Doce Bruna: impressões

Após o episódio indigesto de saber que Bruna não tinha feito a prova por passar mal, mesmo não tendo evidências disto, e chamado Jorge pra cuidar dela enquanto eu fazia o vestibular, o ano na escola estava pra acabar.

Jorge se deu férias antecipadas e só aparecia pra jogar futsal. Eu tinha saído do time. Quando foram campeões do interescolas, fui ao jantar de comemoração a pedido do técnico. Bruna soube que eu iria e se convidou. Fui com meu pai busca-la. Não era uma Dodge Ram e ficou claro que andar em um veículo popular a constrangia.

No jantar, o Edu, um ala amigo meu contou os bastidores dos jogos. Animado, contou que o técnico tinha deixado as namoradas e amigas assistirem os treinos e a estratégia rendeu bons resultados. Ao ver Bruna se aproximar de mim a cumprimentou como velhos conhecidos. Estranhei, mas deixei passar.

O mesmo aconteceu com outros três jogadores até que procurei Edu pra saber quem ia.

- As namoradas e amigas. Já falei!

- Bruna ia?

Nesse momento vi ele perder o brilho. Ficou sem jeito e então falou:

- Mano, eu pensava que você sabia. A impressão que passava era que você deixava ela ir. Sempre foi chegada de Jorge, ele até dava carona. Mas não fala que eu que avisei hein. Nunca pareceu nada além de amizade.

Mais uma vez era surpreendido pela doce Bruna. E ainda ia com ele no carro dele. Passei a dar a ideia de que sabia de tudo pra os outros irem contando mais. Sempre longe de Bruna.

Descobri que a impressão deles era que Bruna e Jorge eram super amigos e eu não via problemas de ela ir sozinha apoiar ele e o time. Até o técnico agradeceu por isso. Me sentia otário.

- Vocês homens são tão bobos. Bruna tá tendo um caso com Jorge. Eu vi e garanto que todos flagraram detalhes. A impressão que eles têm de você é que você é um namorado liberal. - falou Ana, namorada de Marcelo e que já se apaixonou por Jorge.

Não respondi. Apenas confirmava suspeitas. Jorge chegou por último e foi super exaltado. Bruna parecia não amiga, mas devota dele. Avisei que ia embora, ela disse que Jorge a levaria. Eu não me importei. Já era trouxa mesmo.

Fui embora. Ela me ligou 3 da manhã avisando ter chegado em casa e que me amava.

- Não há nada demais. Amo seu jeito carinhoso, amoroso e bondoso.

Eu já tava era odiando esse meu jeito. Precisava dar um jeito naquilo.

Continua...