“Cuidar da pele, do corpo… e do coração. Marta & Helena.”
Os comentários explodiram. Apoio, surpresa, desejo. Algumas críticas, claro. Mas nada que pudesse abalar o que elas haviam construído. Afinal, quem conhecia o que se passava entre quatro paredes — ou em uma montanha isolada, ou em lençóis ensopados de prazer — sabia que era mais do que paixão. Era entrega. Era liberdade conquistada.
Dois anos depois, numa cerimônia ao pôr do sol, numa pousada à beira-mar em Paraty, Marta e Helena se casaram. As duas descalças, os vestidos esvoaçantes, os cabelos soltos. Um beijo demorado selou o sim. E os olhos brilhavam com a promessa de tudo que ainda estava por vir.
Lua de Mel: Ardor à Beira do Mar
Chegaram ao bangalô no litoral norte da Bahia ao cair da noite. Madeira, velas, aroma de canela e maracujá. A suíte era ampla, com uma cama de dossel adornada por véus brancos e uma varanda com piscina privativa. Mas o que chamou atenção de Helena foi a prateleira discreta com óleos, algemas de veludo, vibradores artesanais e uma máscara de cetim.
— Você reservou o pacote Lua de Mel Incondicional, não foi?
Marta riu. Um riso grave, cheio de malícia.
— Só o melhor para a mulher da minha vida.
Beberam espumante nuas na piscina, sob a luz da lua. Marta sentou-se no colo de Helena, as pernas entrelaçadas, os corpos úmidos e salpicados de gotas de vinho. As mãos escorregavam pelos quadris, pelos seios. As bocas se encontravam com sede antiga. A água se agitava com os movimentos lentos, firmes, das duas, até que Helena gemeu no ouvido de Marta:
— Quero te possuir de novo. Agora.
Foram para dentro sem secar o corpo. A cama recebeu as duas como se já as esperasse. Helena amarrou Marta ao dossel, vendou-lhe os olhos e passou a língua por cada centímetro do seu corpo molhado, desde o pescoço até o púbis.
Depois veio com um acessório quente, de textura macia, e penetrou-a enquanto beijava seus pés, seus joelhos, seus seios. Marta gritava sem pudor. Ali não havia vizinhos, apenas mar, vento e prazer.
— Goza pra mim, esposa linda — sussurrou, com os dedos firmes no clitóris da mulher amarrada.
Marta explodiu. Um orgasmo profundo, demorado, que a fez tremer inteira, suada, arrepiada.
Mas ainda havia mais.
Na manhã seguinte, fizeram amor na rede da varanda, com Helena por cima, rebolando lentamente, os seios se balançando no ritmo dos gemidos abafados pelo barulho das ondas.
À tarde, transaram sobre uma manta na areia, escondidas por uma cabana de palha. Marta de quatro, com areia nos joelhos, recebendo com força o dildo que Helena usava, os corpos bronzeados reluzindo sob o sol e suor.
À noite, com a lua cheia iluminando o quarto, Helena se deitou e abriu as pernas, entregando-se. Marta acariciou-a devagar, depois usou um vibrador pequeno no clitóris, alternando com a língua, fazendo círculos com paciência e carinho, até a esposa gozar três vezes seguidas, gritando seu nome como oração.
O Fim é o Recomeço
Na última noite, de mãos dadas na piscina, Helena disse:
— Sabe o que eu mais amo em você?
— O sexo? — Marta provocou, mordendo-lhe o lábio inferior.
— Também. Mas é como você me faz sentir... livre. Mulher. Inteira.
Marta a puxou para perto, encostando as testas.
— E você me fez entender que amar de novo não é recomeçar. É escolher viver.
Se beijaram. Um beijo lento. Molhado. Cheio de desejo. Mas agora também de paz.
O corpo delas era casa uma da outra.
E naquele paraíso quente, intenso e salgado, se amaram mais uma vez — como se o tempo fosse apenas mais uma desculpa para ficarem coladas, gemendo, sorrindo, existindo... e pertencendo.