“Hoje, 21h. Traga apenas coragem. E obedeça.”
A ruiva sabia o que aquilo significava. E desejava isso. Intensamente.
O apartamento de Andreia no 17º andar era sofisticado, minimalista e repleto de tons sóbrios. Móveis pretos e cinzas, iluminação indireta, aroma de baunilha e couro no ar. A porta se abriu devagar. Andreia apareceu vestida com uma camisa de seda cinza, sem nada por baixo. Os seios semi-revelados pela transparência. Um salto preto alto. Cabelos presos em coque firme. Olhar de comando.
— Você chegou atrasada — disse, com a voz grave e carregada de promessas.
— Três minutos — sussurrou Paula, sorrindo.
— Três minutos de punição.
A ruiva foi puxada pela nuca com força. O beijo veio denso, possessivo. As línguas se enroscaram em guerra. Andreia a empurrou contra a parede da sala e a girou.
— Hoje você não fala. Você geme. Entendido?
Paula assentiu, mordendo os lábios.
O quarto estava escuro, com apenas uma luz âmbar iluminando o centro da cama. No aparador, objetos cuidadosamente dispostos: um lenço de seda, algemas acolchoadas, uma palmatória fina, um frasco de óleo quente e um vibrador discreto de metal escovado.
Paula tirou a roupa lentamente sob o olhar atento de Andreia.
— Vira. Deita. Braços pra cima.
Obedeceu. Andreia amarrou seus pulsos na cabeceira com o lenço. Subiu sobre ela, deslizando a seda da própria camisa pelo corpo nu da ruiva, provocando arrepios em cada centímetro.
— Sabia que por anos eu fui reprimida? — disse, enquanto massageava os seios de Paula com o pano frio. — Casei cedo. Fingia prazer. Dizia “tá bom assim” quando não estava. — Ela apertou os mamilos da ruiva com os dedos, arrancando um gemido. — E agora, eu tomo o que é meu.
Andreia desceu os lábios por todo o corpo de Paula. Mordeu a lateral da barriga, beijou o monte de Vênus, mas não deu o que ela queria.
— Pede. Mas com os olhos.
Paula se contorcia, ofegante, presa e vulnerável. O olhar era um pedido escancarado.
— Boa garota — disse Andreia, com um sorriso diabólico.
Ela pegou o óleo, derramou um fio quente entre as coxas de Paula e começou a massagear com a palma aberta. A pressão, o calor, a lentidão... era tortura e delícia.
— Você vai gozar só quando eu quiser.
Alternou dedos, língua e o vibrador, provocando gemidos cada vez mais altos. Paula rebolava, implorava com o corpo. Andreia a conduzia como quem toca um violino de luxo: sabedoria, ritmo, controle absoluto.
— Quer gozar?
Paula gemeu, contorcendo-se.
— Ainda não.
Andreia parou. Levantou-se, abriu a camisa e mostrou o corpo nu, esculpido, brilhando de suor e desejo.
— Agora me observa.
Subiu na ruiva, esfregou a vulva molhada no abdômen dela, os olhos fechados, o corpo todo tenso. Se masturbou ali, em cima da submissão de Paula. Até explodir em um orgasmo sagrado, selvagem, escandaloso.
Depois se deitou, ofegante, ao lado da ruiva.
Silêncio.
E então, com um olhar doce, Andreia desamarrou o lenço. Acariciou o rosto de Paula com ternura.
— Agora você pode falar.
Paula virou-se devagar, colando os corpos.
— Eu quero você. Toda. Não só essa noite.
Andreia sorriu. Pela primeira vez, não com domínio. Mas com entrega.
— Então me aceita assim: dominante, marcada por traições, faminta por controle… e louca por você.
— Louca por mim? — repetiu Paula, provocando.
— Completamente.
No amanhecer, Paula acordou com o rosto no peito de Andreia. A loira já acariciava seus cabelos, a respiração tranquila.
— Bom dia, dona da minha noite — disse Paula, beijando o pescoço dela.
— E do meu inferno também — sussurrou Andreia.
Fizeram amor de novo. Sem algemas. Sem regras. Só pele e verdade. As pernas entrelaçadas. Os gemidos abafados no travesseiro. Os olhos fechados enquanto se fundiam num ritmo lento, íntimo e arrebatador.
Ali, entre os lençóis ainda úmidos da noite anterior, elas entenderam que o que tinham ultrapassava o jogo.
Era domínio com amor.
Era fogo com alma.
Era cinza… e completamente vivo.
Delicia de conto !
Deliciosa aventura de duas mulheres poderosas... Obrigado por compartilhar! Abraço