Da cor do pecado - parte três



A terceira sessão foi diferente desde o começo. Não aconteceu no estúdio.

Valéria chegou à casa de Sílvia num fim de tarde dourado, vestida com um vestido leve, curto, e com um sorriso que dizia tudo antes mesmo que qualquer palavra fosse dita. Sílvia a recebeu de biquíni sob um robe de seda esvoaçante, os cabelos soltos, os pés descalços. Estava linda — não apenas no corpo, mas no olhar: segura, madura, desejando com liberdade.

A mansão de Sílvia era como ela: elegante, sofisticada, com um toque ousado. Os portões altos se abriam para um jardim florido que cercava a fachada branca de colunas discretas. Por dentro, espaços amplos, móveis em tons claros, obras de arte contemporâneas nas paredes e uma escada de mármore que levava ao segundo andar. Mas o que mais impressionava era o quintal: uma piscina de borda infinita cercada por palmeiras, espreguiçadeiras almofadadas, uma pérgola de madeira com cortinas brancas e uma iluminação suave que já se acendia conforme o sol caía.

— Hoje a sessão é aqui — disse Sílvia, entregando uma taça de espumante a Valéria. — E eu quero que seja a mais longa de todas.

Valéria sorriu e tirou o vestido ali mesmo, revelando um biquíni vinho que contrastava com sua pele clara. Caminhou até a espreguiçadeira ao lado da de Sílvia e se deitou com um suspiro relaxado, mas seus olhos estavam atentos. Havia algo elétrico no ar. Cada gesto parecia antecipar o que viria.

Sílvia passou o óleo lentamente em Valéria, com mãos mais ousadas do que da primeira vez. Os dedos escorregavam pelas coxas, pela barriga, contornando os seios, até que seus rostos ficaram próximos demais. Beijaram-se ali, sob o céu dourado, com urgência contida. Valéria sentou-se na espreguiçadeira e puxou Sílvia para o colo. Beijaram-se mais forte, mais fundo.

— Aqui... ou lá dentro? — sussurrou Valéria, os olhos em brasa.

Sílvia se levantou, pegou a mão dela e a conduziu para dentro da casa.

O quarto de Sílvia era amplo, com portas de vidro abertas para a varanda. Cortinas leves dançavam com o vento. A cama, imensa, de linho branco e travesseiros macios, oscilava entre elegância e convite. Não havia pressa. As luzes eram baixas, a música suave — algo com piano e cordas, quase imperceptível.

Valéria empurrou Sílvia suavemente contra a parede e a beijou no pescoço, nas clavículas, enquanto as mãos exploravam com precisão. Tiraram lentamente os biquínis uma da outra, como quem desembrulha um presente precioso. Os corpos se encontraram de forma natural, com desejo, mas também com carinho. Havia fogo, sim — mas havia também encantamento.

Sílvia, deitada, sentia o calor da boca de Valéria viajando por sua pele, descendo lentamente entre os seios, pela barriga, até lugares onde ela não era tocada com tanta devoção há muito tempo. Gemidos baixos escapavam sem controle, mãos agarravam os lençóis, pernas se entrelaçavam.

Elas se amaram com sofreguidão, depois com calma. Rolaram pela cama entre risos, sussurros, beijos e mordidas. Cada toque parecia aprender uma nova parte da outra. E quando finalmente descansaram, abraçadas, as respirações ainda aceleradas, o quarto estava impregnado do perfume do prazer e da descoberta.

— Você sabe que isso é mais do que um jogo, não sabe? — disse Valéria, a cabeça apoiada no peito de Sílvia.

— Eu espero que seja — respondeu Sílvia, acariciando-lhe os cabelos.

Lá fora, a noite caía devagar. Mas dentro da casa, um novo dia tinha começado para ambas.

A escuridão caiu por completo, mas a mansão de Sílvia parecia viver sob uma luz própria. As velas que ela acendera antes lançavam sombras douradas pelas paredes do quarto, como se cada chama contasse sua própria história. Lá fora, o vento balançava levemente as cortinas. Lá dentro, o tempo parecia suspenso.

Sílvia e Valéria estavam deitadas, nuas entre os lençóis brancos, com os corpos ainda úmidos do banho morno que tomaram juntas depois da primeira explosão de desejo. Mas não era o fim — era apenas o começo da noite.

Valéria estava sobre Sílvia, os cabelos caindo como uma cortina sedosa ao redor do rosto da mulher mais velha. Os beijos agora eram mais lentos, mais estudados. Cada centímetro do corpo de Sílvia era explorado como um mapa que Valéria queria decorar com a ponta da língua. A pele ainda brilhava do óleo bronzeador, agora misturado ao suor e ao perfume da luxúria compartilhada.

— Você tem o gosto de mulher que sabe o que quer — sussurrou Valéria, lambendo suavemente o lóbulo da orelha de Sílvia.

— E você tem a fome de quem veio pra ficar — respondeu Sílvia, com um sorriso entre gemidos.

Valéria desceu, os lábios traçando um caminho até os seios de Sílvia, sugando com delicadeza e depois com firmeza, arrancando dela suspiros mais altos, mais soltos. As pernas se entrelaçaram, os quadris se encaixaram com ritmo, e logo estavam se movendo uma contra a outra com uma cadência quente, quase hipnótica.

A fricção aumentava, e com ela os sons abafados, os dedos apertando carne com desejo, os olhares que se prendiam mesmo nos momentos mais intensos. Sílvia puxava Valéria pelos cabelos, inclinando sua cabeça para beijá-la com fúria, como se quisesse devorá-la inteira.

Em algum momento da madrugada, trocaram de posição. Sílvia agora conduzia, com uma força delicada. Montou sobre Valéria, os seios balançando à luz das velas, enquanto cavalgava os gemidos da amante. Valéria apertava sua cintura, guiando o movimento, perdida no prazer, os olhos fechados, o corpo arqueado.

Foi uma dança lenta e poderosa — de toques úmidos, respirações entrecortadas, sussurros inconfessáveis.

No auge, quando ambas se desfizeram uma nos braços da outra pela terceira vez naquela noite, a cama era um campo de guerra vencido pelo prazer. O lençol amarrotado, os corpos colados, os lábios vermelhos de tanto se beijarem, os cabelos bagunçados como se um furacão tivesse passado por ali.

Mas havia mais que tesão. Quando se acalmaram, Sílvia ficou deitada de lado, traçando linhas imaginárias com o dedo pela barriga de Valéria. Ela não lembrava da última vez que se sentira tão desejada — e tão segura.

— Você dorme aqui, né? — perguntou, já sabendo a resposta.

Valéria puxou-a para mais perto e beijou sua testa.

— Hoje... e quantas noites você quiser.

Sílvia sorriu, aninhando-se no peito da amante, ouvindo seu coração. E ali, sob o silêncio cúmplice da madrugada, souberam que aquela noite não era só prazer — era início de algo maior.

Foto 1 do Conto erotico: Da cor do pecado - parte três


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Ficha do conto

Foto Perfil escritorcwb
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Nome do conto:
Da cor do pecado - parte três

Codigo do conto:
235087

Categoria:
Lésbicas

Data da Publicação:
07/05/2025

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