Doce Bruna: só pode ser inveja



Namorava Bruna, agora tínhamos liberdade para ficarmos mais juntinhos na escola, embora não fosse permitido ficar dando beijos e amassos. Logo comprei as alianças de prata para celebrar o momento.

Bruna, filhinha de papai, apelido que passei a chamar devido à vida glamourosa que seus pais lhe davam, se emocionou quando fiz a surpresa de lhe dar a aliança numa manhã antes de entrarmos na escola. Não era uma aliança grande e nem suntuosa, eu não tinha muitos recursos, como o próprio pai e mãe dela tinham jogado em minha cara.

E foi a partir desse momento que o comportamento de outra pessoa passou a me chamar atenção. Jorge, colega de nossa sala, cujo pai conhecia e fazia negócios com o pai de Bruna, passou a nos espreitar. Eu sabia que ele tinha uma queda por ela desde a época do trabalho escolar, mas agora era deixar Bruna sozinha para, em questão de segundos, ele se aproximar..

Ele se afastava com um sorrisinho malicioso no rosto e Bruna sempre desconversava sobre o que falavam. Às vezes dava pra ver que ele não a incomodava, embora ela sempre dissesse que não dava bola pra ele e pra ignorar. Cheguei até a falar que se quisesse, eu daria um chega pra lá nele, ao passo que ela achou graça disso, mas logo voltou a reforçar que não precisava.

Inicialmente eu meio que ignorava a pedido dela, mas depois de uns meses e o fato de a conversa deles parecer segredo, aquilo foi me gerando ciúmes e um pouco de insatisfação. Até que depois de um tempo eu precisei tomar uma atitude.

Num dos treinos do time de futsal, no qual eu era goleiro reserva e Jorge o camisa 10, aproveitei um momento para puxar ele pra conversa. Pensei em contornar o assunto principal, que era saber o que tanto conversavam. Mas o ciúme somado ao fato de sua liberdade para aborda-la e às vezes ela chegar ao ponto de ir até ele e depois dizer que não tinha nada me fez abreviar o assunto.

- Porque você fala tanto com minha namorada? Poderia deixar ela um pouco em paz né?

- Ae, seguinte, se eu fosse você, seguraria sua onda.

- Mas você vive na cola dela, cara. Podia parar.

- Sério que sou eu que fico na cola dela? Isso poderia ser verdade antes, mas foi vocês namorarem que ela quem vem atrás de mim. Se tá incomodado, melhor você cuidar de sua mulher. Eu tô na minha.

- Que papo é esse? Tá maluco? - falei fazendo cara feia e empurrando ele, confrontando. Jorge primeiro só riu e mandou parar, os colegas de treino, que ainda não estavam internados do assunto, vieram com o papo de deixa disso.

O professor logo chegou, quis saber o motivo e a gente desconversou. O treino foi péssimo pra mim porque não estava nada concentrado enquanto Jorge parecia se fortalecer com isso. Ele era elogiado pelo professor e eu praticamente humilhado por todo mundo. Resolvi encerrar o treino mais cedo pra ir embora. Pensei até em sair do time, já que pouco jogava.

Fui ao vestiário pegar minhas coisas e instantes depois Jorge apareceu por lá sozinho, de forma sorrateira.

- Seguinte, se tá incomodado mesmo, tira ela de cima, firmeza? Eu não tenho nada a ver com isso, tô na minha e não pretendo ficar provocando e nem criando problema com ninguém. Você sabe que sou da paz, mas se for pra dar uma de bichão, de macho defendendo a namorada que vive no meu pé, aí eu não me responsabilizo pelos meus atos.

- O que quer dizer com isso?

- Quero dizer que desde que começaram a namorar, é ela que me procura. Talvez pra recordar como é bem melhor estar junto de quem pode proporcionar mais coisas pra ela.

- Recordar?

- Ela nunca te contou?

- O quê?

- Hahahaha, é sério que você não sabe?

- De quê?

- Pergunta pra sua donzela quem é o ex dela. Isso de repente deixa as coisas claras pra você. De repente você para de bancar o namoradinho otário romântico, que fica de mãozinha dada enquanto o que ela gosta mesmo é de emoção, luxo e muito pau.

Contou e saiu rindo enquanto eu fiquei nos nervos. Pensei em ir pra cima dele de novo. Como ele poderia dizer aquelas coisas da doce Bruna? E que papo era aquele de ele ter sido ex dela?

Fui pra casa de bicicleta pensando no que ele teria dito. Será que por isso que ele ficou tentando chamar a atenção dela no trabalho? Eles estariam tendo caso? Eu precisaria saber essas coisas conversando com ela.

Em casa pensei em ligar, mas seria muito esquisito fazer aquilo. Preferi esperar o dia seguinte, conversar pessoalmente. Não teria como ela mentir. Passei a pensar que eles tivessem um caso. Essa coisa dos pais deles se conhecerem, ele deveria ter acesso à casa dela. E realmente, os pais dela ficaram muito preocupados por eu ser pobre e eles ricos. Será que podiam estar fazendo uma lavagem cerebral nela?

Mas a Bruna era tão meiga, doce. Impossível pensar que ela pudesse querer emoção e pau o tempo todo. Ela era uma princesinha, tão fofinha, delicada. Dormi depois de cansar de pensar nessas coisas.

No dia seguinte, assim que a Bruna chega, ela começa a brigar comigo dizendo que confrontei Jorge e que não devia ter feito aquilo. Avisou que ficou chateada por eu não ter feito conforme ela tinha me falado, que era ignora-lo. Eu fiquei sem entender nada. Tentava falar, mas ela me atropelava e ainda me fez pedir desculpas.

O que mais me impressionou é que na breve discussão ela falou trechos da conversa que tive no treino do dia anterior.

- Bruna, então me diz? Vocês já namoraram? E se sim, porque nunca me contou?

- Olha, se é isso que tá te deixando tão transtornado. Sim, a gente namorou por um tempo, mas ele é uma pessoa do passado e não representa nada pra mim hoje.

- Se não representa, porque tá brigando comigo?

- Porque você não me obedeceu.

- E quem te falou sobre isso tudo que rolou ontem?

Bruna ficou muda por um instante, falou que não era da minha conta e depois completou:

- O Jorge foi em casa ontem falando que você queria bater nele porque eu converso com ele, pediu pra eu evitar de procura-lo pra não dar problemas, já que namoro um troglodita. Eu pensei que ele tava inventando, mas depois a Helena me falou que vocês se estranharam e o namorado dela tinha contado. Por isso, chega! Ou você para de ir atrás dele, que é algo que sempre te pedi, ou melhor a gente terminar, já que não confia em mim!

- Bruna, eu confio em você. Mas porque não posso saber o que vocês falam? Porque sempre que tô distante ele tá conversando contigo e quando eu chego ele vai e você não me conta?

- Porque não existe nada demais. Não é nada importante. Por isso, repito. Esquece ele, deixa ele em paz e ignora a existência dele, tudo bem?

- Tá.

Bruna então saiu na minha frente e simplesmente me deixou distante, diferente de outros dias. Chegando na sala vi Jorge com um sorrisinho de quem estava arquitetando algo. Minha vontade era de dar uma porrada nele. Mas não podia descumprir algo que tinha acabado de prometer.

Sentei na minha carteira, pouco prestei atenção na aula, me chateei com a postura de Bruna em me deixar pra trás. No intervalo, não fiz questão de procura-la, já que saiu correndo antes de mim. Pouco depois ficaram ela e Jorge se falando. Agora riam e olhavam pra mim às vezes. A impressão é que combinavam algo e agora nem se importavam comigo. Fiz o mesmo e fui jogar bola.

Na hora de ir embora, Bruna finalmente me procurou, pediu desculpas por ter sido tão rude. Depois falou que não queria me perder porque eu era muito carinhoso com ela e isso sempre a fazia se sentir bem. Também disse que iria fazer por onde não gerar problemas ou atritos. Mas reforçou pra ignorar Jorge.

Senti muita sinceridade dela. Ainda estava magoado por não saber que ele era ex dela, mas deixei isso pra lá também. Ficamos um pouco embaixo da árvore em frente a escola. Nos beijamos um pouco, aquele beijo lento, demorado e cheio de desejos. Era impossível imaginar que ela quisesse só pau como Jorge teria dito. Se brincar ele nem comeu ela, pensei. Devia ser inveja.

Instantes depois, Dante, o pai de Bruna liga. Diz que não podia ir buscar sua filha.

- Amorzinho, vem com Tarley. Ele deve estar chegando pra buscar o Jorge. Daí vem pra cá com eles, tá?

- Tá bem, papai!

Senti minha cara ficar sem graça com a situação. Quando vejo, Tarley, o pai de Jorge, chega com sua Dodge Ram enorme preta. Ela me dá mais um beijo e corre até o carro.

Ela se senta no banco de trás e quando penso que não, Jorge dá a entender que vai na frente, mas pula pra trás e ainda tenta me procurar com os olhos pra me provocar. Eu tava começando a odiar Jorge, mas uma coisa ficou clara e ele tava certo: quando a Dodge veio busca-la, seus olhos até brilharam.

Se eu quisesse ter aquela mulher, ia ter que estudar e ralar demais.

Continua...


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Doce Bruna: só pode ser inveja

Codigo do conto:
245025

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
18/10/2025

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