— Parece que o tempo para aqui, né? — comentou Ana, olhando o horizonte.
— Ou talvez a gente que tenha parado — respondeu Lara, com um meio sorriso.
As palavras flutuavam leves, mas carregadas de significado. O silêncio entre elas era confortável, preenchido pelos toques e tudo o que ainda não tinham dito, mas que seus olhares gritavam.
Pararam diante de uma formação de pedras, onde o mar fazia pequenas piscinas naturais. Lara se abaixou e passou os dedos pela água, distraída, enquanto Ana a observava, encantada com a delicadeza dos movimentos, com o jeito como o cabelo dela se soltava ao vento e aproveitando o momento da praia completamente vazia e disponível só para elas, onde um novo beijo e com mais intensidade tomou conta de Ana e Lara.
— Você está diferente aqui — Ana disse, quase num sussurro.
Lara a olhou, curiosa. — Diferente como?
Ana hesitou por um instante. Então se aproximou.
— Mais livre. Mais você. Ou talvez... talvez sou eu que estou vendo você de verdade pela primeira vez.
Lara ficou em silêncio, mas seus olhos brilhavam. Levantou-se, ficando de frente para Ana. A poucos centímetros uma da outra, os corações batiam no mesmo ritmo das ondas, e no clima do momento Ana e Lara começam a despir um a outra deixando o tesão tomar conta delas novamente.
— Talvez a gente esteja se vendo como sempre quisemos, mas nunca tivemos coragem — respondeu, sua voz suave, mas firme.
Ana sorriu, e foi Lara quem deu o primeiro passo. Um encontro cheio de descoberta, mas também carregado de desejo contido por tempo demais e ambas começam um 69 delicioso sobre as pedras sem se preocupar se seriam vistas. Não demorou muito para elas tivessem um orgasmo intenso e ao mesmo tempo.
Quando se separaram, a noite já caía, e as estrelas começavam a pontilhar o céu.
De mãos dadas, caminharam de volta à pousada, deixando pegadas duplas na areia.
Na varanda do quarto, enroladas em uma manta e completamente nuas, observaram o mar escuro e infinito. Ana apoiou a cabeça no ombro de Lara e logo as duas deixavam novamente o desejo falar mais alto.
— Acho que não foi só uma viagem, né? — disse.
— Não. Foi o começo de alguma coisa — respondeu Lara. — Algo bonito.
E ali, entre ondas e sorrisos, elas se entregaram não apenas à paixão e ao desejo, mas à possibilidade real de amor.