Paula estava deitada sobre uma espreguiçadeira da proa, usando apenas uma camisa social branca de Andreia — três números maior, que deixava à mostra as coxas bronzeadas e o decote generoso. Os cabelos ruivos ainda úmidos do mergulho balançavam com o vento. Ela bebericava o espumante, provocante, as pernas cruzadas com intenção.
— Você está me olhando como se eu fosse seu próximo prato principal — disse ela.
Andreia, de pé, segurando sua taça, respondeu com um sorriso carregado de fome:
— Você é. E hoje eu vou saborear sem pressa.
A loira caminhou até Paula, ajoelhou-se entre suas pernas e puxou a camisa com lentidão, revelando centímetro por centímetro da pele quente. Colocou a taça na beira da espreguiçadeira e mergulhou o rosto na curva entre o pescoço e o ombro da ruiva, inalando o perfume misturado com sal e suor.
— Você sabe que foi isso que eu procurei por anos? — disse Andreia, entre beijos molhados. — Eu me enfiei em camas erradas, corpos vazios, só tentando sentir alguma coisa além de obrigação ou ego. Homens mais novos, mais velhos, mulheres curiosas… Mas nunca me deixei ser tocada de verdade. Até você.
— Então me deixa te tocar por dentro — respondeu Paula, puxando-a para um beijo lento e profundo.
Dentro da cabine principal, o ambiente era outro: luxuoso, íntimo, abafado. Lençóis escuros, travesseiros de linho egípcio, luzes baixas e uma playlist com jazz instrumental preenchendo o silêncio. Andreia abriu uma gaveta do closet embutido e tirou um frasco de óleo de massagem e um lenço de seda.
— Você confia em mim? — perguntou, com um brilho quente no olhar.
— Com olhos fechados, mãos amarradas e pernas abertas — respondeu Paula, abrindo um sorriso atrevido.
Paula estava deitada de bruços. Andreia, ajoelhada sobre suas pernas, derramou óleo morno nas costas da ruiva e começou a massagear devagar, com firmeza e intenção. Suas mãos deslizavam dos ombros até os quadris, escorregando pelos lados dos seios, descendo pelas coxas.
— Sabe por que eu amava dominar? — perguntou Andreia, enquanto massageava os glúteos com precisão. — Porque no fundo eu tinha medo de ser tocada de verdade. De alguém ver minhas rachaduras.
Ela se deitou sobre Paula, colando os seios às costas dela, a boca encostando na orelha.
— Mas você me quebrou… no melhor dos sentidos.
O lenço amarrou os pulsos de Paula à cabeceira. Mas era suave, simbólico. A entrega não vinha da amarra. Vinha da confiança.
Andreia se posicionou por cima da ruiva, roçando sua intimidade já úmida contra as costas de Paula. Os movimentos eram lentos, circulares, fazendo ambas arfarem. A loira se inclinou e começou a chupar lentamente a nuca da ruiva, depois os ombros, mordendo levemente. Sua respiração estava descompassada, o desejo incontrolável.
Desceu os beijos pelas costas até os glúteos, espalhou o óleo ali também, e passou a língua com precisão. Paula gemeu alto, os quadris se arqueando. Andreia sabia o que fazia. A língua alternava toques suaves e estocadas rápidas, fazendo Paula implorar sem palavras.
— Você é minha — sussurrou Andreia. — E eu sou toda sua agora.
Libertou os pulsos de Paula, virou-a com cuidado e subiu sobre ela. Os corpos colados. O suor se misturava ao óleo. A umidade da excitação brilhava entre as coxas das duas.
Andreia escorregou a mão entre elas, os dedos deslizando com facilidade. Paula mordia os lábios, os olhos cerrados, os seios arfando. Andreia penetrou com dois dedos e começou um vai e vem compassado, mantendo o olhar nos olhos da ruiva.
— Goza pra mim. Mostra quem comanda agora.
Paula gritou o nome de Andreia, o orgasmo vindo em ondas longas, tremendo dos dedos dos pés até o couro cabeludo.
Mas não acabou.
Andreia montou sobre o rosto da ruiva. Paula a segurou com força pelas coxas, a boca faminta, a língua dançando com ritmo e sede. Andreia gemeu alto, o corpo todo tenso, até que se derreteu inteira sobre ela, tremendo, exausta, saciada.
Já deitadas, nuas, cobertas por um lençol fino, Andreia olhava o teto, as mãos entrelaçadas às de Paula.
— Eu nunca me permiti amar alguém assim. Controlava tudo. Até o próprio prazer. Mas com você… eu me desarmo. E me reconstruo. Melhor.
Paula virou-se de lado, abraçou-a por trás.
— Porque agora você não precisa mais dominar pra ser amada. Só precisa ser. E eu já te amo. Toda.
Andreia fechou os olhos. Sorriu.
— Então me ama mais. Mas amanhã. Agora… eu só quero dormir sentindo você.
E ali, entre o mar calmo e o ronronar leve do iate balançando, elas dormiram como duas mulheres que não precisavam mais correr atrás de nada.
Já tinham se encontrado.