Ana acariciava o abdômen de Laura com a ponta dos dedos, como se escrevesse nela uma linguagem secreta.
— Vamos brincar? — perguntou, com um sorriso malicioso.
— Estou ouvindo… — Laura respondeu, virando-se de lado, os seios roçando o braço de Ana.
Ana se levantou, ainda nua, e foi até a mochila. Pegou um lenço de seda preto, uma pequena caixinha de madeira e voltou, ajoelhando-se diante de Laura.
— Regra número um: você me pertence por esta noite. — Ela amarrou delicadamente o lenço nos olhos de Laura.
— Estou nas suas mãos — sussurrou Laura, o corpo já se arrepiando.
Com a visão tomada, Laura sentia tudo de forma mais intensa. O calor da lareira, o perfume de Ana, o frio repentino na pele quando os dedos da amante se afastavam… e o calor novo quando retornavam.
Ana abriu a caixinha e, em silêncio, retirou um pequeno frasco de óleo de massagem aquecido. Espalhou o líquido morno sobre os ombros de Laura, deixando-o escorrer pelos seios, pelo ventre, entre as coxas. Usava as palmas e os dedos como pincéis, massageando lentamente, provocando arrepios, gemidos abafados.
Laura se contorcia sob o toque — mas não se mexia. Estava entregue.
Ana inclinou-se e começou a beijar cada parte que tocava: o pescoço, os mamilos lambidos com doçura, o ventre onde deixou a língua deslizar em círculos preguiçosos. A cada vez que Laura buscava mais contato, Ana recuava, rindo com malícia.
— Regra número dois — sussurrou Ana. — Você só goza quando eu mandar.
Laura arfava, a boca entreaberta, as pernas inquietas. Sentia-se vulnerável, excitada ao extremo. O lenço nos olhos a fazia imaginar cada gesto antes que ele acontecesse, aumentando o fogo em seu ventre.
Ana então posicionou-se entre suas pernas e começou um jogo cruel e delicioso: lambidas curtas e suaves, seguidas de pausas torturantes. Soprava, mordiscava ao redor, sem tocar diretamente o clitóris. Laura gemia, suplicava em sussurros:
— Ana… por favor… me deixa…
— Ainda não — respondeu, mordendo-lhe a coxa.
Quando finalmente cedeu, Ana sugou devagar, com intensidade crescente, enquanto dois dedos penetravam Laura com firmeza e ritmo. A resposta foi imediata: o corpo de Laura se arqueou, os gemidos vieram altos, incontidos. O orgasmo foi como um trovão: longo, profundo, arrancado do fundo do ventre.
Mas Ana não parou.
Virou Laura de bruços, ergueu seu quadril, e começou um novo ciclo de carícias, beijos e penetrações suaves por trás. Laura agora gemia contra o travesseiro, suada, completamente dominada pelo prazer. Os dedos de Ana, sua boca, seu corpo nu pressionado ao dela — tudo se misturava numa sinfonia carnal.
Mais tarde, com os corpos exaustos e entrelaçados, Ana retirou o lenço dos olhos de Laura e a beijou na testa.
— Você é um vício, sabia?
Laura sorriu, acariciando o rosto da amante. — E você me tirou o fôlego. E o juízo.
— Boa. Então vencemos as duas.
Dormiram abraçadas, nuas, com o fogo da lareira diminuindo e o calor entre elas ainda queimando sob a pele. Na manhã seguinte, tomaram café apenas de camisolas finas, com os cabelos despenteados e os olhos cheios de uma cumplicidade nova.
O fim de semana acabava, mas algo maior havia começado.
Elas sabiam: não era apenas sexo. Era paixão, descoberta… talvez amor.