Mais uma vez no cinema



A tarde arrastava-se morna, sem urgência. No escritório, o tempo era só um pretexto. Peguei nas chaves, desci, e fui-me deixar no centro comercial - o refúgio onde o tédio se mistura com promessas sujas.
Lanchei devagar, olhando o movimento, os vultos, os silêncios que se arrastam entre lojas. Já me conhecem por ali. Sobretudo o funcionário do cinema porno, cúmplice discreto das minhas derivas carnais. Fui cumprimentá-lo. Conversa curta. Códigos mudos. Saber se há casais. Se há corpos com sede de partilha.
Fiquei à porta, a fumar. E então vi-os.
Ele, nos cinquenta. Ela, talvez dez anos mais nova. Corpo cuidado, torneado com intenção. Saia de ganga acima do joelho, rasgada à frente, expondo só o suficiente para deixar a imaginação em carne viva. Túnica bordeaux, ombros nus, sandálias altas a moldar os pés como quem pisa desejos. Um postal em câmara lenta.
Pararam diante do cartaz. Trocaram olhares. Ele sussurrou-lhe qualquer coisa. Ela sorriu — cúmplice, quente, sabedora. Apaguei o cigarro e fiquei ao fundo da croissanteria, com vista direta para a entrada do cinema. Eles separaram-se. Ela veio para junto da minha mesa. Ele perdeu-se pelos corredores. Pouco depois, lá vai ele em direção ao cinema.
Estranhei o jogo. Fui atrás. Falei com o funcionário. Disse-me que o homem entrou, perguntou como funcionava, comprou bilhete e subiu. Algo ali cheirava a convite. Comprei também bilhete.
A sala estava meio vazia. Sessão das 16h30. Fiquei ao fundo, em pé. Vi-o lá, trocando mensagens. A espera era o ritual. O engate gay, a tensão flutuante entre cadeiras.
Cinco minutos depois, entra ela.
Sozinha.
Senta-se duas filas à frente. Cruza as pernas devagar, deixando a saia subir como uma promessa. Eu, já com a mão a afagar-me por cima das calças, observava-lhe o decote, os ombros, as coxas.
Sentei-me ao lado. Perguntei-lhe se não se importava. Disse-me que não, envergonhada. Mas o olhar dizia tudo o que a boca não ousava.
Ela mexe-se. Encosta-se a mim. O braço roça o meu. Toco-lhe na perna. Ela descruza as pernas, abre-as ligeiramente. A tensão subia.
Acaricio-lhe o sexo por cima das cuecas. Está molhada. Ela esfrega-me com a palma por cima das calças. Duros. Famintos. Desapertei os botões. Tirei o pau para fora. Ela olhou e lambeu os lábios. Continuou a acariciá-lo, enquanto com a outra mão esfregava a racha pelas cuecas ensopadas.
Meia hora assim. Carícias, gemidos contidos, dedos invasivos. Peguei na mão dela e levei-a ao meu pau. Grande. Teso. Ela começou a masturbá-lo devagar. Eu, com os dedos enterrados nela, sentia-lhe o corpo a estremecer.
Não ouvimos passos. Nem sussurros. Quando dei por mim, ele já estava ali. Sentou-se do outro lado dela. Não disse nada. Só olhou. Ela não hesitou.
Peguei-lhe na cabeça. Ela foi directa ao meu pau. Enfiou-o na boca sem pudor. Eu estava à beira do colapso. Gozei-lhe na boca. Ela engoliu. Engasgou-se. E continuou a chupá-lo como quem limpa um altar profano.
Ele tocou-lhe na coxa. Ela levantou-se, disse-lhe algo ao ouvido. Antes de sair, tocou-me no braço — um gesto, um convite. Fui atrás.
No parque, entraram num jipe de vidros fumados. Ela sentou-se atrás e deixou a porta aberta. Entrei. Mal fechei a porta, já me tinha o pau na boca de novo.
Mas eu queria mais.
Levantei-lhe a saia. Desviei-lhe as cuecas. Meti-me num 69 apertado. Chupei-a até gemer, até lhe tremerem as pernas. Depois sentei-me e puxei-a para cima de mim.
Ela escorregou-se no meu pau. Gemia, arqueava-se, gritava. O companheiro, no banco da frente, tocava-se, ofegante.
- Vais conseguir meter isso tudo nessa cona apertadinha? - provocou ele.
Ela cavalgava. Uivava. Veio-se duas vezes. Eu gozava dentro do preservativo. Ela tremia, dizia obscenidades, agradecia a Deus, a mim, a ele.
O companheiro, em êxtase, puxou-a para o banco da frente. Enfiou-lhe o pau na boca. Veio-se nela com um gemido quase religioso. Ela engoliu. Toda.
Saímos sem nomes, sem promessas.
Deixei aqui o registo. E o convite: se houver mais casais por aí… sabem onde me encontrar.

Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook



Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


239182 - Com a loira 1 no cinema - Categoria: Confissão - Votos: 3
239028 - No Escuro de Braga - Categoria: Confissão - Votos: 2
238991 - Três Corpos no Escuro - Categoria: Confissão - Votos: 4
238914 - Viagem de Comboio - Categoria: Confissão - Votos: 4
238860 - No Cinema com um Casal Cheinho - Categoria: Confissão - Votos: 6
238788 - A Tarde em Chamas - Categoria: Confissão - Votos: 5
238719 - MAMADA NO CINEMA - Categoria: Confissão - Votos: 4
238652 - No Escuro, do Cinema, Outra Vez - Categoria: Confissão - Votos: 3
238604 - No Escuro do Cinema - Categoria: Confissão - Votos: 5

Ficha do conto

Foto Perfil lord-mindbinder
lord-mindbinder

Nome do conto:
Mais uma vez no cinema

Codigo do conto:
239127

Categoria:
Confissão

Data da Publicação:
29/07/2025

Quant.de Votos:
2

Quant.de Fotos:
0