Carta para a Mari: volta

Nunca imaginei que alguém poderia ser tão marcante em ambiente virtual. Especialmente num site de contos como este que, embora haja muita sinceridade por trás de perfis com fotos questionáveis, ninguém espera algo tão envolvente.

Mais ou menos um mês atrás surgiu um perfil sem foto falando que curtia muito minhas histórias, se identificou como Mari. Dizia ser mulher, jovem, etc e eu fiquei de papo com ela sempre duvidando.

Disse ter lido todos os contos e notei que curtia muito as distopias. Falou ser admiradora do BDSM e se identificou como submissa. Aquilo aguçou meu interesse e ao mesmo tempo notei sua grande transparência em falar sobre taras, intimidades, desejos. Não tinha como não ser mulher. Dócil, tão linda e tão inteligente e meiga.

Trocavamos mensagem todos os dias até que ela resolveu publicar alguns contos. Então surgiu a oportunidade de uma relação virtual, ofertada por ela. Quando estava para mudar de fase ela sumiu e depois contou que se envolveu com uma pessoa poderosa.

Então recomendei que analisasse por si o que fazer. Dei espaço e tudo ia normal até que passou a se sentir exposta demais e dizer que haviam contos de momentos particulares que se arrependeu de postar. Sugeri que apagasse então, deixando apenas o que lhe rendesse boas sensações.

Mas a medida que o tempo passou, Mari foi se envolvendo demais com outras pessoas e relatando seus medos, pesadelos e desejos. De repente mandou recados dizendo que não se sentia segura, mas não por ameaças ou suspeita de golpe. Não se sentia bem com o rumo das coisas e prometeu acompanhar o site sem perfil.

Mari, sentirei falta das nossas mensagens. Era tão bom entrar aqui sabendo que iria aprender algo novo ou ensinar. As últimas descobertas a seu respeito me deixaram mais afim. Mas seja como for, lembrarei de você. Foi muito respeitoso e legal.

Torço para que mude de ideia e volte pro site. Beijo, Mari, do seu pretendente beta obediente e mansinho. Volta!