No sábado, tomaram banho juntas na banheira de hidromassagem, com a água quente, espumante, e o corpo de Marta encaixado nas pernas de Helena. A médica massageava os seios dela por trás, beijava o pescoço e deslizava os dedos entre as coxas sob a água, provocando orgasmos abafados pela espuma e gemidos contidos no vapor.
No domingo, transaram ao ar livre, sobre uma manta no deque de madeira da varanda, sob o céu nublado e o som dos pinheiros balançando. Helena ajoelhou-se e Marta veio por trás, dominando, penetrando com os dedos e depois com um pequeno acessório que havia levado, alternando ritmos enquanto beijava a nuca e mordia levemente os ombros da amante.
Helena gozou gritando, com o corpo todo arqueado para trás, e então se jogou sobre Marta, rindo, suadas, despenteadas, rendidas.
—
Na noite de domingo, deitadas no escuro, Marta sussurrou:
— Isso que temos... me assusta um pouco.
Helena olhou para ela com um sorriso terno.
— Também me assusta. Mas é o melhor medo que eu já senti.
E se beijaram de novo. Não por desejo, mas por pertencimento.
A segunda-feira amanheceu cinza e úmida, com uma garoa fina que pintava de nostalgia os vidros amplos do chalé. Dentro, o calor do corpo ainda vibrava sob os lençóis, e Helena despertou com o som suave da lareira sendo reacendida por Marta.
Enrolada em um lençol, ela se levantou, nua por baixo, e caminhou descalça até a cozinha. Encontrou Marta de costas, usando apenas uma calcinha de renda preta e um suéter largo que deixava os ombros à mostra, a pele dourada iluminada pelas chamas da lareira e o cheiro de café recém-passado no ar.
— Eu poderia viver aqui dentro de você — disse Helena, aproximando-se por trás e encostando o corpo inteiro na mulher mais velha.
Marta sorriu, inclinando a cabeça para o lado para permitir que a médica beijasse seu pescoço.
— Aqui dentro é perigoso, doutora — provocou, com um brilho nos olhos. — Você aguenta?
Helena virou-a de frente e a beijou com força, segurando sua cintura e erguendo-a até sentá-la sobre a bancada da cozinha. As pernas de Marta abriram-se com naturalidade, e Helena ajoelhou-se ali mesmo, puxando a calcinha para o lado com os dentes.
Marta jogou a cabeça para trás ao sentir a língua quente e precisa deslizando entre suas dobras, molhada, firme, devota. As mãos de Helena seguravam suas coxas com força, e os gemidos da mulher madura ecoavam entre os azulejos e o vapor do café.
Foi um orgasmo rápido, forte, que sacudiu Marta da raiz dos cabelos até os dedos dos pés. Ela segurou a cabeça de Helena ali até que o prazer se tornasse insuportável de tão bom.
— Sua boca… não sei mais viver sem — disse, ofegante, puxando-a para cima e beijando-a, provando-se nela.
Subiram as escadas em silêncio, mas com os olhos famintos. No quarto, Marta já havia deixado à mostra uma pequena mala de couro. Abriu-a diante de Helena, revelando acessórios de couro, vendas, óleos perfumados e um pequeno vibrador em tom vinho.
— Você quer ousadia? — perguntou Marta. — Quero que me deixe ir mais fundo com você hoje.
Helena apenas assentiu. Ela confiava. E desejava.
Marta amarrou uma faixa de seda negra sobre os olhos de Helena e a guiou até o centro da cama. Deitou-a de bruços, amarrando suavemente os pulsos à cabeceira com lenços de cetim. Beijou cada parte exposta com adoração: os ombros, a curva da lombar, a parte interna das coxas.
— Me diga o que sente — sussurrou, passando a língua ao redor da base da coluna.
— Desejo. Calor. Tesão. Sua falta, mesmo com você em cima de mim.
Marta sorriu e passou óleo quente entre os dedos, espalhando-o pelas costas e nádegas de Helena com movimentos firmes. Desceu até o sexo, abrindo as pernas e explorando-a devagar com os dedos untados, massageando o clitóris com suavidade antes de introduzir dois dedos, depois três, sem pressa, sentindo cada reação da amante.
Helena se contorcia, cega pelo tecido, mas entregue. Marta então usou o vibrador pequeno, delicado, encostando-o no clitóris de forma intermitente, enquanto penetrava devagar com os dedos, até os gemidos virarem gritos contidos contra o travesseiro.
— Agora goza pra mim, doutora… goza sendo só minha.
E Helena gozou, o corpo inteiro arqueado, os músculos tremendo, os lençóis torcidos entre os dedos. Quando o orgasmo passou, Marta a soltou e a deitou de lado, aninhando-a nos braços.
Mas ainda havia mais.
Marta deitou-se de costas e abriu as pernas, entregando-se completamente, olhos nos olhos.
— Quero que me coma como se fosse a última vez.
Helena foi com força. Usou os dedos com ritmo e precisão, beijou com paixão, mordeu, lambeu. Marta gozou alto, intensa, depois de novo, com o rosto entre os travesseiros, e por fim, sentada no colo da médica, rebolando lentamente, olhos fechados, até que ambas estivessem exaustas.
Na manhã seguinte, fizeram amor uma última vez no banho. Sem pressa. Só desejo e carinho. Helena lavou o corpo de Marta com esponja macia, depois a abraçou sob a água quente, como se quisesse guardar seu cheiro para sempre.
Na estrada de volta, entre olhares trocados e mãos entrelaçadas, havia silêncio. Mas não por falta do que dizer.
Era o silêncio de quem sabia: algo mudou para sempre.