— É aqui? — perguntou Ana, apontando para a entrada rústica de madeira com a placa “Refúgio da Serra”.
— Nosso ninho por dois dias — respondeu Laura, sorrindo com malícia.
A casa de madeira era isolada, no alto de uma encosta, com uma vista deslumbrante da mata e um silêncio cortado apenas pelo canto dos pássaros e o som das cigarras. No interior, a decoração era simples, com móveis de madeira escura, uma cama ampla coberta por lençóis brancos e uma banheira de ofurô junto à varanda envidraçada.
Mal entraram, Ana largou a mochila no chão e se virou para Laura.
— Estamos sozinhas. Sem relógio, sem pressa. Só você e eu.
Laura se aproximou e a segurou pela nuca, beijando-a com calma, sem urgência, mas com uma fome profunda. Aquele beijo foi diferente — não era apenas tesão. Era entrega, confiança, necessidade. Enquanto os lábios se exploravam, as mãos de Ana já deslizavam pelas costas de Laura, puxando devagar a blusa, expondo sua pele quente.
Foram se despindo aos poucos, ali mesmo na sala, deixando as roupas caírem como folhas no chão. Ana ajoelhou-se diante de Laura e a fitou com olhos famintos, as mãos firmes acariciando suas coxas.
— Quero te saborear lentamente, como se fosse meu único alimento.
Laura não respondeu com palavras. Apenas abriu mais as pernas, colocando uma das mãos no ombro de Ana, que inclinou o rosto e começou a beijá-la entre as pernas com um carinho reverente. A língua de Ana era como seda quente, dançando sobre o centro de Laura com movimentos suaves, molhados e envolventes. Laura gemeu, segurando-se na parede, os olhos fechados, o corpo derretendo sob o toque da mulher ajoelhada a seus pés.
Quando o orgasmo chegou, foi como uma maré: invadiu-a toda, fez seus joelhos cederem e seus gemidos ecoarem pela casa silenciosa.
— Agora quero você na cama — sussurrou Laura, puxando Ana pela mão.
Deitaram-se na cama ampla, os corpos ainda nus, a luz dourada da tarde banhando a pele suada das duas. Laura subiu sobre Ana, beijando seu colo, seus seios, seus quadris. Desceu com a língua até encontrar o centro úmido e já pulsante de desejo. Fez questão de saborear cada reação, cada tremor, até sentir Ana se desfazer sob seus toques, o corpo arqueado, os gemidos abafados pela palma da própria mão.
Depois de um tempo de silêncio e beijos suaves, as duas foram até o ofurô. A água quente envolveu seus corpos nus, misturando o vapor com o aroma de óleo essencial de lavanda. Laura sentou-se entre as pernas de Ana, que a abraçou por trás, beijando-lhe os ombros, as costas, o pescoço.
— Você percebe o que está acontecendo com a gente? — perguntou Ana, com a voz baixa, entre beijos.
— Sim — disse Laura, virando-se para encará-la. — E não quero frear. Quero viver isso. Por inteiro.
— Então vive — sussurrou Ana, puxando-a para outro beijo, mais lento, mais profundo, como uma promessa selada em água quente e desejo.
Ficaram ali por horas — se tocando, se beijando, dormindo e acordando juntas em meio a lençóis revirados e sorrisos satisfeitos. Pela primeira vez em muito tempo, Laura não pensava no amanhã.
Ela apenas sentia.