A luz dourada do final da tarde entrava pela janela, iluminando os fios ruivos que caíam soltos sobre os ombros dela. Estava com um moletom confortável, cropped e legging, mas nem por isso menos fascinante — seus olhos castanhos esverdeados vibravam de concentração e desejo reprimido.
De repente, a porta do studio se abriu com um leve rangido, mas antes que Paula pudesse se virar, Andreia apareceu ali, com aquele sorriso de quem veio para causar um terremoto.
— Achei que você ia precisar de uma pausa — disse Andreia, entrando com a confiança de quem conhece cada cantinho daquele espaço, a chave do studio pendurada no pescoço.
Andreia estava vestida com uma blusa preta de tecido acetinado que moldava seu corpo escultural, deixando o colo à mostra. A saia lápis marcava cada curva, e o salto alto dava-lhe uma postura imponente, quase dominadora. Os cabelos loiros platinados estavam presos num rabo de cavalo alto, deixando o pescoço exposto — ali, no início da nuca, Paula sabia que Andreia guardava memórias secretas de toques intensos.
— Você sabe exatamente a hora certa de chegar, não é? — Paula respondeu, mordendo o lábio com um sorriso malicioso, tentando manter a calma, mas já sentindo o corpo responder.
Andreia caminhou lentamente até a mesa, inclinando-se para pegar uma caneca de café, deixando os seios entreabertos bem à vista. O cheiro do perfume dela — algo amadeirado com toques de baunilha — invadiu o ambiente, misturando-se ao aroma do café fresco.
— Eu aprendi com os anos que a gente precisa dar o troco no desejo. Não ficar só esperando o outro agir — murmurou Andreia, os olhos verdes brilhando com aquela intensidade que Paula já conhecia bem.
Sem aviso, Andreia deslizou a mão pela coxa da ruiva, passando pela lateral da perna e subindo lentamente até a fenda da legging, onde os dedos tocaram a pele quente por baixo do tecido.
— Você acha que eu esqueci aquela tarde no banho? — perguntou Andreia, a voz baixa e rouca, tão provocante que fez Paula fechar os olhos por um segundo, absorvendo cada palavra, cada promessa.
Paula virou o corpo para encarar Andreia, a respiração um pouco acelerada.
— Quem disse que eu deixei você esquecer? — respondeu ela, mordendo o lábio.
Andreia então se aproximou, seus corpos se colando quase sem espaço entre eles. A mão dela deslizou da perna para a cintura de Paula, puxando-a para um beijo urgente, intenso, como se fossem explodir ali mesmo.
O gosto do vinho daquela noite passada ainda parecia estar nos lábios da ruiva, e Andreia sorveu cada gota de desejo com fome.
— Quero sentir você inteira agora — disse Andreia, sussurrando entre os beijos, enquanto as mãos firmes e delicadas brincavam com as curvas de Paula.
Paula sentiu a perna ser envolvida pela de Andreia, os dedos entrelaçados no cabelo, puxando a cabeça da loira para aprofundar aquele beijo carregado de promessa e posse.
— Se você é minha ruiva, vai ter que aprender a ouvir meus comandos — provocou Andreia, deslizando as mãos para trás, retirando o moletom com delicadeza, revelando o top de corrida justo que moldava os seios de Paula.
— E se eu for uma aluna rebelde? — Paula respondeu, sorrindo safadamente, enquanto a mão dela subia pelo braço de Andreia, sentindo a pele quente, o contorno firme.
Andreia riu, um som grave, sensual.
— Eu adoro um desafio.
A tensão entre as duas crescia, o ar parecia mais quente, os minutos congelados na sensualidade que se espalhava pela sala.
Paula deu um passo para trás, encostando-se na parede, sentindo o toque do mármore frio contrastar com a chama que Andreia acendia em seu corpo. A loira avançou, deslizando os dedos pelas clavículas, beijando o pescoço dela com aquela mistura de domínio e desejo que só ela sabia manejar.
— Quero devorar cada pedaço seu — disse Andreia, a voz um sussurro que fazia a pele de Paula formigar.
E foi ali, naquele estúdio, com o pôr do sol brilhando através das janelas, que as duas se entregaram ao fogo que há tempos vinha se acumulando. Sem pressa, sem limites — apenas o presente, a respiração ofegante e o toque que queimava.
A luz do sol morrera completamente, deixando a sala envolta em tons quentes da iluminação indireta. O som distante da cidade parecia um sussurro, enquanto dentro daquele espaço, o tempo parecia dobrar-se, prender-se ao instante onde só existiam elas.
Andreia não se apressava, sua boca explorava cada pedacinho de pele que encontrava. Beijava a curva do pescoço, as clavículas, os ombros, descendo pelas costas de Paula com a delicadeza feroz de quem conhece os segredos de cada toque. A mão que antes deslizava na perna agora apertava a cintura firme, puxando para mais perto.
Paula arfava, os olhos brilhando com a mistura de prazer e entrega.
— Você tem o poder de me fazer esquecer do mundo — sussurrou, enquanto os dedos deslizavam pela nuca da loira.
Andreia sorriu contra a pele quente da ruiva, levantou a cabeça só para encontrar aqueles olhos castanhos esverdeados que a dominavam há meses.
— E você me faz querer ser inteira. Sem medo.
O corpo de Andreia se curvou para frente, seus lábios encontrando os de Paula numa dança lenta e incendiária. As mãos percorriam cada curva, cada saliência, provocando arrepios, gemidos e suspiros abafados.
Quando os dedos de Andreia abriram o fecho do top de corrida de Paula, revelando os seios firmes e rosados, a ruiva se arqueou de prazer. A loira explorava com a boca e as mãos, um misto de domínio e carinho que deixava Paula completamente à mercê daquele desejo.
A cada toque, a cada beijo, o fogo entre as duas crescia, inundando o estúdio com uma energia pulsante e voraz.
Paula deslizou a mão pela cintura de Andreia, puxando-a para um beijo ainda mais intenso, enquanto as pernas se entrelaçavam com urgência.
— Hoje eu sou sua — murmurou, voz rouca de excitação.
— E eu sou toda sua, ruiva — respondeu Andreia, os olhos brilhando em desafio e paixão.
As roupas foram ficando pelo caminho, peças caindo suavemente no chão como pétalas em um jardim proibido. Seus corpos nus se uniram num abraço apertado, quente, eletrizante.
A noite foi um mosaico de suspiros, carícias e descobertas — uma dança ritmada de prazer e entrega, onde cada toque contava histórias, cada beijo selava segredos antigos e novos.
Entre lençóis de seda, prometeram sem palavras que ali, naquele espaço, não existiam feridas do passado, apenas o fogo que o presente e o desejo podiam alimentar.
Quando o sono finalmente veio, elas descansaram embaladas pelo som da cidade distante, corpos entrelaçados, sorrisos silenciosos de quem já sabia que não precisariam fugir mais de si mesmas.