O hotel boutique era charmoso, com decoração sóbria, janelas amplas e um quarto com vista parcial para o Empire State. Assim que entraram, Helena caminhou até a janela, contemplando a cidade pulsante, e disse em tom suave:
— Essa cidade tem um ritmo que me desafia… e me excita.
Laura, encostada à porta, sorria. Tirou o sobretudo, revelando um vestido justo de tricô preto que se moldava ao corpo como uma segunda pele. Aproximou-se de Helena por trás, passou os braços por sua cintura e sussurrou:
— Então deixa que eu te guie aqui também.
Beijou a nuca dela devagar. As mãos subiram por dentro do casaco de lã, tocando a pele quente sob o tecido. Helena fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás, rendida. Ali, com a cidade inteira aos seus pés, deixaram-se levar.
Laura virou Helena de frente, empurrou-a suavemente contra o vidro frio da janela e a beijou com voracidade. Despiu-a com lentidão proposital, como quem desembrulha um presente precioso. As roupas caíram no tapete uma a uma, até que os corpos nus se colaram, e o contraste da pele quente com o vidro gelado fez Helena arfar.
Fizeram amor ali mesmo, com Nova York como testemunha. Helena, arqueada contra o vidro, as mãos de Laura firmes em seus quadris, os movimentos intensos, as respirações rápidas, abafadas por beijos. A cidade não podia vê-las — mas elas se mostravam uma à outra por inteiro.
No Coração de Nova York
A brisa gelada de Nova York acariciava os cabelos de Helena enquanto elas caminhavam pelas ruas iluminadas da cidade. Era final de inverno, e o ar frio contrastava com o calor crescente entre elas. A cidade, com suas luzes cintilantes e seus sons inconfundíveis, parecia um reflexo do que se passava dentro delas — um caos de emoções e, ao mesmo tempo, uma harmonia inesperada.
Laura estava radiante, de casaco preto de lã, a pele ainda visível sob o cachecol, seus olhos brilhando mais do que a Times Square. Helena, ao seu lado, vestia um elegante sobretudo de lã, mas seus olhos estavam presos a Laura. Cada detalhe nela a encantava. O sorriso, o modo como ela se movia pelas ruas com uma confiança renovada. A viagem tinha sido uma surpresa que Laura planejara com o máximo de segredo — e a sensação de estar ali, com a jovem ao seu lado, era como um sonho que Helena não queria acordar.
— Você tem noção de que estamos em Nova York, depois de tudo o que vivemos? — disse Helena, a voz baixa, mas com uma ponta de incredulidade.
Laura sorriu, tocando-lhe a mão com um gesto íntimo, quase possessivo.
— E eu ainda não estou cansada de te ter comigo. Hoje... e todos os dias que vierem.
O hotel onde estavam hospedadas era luxuoso, mas ao mesmo tempo acolhedor. O quarto com vista para a cidade era um cenário perfeito para a noite que se aproximava. Assim que entraram, Helena a observou se desabotoando o casaco com calma. Laura, sempre ousada, virou-se para a professora com um sorriso de quem sabia o que queria.
— Vou tomar um banho quente, depois de tantas horas na rua. Mas... eu adoraria que você me acompanhasse — disse Laura, com um brilho travesso nos olhos.
Helena a seguiu até o banheiro, onde o vapor quente já começava a preencher o ar. A água começou a correr na banheira de mármore, mas as duas não se apressaram a entrar. Estavam de pé, diante uma da outra, os olhares longos, ansiosos. Com os dedos, Laura puxou o ziper do vestido de Helena, lentamente, como se estivesse desvendando um segredo. O som do tecido deslizando pela pele da professora ecoou suavemente no ambiente. Helena, sem hesitar, desabotoou a blusa de Laura, deixando à mostra a lingerie preta que ela usava por baixo.
O calor da água se misturava à intensidade entre elas. Cada toque era mais seguro, mais intenso. Quando ambas entraram na banheira, o corpo de Helena se esticava ao lado de Laura. A água quente envolvia as duas, mas o desejo queimava ainda mais forte. O cheiro suave de lavanda no ar tornava o ambiente ainda mais íntimo, uma assinatura da sensualidade silenciosa que se manifestava em cada toque.
Laura passou os dedos pelos ombros de Helena, deslizando suavemente pelo pescoço, depois pelos seios. A professora fechou os olhos, entregando-se completamente àqueles gestos. Laura inclinou-se e beijou o ombro de Helena com a suavidade de quem reconhecia o valor de cada momento.
— Nunca pensei que pudesse sentir algo tão profundo por alguém novamente — murmurou Helena, enquanto sentia o corpo de Laura contra o seu, a pele molhada, os seios se tocando suavemente.
— Eu sou tudo o que você precisa, e você é tudo o que eu quero — Laura respondeu, a voz firme, mas cheia de amor.
Depois de um banho que parecia demorar uma eternidade, as duas saíram, se secaram e se vestiram com elegância para o jantar que Laura tinha reservado — um restaurante sofisticado com vista para o Central Park. O ambiente era íntimo, perfeito para o que estava por vir. O ar frio da noite contrastava com o calor da conexão entre elas. Helena usava um vestido longo de veludo, de um tom vinho profundo, que a fazia parecer ainda mais deslumbrante. Laura, com um terno preto de corte impecável, estava deslumbrante de uma forma simples e envolvente.
O jantar foi um jogo de olhares, risos e toques sutis. Entre uma taça de vinho e outra, os dedos de Laura procuravam os de Helena sob a mesa, e os olhos se encontravam em silêncios profundos. Cada prato parecia um pretexto para aproximá-las ainda mais. Os dois corpos estavam a poucos centímetros de distância, mas o desejo era palpável, como se algo ainda mais intenso estivesse por trás da suavidade dos gestos.
Quando o prato principal chegou, Laura pediu que a garçonete os deixasse a sós por um momento. Quando a mulher se afastou, Laura olhou para Helena com uma intensidade única. O que começou como um olhar, logo se transformou em palavras suaves, mas carregadas de emoção.
— Helena... — Laura sussurrou, segurando a mão da professora, com um brilho nos olhos que denunciava tudo o que ela sentia. — Eu passei a minha vida inteira tentando entender o que era o amor, o que significava me entregar. Mas com você, tudo é diferente. Eu não preciso mais entender. Eu só preciso de você.
A mesa entre elas desapareceu enquanto Laura se levantava devagar, ajoelhando-se diante de Helena. O gesto foi uma surpresa que fez o coração de Helena bater mais forte. Laura, com os olhos fixos nela, tirou uma pequena caixa do bolso do paletó e a abriu, revelando um anel de diamantes.
— Helena... você aceita passar o resto da sua vida comigo? Eu te amo mais do que qualquer coisa. Quer casar comigo?
Helena ficou sem palavras por um momento. A intensidade do pedido, o brilho dos olhos de Laura, e o gesto tão puro, quase sagrado, de se ajoelhar diante dela... Tudo aquilo a fez perder o controle de suas emoções. Ela não hesitou.
— Sim. Sim, eu aceito, Laura. Eu te amo mais do que você pode imaginar.
O beijo que se seguiu foi suave, mas profundo, como um selo de uma nova fase. O desejo, a paixão, e agora a promessa de uma vida juntas — tudo em um só gesto.
A noite seguiu com o calor dos corpos, o sabor do vinho, e a certeza de que o futuro delas seria mais do que qualquer coisa que já haviam experimentado. E, naquelas ruas iluminadas de Nova York, Helena e Laura caminharam como se o mundo inteiro fosse delas, com as mãos entrelaçadas, e os corações finalmente em paz.