No dia seguinte, fui à escola mais cedo que o normal. Meu pai estranhou, mas depois falou que antes ir mais cedo que me atrasar. Queria tanto que ela pudesse chegar logo. Mas como não combinei nada, ela chegou na hora de sempre.
Antes a via chegar estando na sala. Nesse dia a esperei do lado de fora da escola. Queria tentar beijar ela novamente.
- Oi Bru, dormiu bem? - lhe alcancei perguntando.
Bruna se virou pra mim e me abraçou gostosa mente, sendo acolhida em meus braços, colocando seu rosto em meu peito e ombro e sorrindo pra mim. Parecíamos recortar o mundo para um espaço só nosso, sem mais ninguém.
- Oi amor! Dormi bem sim, espero que você também! - ela me respondeu.
- Dormi bem sim, porque dormi pensando em você. - sim, respondi bem meloso.
Bruna então puxou minha cabeça levemente pra baixo e nos beijamos. De forma idêntica ao dia anterior, mas agora de forma mais relaxada, sem aquela ansiedade e medo de ser rejeitado. Foi um longo beijo.
Depois disso, entramos na escola, mas apenas pegando na mão um do outro. Logo os colegas souberam dos dois beijos. Uma parte dos caras ficou pagando pau pra mim, outra falava abertamente que a Bruna era doida por ficar com um Zé ninguém e uma pequena parte não tava nem aí. Jorge pertencia ao grupo do nem aí, tinha superado fácil a rejeição, eu não conseguiria.
Entre as mulheres, a maior parte pouco se importou, mas as poucas que ficaram querendo saber de detalhes chegaram ao ponto de dar em cima de mim. Algo que nunca tinha acontecido antes.
Na sala seguimos sentados distantes um do outro. O objetivo era não permitir que pensassem que a gente só pensava em namorar, algo que não seria mentira dizer, mas era necessário manter as aparências.
No intervalo, aí sim, ficamos grudados. A maior parte do tempo foi apenas conversando mesmo até que um dos nossos professores convidou Bruna a subir pra coordenação. Ficamos sem entender nada, mas ela foi enquanto a aguardei. Mas ela demorou.
Já na próxima aula é que ela retornou. Fiquei curioso e preocupado, ela estava levemente apática, mas apenas disse que conversaria melhor ao final da aula.
Assim que a aula acabou, ela me falou que o coordenador tinha ouvido falar do nosso namoro e a chamou para saber se era verdade. Disse ainda que ao confirmar que estava me conhecendo, ele ficou extremamente preocupado e chateado. Perguntou se teria pedido a mão dela em namoro para os pais dela e Bruna respondeu que o lance era recente, mas que eu assim o faria em momentos oportuno.
Ela ainda contou que ele não acreditou naquilo, começou a dizer que eu poderia estar enrolando ela, que mulher correta tinha que resolver coisas assim rápido e falou um monte de preconceitos e falas machistas. No final ela assegurou que sabia das consequências e que não devia se meter pois eu iria conversar com os pais dela naquele mesmo dia.
Ouvi aquilo e arregalei os olhos achando tudo muito rápido. É claro que faria isso, mas no segundo dia de namoro? Aliás, de beijinhos? Ela reparou e pediu desculpas dizendo que o coordenador a pressionou e foi extremamente invasivo e foi ficando envergonhada, chateada, entristecida consigo mesma e talvez com minha reação até que eu tomei outra atitude:
- Bru, eu vou lá nos seus pais. Não me custa pedir sua mão em namoro. Muito pelo contrário, ficarei lisonjeado.
- Sério? - falou com uma carinha tão meiga e dócil, tão princesinha e inocente.
- Com certeza!
Mal respondi e ela me beijou. Aquele beijo, gostoso, lento, mas esse agora com mais entrega, como de uma donzela que agora tem certeza que faz a coisa certa.
O beijo foi tão bom... E o seu abraço? Hmmmm.
De lá fui em casa, falei sobre o namoro com meu pais primeiro, pedi um dinheiro emprestado e avisei que iria pedir a mão dela em namoro. Meus pais acharam tudo perfeito e fizeram questão de agilizar os detalhes.
De noite encontraria meus sogros e nada poderia dar errado.
Continua...
Realmente como você disse. Mas você ta é com tempo ne kkkk