A estrada sinuosa entre a serra e o mar parecia desenhada especialmente para elas naquele final de tarde. O sol se deitava sobre a baía de Paraty, tingindo o céu de dourado e laranja, quando Paula estacionou a SUV em frente ao hotel reservado com dias de antecedência: um refúgio só para casais, com suítes privativas, hidromassagem, vista para o mar e café da manhã servido na varanda, sem hora para acabar.
Andreia desceu primeiro, de vestido longo branco esvoaçante, sem sutiã, com o decote profundo insinuando mais do que revelava. Paula a seguiu com os olhos famintos. O calor da estrada, o vento do litoral e o silêncio cúmplice entre elas deixavam tudo ainda mais denso.
A recepcionista mal terminou de entregar a chave da suíte, e Andreia já puxava Paula pelo braço.
— Cinco dias pra fazer com você o que ninguém nunca teve coragem de imaginar.
Entraram no quarto. A cama, king-size com dossel, ocupava o centro. Cortinas transparentes, lençóis brancos impecáveis. A sacada dava vista para o mar e a piscina de borda infinita.
— Fecha a porta — ordenou Andreia.
Paula obedeceu. A loira encostou-a contra a parede e a beijou com fome. Mordeu seus lábios. Desceu as mãos até a cintura da ruiva, empurrou o short de treino para baixo com firmeza. Os corpos colaram. O vestido de Andreia subiu com o movimento das coxas entrelaçadas.
— Quero te sentir agora. Sem roteiro. Só instinto.
Fizeram amor ali mesmo, de pé, contra a parede. Suadas da estrada, com a luz do entardecer banhando a pele. A respiração ecoava pelo quarto. Paula gemeu alto ao sentir a língua de Andreia em seu pescoço, os dedos invadindo com precisão e ritmo.
Depois caíram na cama, nuas, ofegantes, se olhando em silêncio.
— Cinco dias vão ser pouco pra esvaziar tudo que eu carrego por você — sussurrou Paula.
— Então vamos exagerar — respondeu Andreia, sorrindo.
Dia 2 – Corrida e Desejo pelas Ruas de Pedra
A manhã começou com tênis nos pés e um sorriso cúmplice no rosto.
Correram por entre as ruas de pedra do centro histórico, o sol ainda tímido refletindo nas janelas coloniais. Paula usava um top azul que grudava nos seios suados. Andreia, short colado e top vinho, rebolava sem pressa. O ritmo era leve, mas as provocações pesavam mais que qualquer ladeira.
— Você corre como se soubesse que eu te quero nua a cada esquina — disse Andreia.
— Eu corro como quem sabe que você vai me despir com a língua depois.
Passaram pela praia do Pontal e seguiram pela orla até uma trilha curta, onde terminaram o treino suadas e arfando.
— Aqui mesmo — disse Paula, encostando-se num coqueiro.
— Aqui?
— Agora.
Andreia se ajoelhou no chão de areia e lambeu a parte interna das coxas da ruiva com lentidão. A natureza ao redor, o som do mar e o calor da pele criaram um ambiente primitivo, quase selvagem.
— Você tem gosto de pecado fresco — sussurrou a loira.
Mais tarde, na banheira da suíte, Paula lavava o corpo de Andreia com sabão artesanal de lavanda.
— Você me faz querer esquecer tudo que já vivi — disse a loira, os olhos marejados.
— Não esquece. Transforma. Em prazer. Em nós.
Andreia sorriu.
— Nunca me senti tão viva.
Dia 3 – Barco, Ilhas e Afogamento no Prazer
O barco ancorado na enseada parecia flutuar em um mundo à parte. Não havia sinal de celular, nem outros barcos à vista. Apenas o barulho das ondas suaves lambendo o casco de madeira e o som intermitente das gaivotas sobrevoando o mar turquesa.
O marinheiro já havia partido com o bote de apoio, prometendo voltar no fim da tarde. As duas estavam finalmente sós, cercadas por pequenas ilhas verdes, pedras esculpidas pelo vento e um céu azul profundo.
Paula estava deitada na proa, completamente nua, o corpo ainda molhado do mergulho. Seus cabelos ruivos, úmidos, colavam nas têmporas. O peito subia e descia devagar, marcado pela luz do sol que dançava em reflexo sobre a água. As pernas estendidas, uma delas levemente dobrada, deixavam entrever sem vergonha a intimidade molhada que cintilava entre as coxas.
Andreia, sentada ao lado, a observava em silêncio, como quem admira uma obra de arte inatingível. Mas Paula era sua. Aquela mulher que parecia feita para o pecado e o prazer era inteiramente dela.
— Você sabe o que está fazendo comigo, né? — sussurrou Andreia, deslizando a ponta dos dedos sobre a barriga molhada da ruiva.
— E você acha que eu não quero exatamente isso? — respondeu Paula, abrindo um sorriso preguiçoso.
Andreia se aproximou com os joelhos, passando por cima das pernas de Paula e sentando-se sobre seu quadril, com lentidão. A pele da loira estava quente, macia, o perfume leve de protetor solar misturado ao sal do mar. Seu biquíni ainda estava no corpo, mas a parte de cima já aberta, pendendo pelas laterais.
— Você me destrava, ruiva. Me desmonta.
— Então se desmonta devagar, bem em cima de mim.
Andreia retirou o próprio biquíni com um movimento preciso, deixando os seios à mostra, firmes, bronzeados, os mamilos rijos, apontando direto para a boca de Paula, que a puxou pela cintura com sede. A loira se inclinou, os cabelos escorrendo sobre os ombros, e as bocas se encontraram num beijo úmido e profundo, em que as línguas não se tocavam — se devoravam.
O calor do sol esquentava ainda mais os corpos já incandescentes. Andreia começou a se mover devagar, com o sexo pressionando o abdômen de Paula. O atrito entre suas peles era insuportavelmente delicioso. Cada movimento arrancava gemidos baixos, respirações entrecortadas, olhos fechados em êxtase.
— Você quer me ver gozar aqui, no meio do mar? — perguntou Andreia, com os quadris rodando em círculos, a respiração falhando.
— Eu quero ouvir você gritar meu nome com o eco das pedras — respondeu Paula, puxando os seios da loira para a boca.
Andreia gemeu alto ao sentir a língua quente e macia da ruiva brincar com os mamilos, sugando, mordendo, lambendo com avidez.
— Isso, porra... continua...
Paula virou Andreia com um movimento rápido, agora ela por cima. Beijou o pescoço, os ombros, desceu pelos seios e ventre, até encontrar o centro do prazer da loira, latejando de desejo, escorrendo sal e tesão.
— Abre pra mim — ordenou, com a voz rouca.
Andreia afastou as pernas sem hesitar.
A língua de Paula mergulhou ali com precisão, saboreando cada centímetro, cada dobra, cada gemido que escapava da boca de Andreia. Os quadris se arqueavam, o corpo todo tremia. Paula alternava ritmo, intensidade, toques curtos com lambidas longas e profundas, como quem conhecia aquele corpo melhor que o próprio mar conhece as pedras da costa.
— Isso, isso... continua... eu vou... — Andreia mal conseguia terminar a frase.
E foi. Um orgasmo longo, intenso, gritado ao céu aberto, com os dedos enterrados nas almofadas da proa, o corpo arqueado, as pernas tremendo.
Mas Paula não parou.
— Você não sabe o quanto eu queria te ver assim: sem pose, sem controle. Só você. Bruta, crua, entregue.
Ela subiu, colou os corpos novamente, e Andreia a recebeu com um beijo selvagem, as mãos explorando, arranhando, puxando.
— Agora é minha vez.
Andreia deitou Paula, a língua explorando cada curva, cada suspiro. Quando penetrou com os dedos, sentiu o corpo da ruiva se abrir como flor ao sol. As duas estavam coladas, suadas, molhadas de mar, de desejo, de tudo que jamais haviam vivido com mais ninguém.
O orgasmo de Paula veio com um grito agudo e uma explosão de prazer que fez as gaivotas levantarem voo.
Depois ficaram ali, deitadas, abraçadas, nuas sobre a proa.
— Esse barco vai voltar hoje? — perguntou Paula, rindo.
— Se depender de mim, só depois de outra rodada.
— De gozo ou de vinho?
— De nós. No vinho e no gozo.
Elas riram.
E ali, com o mar calmo e o céu límpido, perceberam que haviam atravessado algo maior que o oceano.
Haviam atravessado a si mesmas.
Dia 4 – Noite no Centro, Jazz e Surpresas
Vestidas para matar — Andreia com um vestido preto justo e salto alto, Paula com saia rodada e uma blusa de amarração que deixava a barriga à mostra — foram jantar num restaurante charmoso do centro histórico, à luz de velas e jazz ao vivo.
Brindaram à liberdade, à conexão e ao desejo.
— Sabia que eu tive que me reconstruir sozinha? — disse Andreia, com os olhos marejando.
— Agora você não tá mais sozinha.
— Mas eu ainda gosto de dominar. Gosto de controlar. Porque por dentro… eu morro de medo.
Paula esticou a mão por baixo da mesa. Alcançou a coxa de Andreia. Subiu devagar.
— Então domina. Mas sente. Sente tudo. Comigo.
Na volta, não tiraram a roupa. Rasgaram. Os seios balançavam soltos, os quadris se chocavam, a respiração virava música. Paula de joelhos. Andreia com as mãos no cabelo dela, os olhos virados.
— Eu te amo — disse pela primeira vez.
E não foi mentira.
Dia 5 – O Amanhecer do Depois
Acordaram coladas, nuas, suadas, com o cheiro uma da outra impregnado nos lençóis.
— A gente vai voltar pra realidade, né? — murmurou Paula.
— Mas a gente leva isso com a gente.
— Isso o quê?
— Isso que não tem nome. Só pele. Só alma. Só prazer.
Fizeram amor devagar. Olhando-se nos olhos. Chorando, rindo. Os corpos não corriam mais. Flutuavam.
Na estrada de volta, silêncio confortável. Mãos dadas. Olhares trocados pelo retrovisor.
Elas não sabiam o que viria depois.
Mas sabiam que cinco dias em Paraty haviam mudado tudo.
Elas não eram mais duas. Eram nós.