Acontece que um dia vi ele me esperando ao lado de uma professora bem jovem. Usava óculos, rostinho de santinha, magrinha, seios médios, não tinha muito quadril, mas belos cabelos cumpridos e lisos em tons ruivos castanhos. Um olhar meigo, furinhos nas bochechas. Foi aquela coisa de atrair mais do que devia. Tentei ser notado, mas em meio a tanta gente, não consegui. E fora que ela mexia no celular como se buscasse um contato de alguém.
Dali em diante passei a torcer para achar ela e poder ver mais. Mas não foi tão rápido. Uma semana depois, quando já até tinha tirado ela da cabeça, me aparece de saião, super sexy, parecendo uma secretária. O óculos de grau dava um charme a parte. Queria muito ter a chance de ser notado.
Indo embora, perguntei um pouco sobre a professora e, em resumo, me falou que tinha uns 23, dava aulas de inglês, era muito fechada e também firme. Não era casada, mas tinha um namorado que sempre ia buscar ela. A última parte foi algo nada legal de saber, mas...
O tempo passou e a via uma a duas vezes por semana. Ficava naquela paixonite. Até que um dia me atrasei pra buscar meu afilhado e topei com ela sendo buscada pelo namorado. Um cara mais novo que eu (tinha uns 30 na época) e com jeito de não ter onde cair morto. Também não tinha nenhum charme ou beleza. Era mais feio que eu e senti um ciuminho besta.
Nesse dia ela também me notou. Quando montou na moto dele, que estava na minha frente, se despediu do meu afilhado e finalmente me viu. Sorriu e deu um tchauzinho, achei fofo. Mesmo ela montando na garupa do outro.
Mas algo desde então mudou. Ela agora aparecia todo o dia e sempre mais perto de meu afilhado que antes. Quando eu chegava e ele me via, ela parava de mexer com o celular e ficava dando umas olhadas pra mim e, sendo notada, dava tchauzinho com um sorriso bem mais generoso. Tinha aquele ar de inocência, de santinha.
Pensei mil e uma coisas desde então. Mas não passava disso até me pedirem pra ir na reunião dos pais pegar o boletim do afilhado. Algo que nem pensei duas vezes em aceitar. Claro que iria ver ela mais de perto.
Nesse dia ela estava com uma calça jeans justa, blusinha tipo top e jaquetinha, a barriguinha de fora e o decote valorizando o busto. Era impossível não ficar ereto vendo ela. E pra variar, após as falas de diretor e do papagaio, ao buscar o boletim, notei que ela faria a entrega dos alunos da turma de meu afilhado. Claro que fingi estar em ligações pra os pais irem sendo atendidos e esvaziarem o lugar.
Finalmente fui, tremendo feito primeiro encontro. Me apresentei e ela também. Elogiou meu afilhado, quis saber se era tio ou algo assim e daí ela mesma puxou assunto sobre comportamento sempre com um ar de dar indireta pra mim. Ficava me observando, mexendo no cabelo, mesmo eu mais na defensiva.
Na conversa mole aproveitei pra perguntar se ela era solteira e ela disse que sim. Perguntei sobre o cara da moto e vi que ela mentia pra mim ao dizer que era um tio, ficou sem graça. Mas não me importei e fingi acreditar. Por ela, pularia cerca. Então falei sobre o que eu fazia e disse que se quisesse conversar sobre outras coisas, que me ligasse. Mas ela inverteu e me deu o telefone falando que esse seria meu papel. Deu um olhar sacana pra mim e saí de lá no céu.
Que anja safada. Tinha macho mas deu em cima de mim. Claro que não iria julga-la, porque mais devasso era eu, que sabia de tudo e fingia ser tolo só pra comer a professora de inglês do afilhado.
Continua..