Ao chegar no prédio da associação, dezenas de outros executivos estavam revoltados com o anúncio, especialmente por ter sido feito sem consulta ao setor. Um dos mais exaltados do grupo era Danilo, um jovem empresário de 31 anos, que estava em seu terceiro casamento, sempre com mulheres negras. Todos sabiam que ele era o mais carrasco entre os chefes, inclusive com a própria esposa, que mais parecia um capacho.
- Onde esse cara acha que vai chegar? O presidente Darius é um filho da puta. Eu falei que devíamos fazer algo para não permitir que ele vencesse as eleições. Cadê os nossos amigos do alto comando do exército, vamos dar um golpe e colocar um dos nossos lá.
Danilo fazia um discurso revoltado e era seguido por uma minoria dos empresários. Outros diziam que era importante de aproximar de Darius para depois pensar em algo mais perverso como um golpe, o fato é que a reunião se estendeu e o combinado era de todos pensarem em alternativas, retornando dali uma semana para pensar no que fazer.
Eduardo se aproximou de Danilo porque embora fosse mais contido e preferisse não dizer o que seu coração preconceituoso sentia, aquele jovem empresário era a personificação de seus maiores desejos. Só não executava aquilo que Danilo dizia porque sentia que poderia ter problemas junto a opinião pública e não tinha disposição como a do amigo para viver sendo processado por suas opiniões criminosas.
- Precisamos de todos os pensamentos voltados para dar uma resposta a altura naquele presidente que quer implantar uma ditadura debaixo dos nossos narizes. Não permitiremos! - disse Eduardo para Danilo, combinando reuniões para planejarem um golpe de Estado.
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30 anos atrás
Acontece que, seguindo o plano de dominação negra, as tribos africanas duraram vinte anos para: se unirem, espantarem e retirarem todos os estrangeiros brancos que detinham algum poder sobre seus recursos e população, pacificarem seu continente e estudarem uma forma de tornar seu espaço mais desenvolvido e, ao mesmo tempo, ampliarem seu domínio em todo o planeta.
O primeiro passo do plano foi investirem em educação, pesquisa e tecnologia. Junto a isso, reuniram e procuraram por todos os negros no mundo que estivessem em universidades e conseguiram sua fidelidade para executarem o plano de vingança. Quietos e sem chamar atenção, todos se tornaram uma espécie de cavalo de Tróia em grandes centros.
Locais quem não tinham professores ou pesquisadores negros, sempre tinham faxineiras ou vigilantes assim. Não foi difícil recrutar pessoas e também não foi nada complicado ter acesso a todas as pesquisas do mundo. Mesmo nos casos em que os funcionários eram flagrados bisbilhotando algo, os chefes de pesquisa chamavam atenção dos mesmos para evitar mexer nas coisas, mas nunca imaginavam que as informações estavam sendo enviadas para o centro de pesquisas mais evoluído do mundo, na África. Ainda existia um protocolo para que os flagrados se revezassem entre centro de pesquisas não levantando maiores suspeitas.
Outra parte do plano foi reunir recursos para comprar todas as empresas terceirizadas. Algo que não foi difícil depois que os africanos tiraram os estrangeiros de suas terras. Aos poucos, 100% das empresas terceirizadas eram deles.
Os negros que saiam da África para executar o plano de dominação sempre reafirmava que seu país tinha sido destruído pela ganância e contava uma história falsa que servia para que os estrangeiros sequer pensassem em passear na África.
O terceiro ponto foi de tomar conta dos principais exércitos do mundo. Seus melhores homens saíam para se alistarem aos montes. Junto a isso, um grupo deles ia ao país para unificar os negros de cada parte e faze-los votar em pessoas de sua ideologia. Não foi difícil transformar parlamentos com ao menos metade de deputados e senadores negros. Todos, sendo africanos ou de seus países, sabendo bem do plano maior.
Em mais 10 anos, a maior parte dos negros sabiam do plano. Sabiam que as terceirizadas funcionavam para sabotar ou espionar todas as grandes empresas. Que os exércitos estavam recheados de integrantes da nova ordem e a maioria dos membros das polícias também entendiam bem o que estava por vir.
É claro que nem tudo foi fácil. Houve aqueles grupos de negros que não concordavam, outros que tentavam contar aos brancos sobre o grande plano. Mas estes eram minoria e devido a complexidade e os recursos envolvidos na operação somados às notícias de que não existia nada de bom na África, as pessoas não entraram nessa pilha.
Era necessário executar a última parte do plano. Eliminar os negros dissidentes levando-os de volta à África para ficarem sob vigilância e criar uma ideia nas mulheres brancas que os homens negros eram mais lindos, poderosos e superiores que os brancos. E que eles saírem com as brancas era uma forma de compensação pela escravidão e por toda humilhação.
No protocolo de dominação, essas mulheres que se relacionavam com negros com muito interesse e desejo, seriam polpadas da fase final, mas jamais saberiam sobre o Grande Plano.
O final asseguraria que os negros voltariam a ser predominantes e, aos poucos, no processo natural de reprodução, os brancos seriam eliminados para nunca mais serem lembrados.
Mas é claro que nesse processo, homens como Danilo e Eduardo passariam por diversos tipos de humilhação e interiorização. Eles não sabiam, mas aos poucos, governos, exércitos e polícias já eram dominados pelos negros e para executar o plano de dominação final, pequenas mudanças na rotina iriam ser impostas para, aos poucos, os preconceituosos sofressem bastante e se sujeitassem às tarefas mais degradantes que seriam estipuladas a eles.
Mesmo o melhor plano de golpe, mesmo a melhor ideia que fosse antídoto ao grande plano, seria ineficaz àquela altura. Ninguém sabia, mas era a África que detinha a maior economia e os melhores índices globais em todas as frentes, apenas os próprios negros. E isso logo seria revelado.
Continua...