Amendoim, a origem



Jogava futebol de salão na escola e, pra dizer bem a verdade, o maior objetivo era tentar buscar um pouco de popularidade e, quem sabe, descolar uma namorada. A maioria dos colegas e amigos tinham uma garota pra chamar de meu amor, mas eu nada.

Só que havia um probleminha nisso, não era muito habilidoso. Só tinha velocidade e nada mais. O técnico logo me colocou na reserva e sempre que tinha algum jogo eu nem era relacionado.

Nosso time era muito bom: Lucas, Alves, João, Antônio e Michel eram os titulares. Pareciam compartilhar o cérebro nos jogos. Armando, Isac e Clóvis também sempre entravam e o resto era o resto. Jogava só quando o time estava com o resultado na mão.

Todos eram bem bacanas, gostavam de jogar e entrosar. Chamava todo mundo pra sair, era uma espécie de clubinho. Nunca rolava problema, até quando rolava de mais de um se interessar por uma colega havia um combinado pra tudo correr bem. Lucas era o líder. Habilidoso, mais bonito, mais forte e mais cortejado pelas mulheres. Mas ele era fiel a Iara.

Pois bem, nos treinos era comum que a gente fosse para o vestiário, geral tomava banho e era bem comum ver a galera de toalha na cintura e até pelado. O vestiário tinha uma espécie de antesala antes dos armários e atrás, os chuveiros. Eram seis.

Eu nunca tive problema com meu corpo até ir pra meu primeiro banho coletivo. O pessoal era dotado ou eu não tinha muita coisa. Assim que vi os primeiros caras eu fiquei sem jeito e arrumei uma desculpa para ir embora. Por ser corriqueiro, ninguém manjava pau de ninguém e nem importava com os paus meia bomba ou mesmo pequenos. Mas eu me incomodava em notar que era muito menor.

Clóvis era o menor entre os que saiam com o pau balançando pra lá e pra cá e ainda assim parecia ter quase metade do tamanho do meu estando meia bomba. E, em meio ao pessoal era comum ter conversas sobre as colegas e até mesmo o que alguns aprontavam.

Entre as colegas, uma sempre me chamou atenção. Se chamava Bianca, tinha um cabelo pintado de vermelho, era meio gótica, usava uma coleira spike, luvas, piercing na boca, magrinha e sempre aparecia com roupas largas, o que a deixava meio apagada às colegas com roupas decotadas e coladas. Mas eu sabia que ela dava de 10 nas patricinhas. Eu sempre estava na cola de Bianca e ela na minha. Ela meio que me dava bola, mas nunca assumia. Acho que esperava alguma atitude minha pra sacramentar a relação.

Eu vivia esse meu mundo de amor platônico quase real até que Michel comentou sobre ela com os outros:

- Um dia eu ainda vou pegar a Bianca!

- Sai fora cara, ela tem maior jeito de ser sem sal. Aquelas roupinhas nada a ver, jeito meio arrogante. Nem gosta de futebol. Tu vai é tomar toco dela - dizia Lucas.

- Mas ela tem algo especial.

- Só que tem o Luís que já é mó colado dela. Já deve ter até comido ela - falou Alves me mencionando.

- Verdade, Luís? - perguntou Lucas.

- É, eu sou amigo dela e tenho interesse sim. - falei sem graça.

- Então Michel, pode esquecer de Bianca. Sabe do código!

Michel acenou que sim, um pouco contrariado, mas logo passou a falar de outra e meio que deixou Bianca fora dos assuntos. No grupo, quem menciona ou se aproxima primeiro tinha preferência. A não ser que a garota não quisesse ou a coisa não evoluísse.

No segundo treino, também fugi do banho e isso se repetia. Até que o nosso lateral titular machucou feio num treino e nosso técnico me relacionou para ser reserva do reserva. Seria meu primeiro jogo em uma partida intermunicipal e nossa equipe vencia direto e sempre entrava pra levar o título. Era por conta dessa fama que muitos tentavam mudar de escola e as garotas sempre davam em cima dos caras, mesmo em jogos fora.

Viajamos numa van e disputamos o jogo. Estava 2 a 0 pra gente quando entrei. Na primeira participação fui desarmado e quase tomamos um gol, Lucas me chamou atenção de forma cordial enquanto Michel e Alves ficaram um pouco contrariados. Em competições, a amistosidade do time era meio que deixada de lado.

No segundo lance, tentei avançar e errei o passe. E na terceira não consegui voltar pra marcar e tomamos um gol. O técnico me tirou com três minutos e enquanto o jogo rolava ele trocou uma ideia comigo e disse que tava muito nervoso, pra ter mais confiança e essas coisas.

No segundo tempo eu voltei jogando. Passava mais rápido e evitava ao máximo errar. Quase dei uma assistência, fiz uns dois desarmes top de linha que fizeram Lucas até dizer que assim eu ia ficar no time principal. Isso me fez empolgar. Consegui driblar, dei um chute perigoso e iniciei a jogada do 3 a 1. Moral no alto.

Mas, perto do fim, saindo da defesa, entreguei a bola pro atacante dos caras que ficou sozinho com o goleiro. 3 a 2 e o time deles ficou em cima o tempo todo. A confiança meio que foi embora e comecei a isolar a bola pra não cometer mais erros. No minuto final, o técnico me tirou e conseguimos vencer.

Comemoramos, mas minha estreia ficou meio prejudicada. O técnico me chamou atenção no vestiário, os colegas voltaram a ser amistosos falando que errar fazia parte e meio que se comprometeram a ter mais paciência comigo e o outro colega lateral.

Finalmente chegou a hora do banho e o técnico avisou:

- Não quero moleque fedendo dentro do ônibus. Então todos pra ducha! Incluindo você, Luís.

Não ia ter como fugir. Tentei reagir de forma natural, os demais nem se importavam. Corri pra ser um dos primeiros e tirei a roupa perto das duchas ficando a maior parte do tempo de costas. Michel, Alves e Klovis entraram e acharam esquisito eu de costas.

- Vira esse rabo pra lá, cara! - zoou Michel.

- O cara tem uma bundinha redondinha, para de ficar atiçando a gente - completou Alves.

No susto eu me virei falando pra parar de ficar vendo meu rabo e, inevitavelmente eles viram meu pau. Todos ficaram mudos, mas era impossível não notar a cara de interrogação.

Mudaram de assunto e ficavam me observando às vezes. Alves perguntou sobre o jogo e Clóvis tentou deixar o clima ameno. Mas Michel às vezes fazia gesto de miudez com os dedos e eles meio que riam e trocavam códigos.

Acelerei o banho e saí. Enquanto arrumava minhas coisas pra irmos embora, os caras iam falando sobre o que viram. Eu não vi diretamente, mas os sinais e olhares indicaram e eu estava muito envergonhado.

Eis que Lucas aparece se esfregando na toalha, o maior de todos em todos os sentidos. Curioso e sem papas na língua, talvez um pouco chateado com algumas falhas minha ele perguntou:

- Você tem um amendoim no meio das pernas?

Geral riu copiosamente apontando pra mim. Não consegui nem responder. Alguns se questionavam como eu poderia satisfazer uma mulher com algo tão pequeno. Lucas então concluiu:

- Eu agora entendi o medo do vestiário que você tem. Mas mostra aí, eu não vi e tem outros que também não. Se não tem amendoim, mostra. E se tem, deixa ver que merda é essa.

Seria impossível adiar o inevitável. Humilhado, levantei e baixei. O mesmo olhar de surpresa reapareceu.

- Caraca! É muito pequeno!

E assim surgiu meu apelido. Bastava errar no treino ou fazer algo que irritasse durante o jogo que o apelido aparecia. No vestiário ninguém nunca mais ficou me recriminando por não ter tamanho, mas a cada erro: Amendoim!

Isso, claro, chamou atenção de outras pessoas. Mas os caras não contavam o motivo. As colegas que assistiam aos jogos se questionavam sobre aquilo, mas por eu não ser tão habilidoso e interessante, o assunto logo morria.

Até que, num belo dia, Bianca me procura e, curiosa, ouviu falar do apelido de amendoim.

- Porque tem esse apelido? - falava as palavras com um rosto interrogativo.

Continua...


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Amendoim, a origem

Codigo do conto:
247476

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
19/11/2025

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