Foi numa segunda-feira, 3 de Outubro de 201?. Por volta das seis da tarde. Aquele calor abafado, a vontade de trabalhar reduzida a cinzas. Saí para lanchar, como tantas vezes faço quando quero fugir do mundo. Acabei por ir à minha croissanteria preferida, ali mesmo no centro comercial onde fica o velho cinema porno de Braga. Sentei-me fora, sem espaço. Quatro mesas na esplanada, todas ocupadas. Pedi o meu croissant, dei dois dedos de conversa com o funcionário do cinema, um cúmplice silencioso de algumas fantasias partilhadas. Perguntei-lhe pela frequência de casais, pelas novidades… o costume. Nada de especial, disse ele. Ia preparar a sala para a próxima sessão. Eu disse-lhe que o esperaria no café de baixo. Foi aí que os vi. Um casal. Trinta e poucos. Ela com um vestido curto, rodado, de deixar qualquer pensamento casto em agonia. Sexy como a puta mais refinada do imaginário masculino. Ele de ar discreto, mas firme. Olhavam para a entrada do cinema. Hesitavam. Davam voltas. Falavam baixinho, olhos a varrerem o espaço, como quem procura alguém ou valida a fantasia que ainda não se cumpriu. O meu sangue começou a escorrer das veias para o pau. Acabei a bebida à pressa. Paguei. Fui. Queria estar lá dentro antes que a sorte me fugisse das mãos. Subo. Bilhete na mão. Entro. A sala escura já engolia o filme. Eles estavam na segunda fila de cima para baixo. Sozinhos. Sento-me perto, mas com respeito, com cálculo, lugar de quem vê sem perturbar, de quem espera sem pedir. Trocam carícias. Mãos suaves. Sussurros. Olhares de lado para mim. A tensão é quase sexual. Estou a incomodar? Estou a ser desejado? Estou ali para quê? E então, como se o universo tivesse ouvido a minha pulsação, entra outra mulher. Nova. Devia ter vinte e cinco. Uma mini-saia curta, blusa solta, corpo de dar sede ao diabo. Sento-me tenso. Quero ver onde se coloca. E… senta-se ao lado dela. Ao lado da mulher do casal. Não sei se rezei. Sei que estremeci. Estavam agora três. Três corpos, duas mulheres sedentas e um homem que eu invejava até aos ossos. Ela, a recém-chegada, sussurra algo ao ouvido da outra. E percebo logo, conhecem-se. Isto está combinado. É real. É agora. A cérebro começou-me a latejar por dentro da cabeça. Elas começam a tocar-se. Beijos suaves, depois mais famintos. As mãos percorrem coxas, costas, cabelos. Eu não resisto. Tiro o pau para fora. Começo a masturbar-me ali, no escuro, com a mão a suar de tesão e os olhos colados naqueles corpos. O homem observa, calmo, como quem já viu isto antes. Como quem já sabe que o melhor está para vir. E veio. Ela, a que chegou sozinha, ajoelha-se na cadeira, levanta a saia da outra e começa a lamber-lhe a cona. Sem pudor. Sem pressa. Com paixão suja. Ele levanta-se, tira o pau e oferece-lho. Ela suga-o como quem quer mamar a alma. Aquilo era um espectáculo. As posições trocavam-se como coreografia de um filme privado. Ela chupa-o, depois chupa a outra. Ele fode uma, depois fode a outra. Elas lambem-se entre si, tocam-se, mordem-se as mamas com volúpia. Um trio em estado bruto de prazer. E eu… eu no meio da sala, espectador de um ritual pagão. Aproximei-me. Tentei juntar-me. Não me deixaram. Mas no fim… no fim tive direito à oferenda. Já depois de ele se ter vindo por mais do que uma vez, e elas se terem desfeito em orgasmos abafados, elas chamaram-me com os olhos. Vieram até mim. Uma de cada lado. Pegaram no meu pau como quem pega num prémio. Masturbaram-me com mãos experientes, olhos nos meus, perguntando se tinha gostado. - Adorei - disse-lhes com o coração a escorrer pelas pernas. - Era uma fantasia minha - disse a que tinha entrado sozinha. - Quem sabe se houver próxima… Tentei dar-lhe o meu contacto. Recusou. Com um sorriso. E um beijo no canto da boca. Fiquei ali. O pau ainda a pulsar, a mão ainda húmida. Um final de tarde sem foda, mas com o cérebro fodido de prazer. E agora… espero. Pacientemente. Se houver por aí quem queira repetir, ou fazer melhor, que diga. O voyer está vivo. E pronto.
Faca o seu login para poder votar neste conto.
Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.
Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.
Denunciar esse conto
Utilize o formulario abaixo para DENUNCIAR ao administrador do contoseroticos.com se esse conto contem conteúdo ilegal.
Importante:Seus dados não serão fornecidos para o autor do conto denunciado.
Muito bom! Momentos de muita sacanagem, gostei e confesso de que já passei por isso, alto erotismo envolvido, época linda dos cines pornôs de Sampa. Hoje creio que ainda rola muita sacanagem, porém nem imagino onde e como. Jun
Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.