeiro conto, em 04/09/2025, me recordo de cada letra escrita e repetiria agora o mesmo comentário! Leia novamente meu comentário e saiba que eu não o mudaria, em nada (baseado nas tuas palavras: ‘amo meu marido’).
Na primeira mensagem que te fiz, disse que você escreve de maneira tal, que o leitor pode ver um filme em sua frente. No meu caso, participo como espectador presente, motivo pelo qual entendo a tua trajetória, e a respeito.
Embora eu tenha lhe dito que a mim não importa a veracidade do texto, mas o sentimento que ele gera, acho que te conheci um pouco, pelos teus desabafos.
Ancora, quando você falou em ‘preço a pagar’, me preocupei!
Minha preocupação baseia-se em:
1 – Você é uma mulher poderosa, capaz de ‘qual cosa’!
2 – Considerar que esse preço, ou custo, ou dívida será eterno, não é correto.
3 – Tenho certeza absoluta que você já gerou positividade a volume capaz de pagar a essa pessoa a quem você julga dever alguma coisa, com juros sobre juros. Faça as contas, você não deve mais nada!
Bem, vou me conter para não invadir as tuas particularidades. Só falaremos um pouco mais sobre isso, se você desejar, ok!
Sigo te acompanhando.

Minha resposta
“Li atentamente suas palavras e vou responder ponto a ponto para que não reste dúvida.
Você disse: ‘Diferentemente dos homens que trepam com qualquer mulher de corpo bonito, ou com olhares provocadores, a mulher elege!’
O que vivo não é ‘eleger’ alguém num catálogo. É afinidade, respeito e entrega. Reduzir isso a uma eleição simplista é não compreender a essência do que escrevo.
Você continuou: ‘Sim, você elegeu esse homem para si. Percebeu a boa postura, sentiu-se protegida, amparada, escoltada!’
O que me prendeu ao Ricardo não foi postura ou aparência. Foi a maneira como ele me enxerga, com ternura e intensidade. Essa profundidade não cabe em rótulos como ‘amparada’ ou ‘escoltada’.
Depois ironizou: ‘Cadê o marido? Ah, viajou… Você também viajou no sentimento pelo teu eleito.’
Não é piada. O que vivo não é uma ‘viagem de sentimentos’. É realidade, com peso, dor e paixão. Reduzir isso a gracejo é desrespeitoso.
Você sugeriu: ‘Siga casada e divirta-se com o Ricardo e com outros também.’
Aqui está o maior equívoco. Eu não procuro ‘outros’. O que nunca imaginei ter, encontrei em Ricardo. Não preciso multiplicar experiências para validar minha vida.
Você lembrou: ‘Amo meu marido.’
Amor se transforma. A forma como amo o Rubens hoje é diferente da forma como vivo com o Ricardo. Amar não é negar a si mesma nem se prender a rótulos sociais.
Você disse que me respeita como espectador presente.
Quem respeita de fato não tenta me enquadrar em moldes que não são meus.
Sobre ‘preço a pagar’: essa balança é minha, não sua. Não cabe a você calcular minha dívida nem declarar quitação.
Quando compartilho, não peço instruções. Expresso. Se quiser continuar, será bem-vindo, dentro do respeito. Se insistir em tentar me moldar, usarei as ferramentas da plataforma para encerrar o contato.
Sigo com clareza e verdade.”

Contra-resposta recebida
“Não me vejo merecedor de nada que você escreveu agora!
Por que me tratas assim, nunca te propus nada, apenas sempre te incentivei?”

Encerramento e providência
Diante da vitimização e da incoerência, não respondi. Apliquei bloqueio.

Para quem ainda insiste em enviar fotos indecentes achando que isso impressiona, aviso: eu não sou entomóloga para ficar analisando tiquinho de fuder grilo. Quer chamar minha atenção? Mande flores, mande palavras de verdade, pergunte como foi meu dia. Eu respondo com carinho a quem chega com respeito. O resto é ridículo e esgota minha paciência.

Fecho
Minhas escolhas são minhas. Eu aceito quem eu quero aceitar, do mesmo jeito que ignoro ou bloqueio quem ultrapassa o limite. Não sou obrigada a agradar ninguém, nem a abrir espaço para todos. Tenho o direito de escolher com quem converso, com quem troco energia, com quem divido meu tempo.

E para quem ainda insiste em cobrar presença, entenda de uma vez: eu não vivo conectada vinte e quatro horas por dia. Tenho vida, responsabilidades, afazeres. Muitas vezes demoro para responder porque simplesmente não estou online. Isso não é falta de educação, é realidade.

Estou aqui para relatar minha história, não para cumprir expectativas alheias. Quem compreender isso, terá de mim carinho, atenção e respeito. Quem não compreender, vai se perder no caminho.