Sílvia, elegante como sempre, usava um sobretudo claro que realçava o bronze sutil da pele. Ao tirá-lo, revelou uma lingerie preta delicada e provocante, que moldava com perfeição suas curvas maduras e bem cuidadas. Valéria, de vestido vinho colado ao corpo, olhou para ela com desejo imediato — mas havia também reverência. Aquela mulher ainda a desarmava com um simples gesto.
— Tudo começou aqui — sussurrou Sílvia, caminhando até Valéria e tocando seus lábios com os dedos.
Valéria apenas sorriu, puxando-a pela cintura. O beijo que trocaram foi lento, profundo, e cheio de memórias. O gosto conhecido, o calor familiar, mas a mesma excitação de antes. As mãos exploraram com calma, como se fossem reviver cada toque do início, mas com o peso doce da intimidade construída ao longo dos meses.
Na frente da lareira, elas se deitaram sobre uma manta macia. Valéria tirou o vestido devagar, deixando-se despir como fizera na primeira viagem — mas agora com mais confiança, com a liberdade de quem sabe ser amada e desejada por inteiro. Sílvia a admirou em silêncio, os olhos fixos na curva da cintura, na pele clara, nas mechas avermelhadas que caíam pelos ombros.
— Você continua sendo meu vício — murmurou Sílvia, deixando beijos pela clavícula de Valéria.
O toque de suas mãos era firme, mas gentil. Elas se conheciam profundamente — sabiam onde provocar, onde acalmar, onde guiar com mais intensidade. O prazer entre elas vinha não só do corpo, mas da história que haviam construído, das lembranças que agora surgiam entre beijos e suspiros.
Valéria inverteu posições, ficando sobre Sílvia, que sorriu com um olhar de entrega total. A jovem deslizou os dedos pela pele de sua esposa, revivendo o caminho das primeiras carícias. A temperatura subia, apesar do clima frio do lado de fora. Cada gemido, cada toque, era resposta a um desejo cultivado, amadurecido e renovado.
Elas se moveram juntas em um ritmo conhecido, confortável, mas ainda tão excitante quanto nos primeiros encontros. Era mais do que prazer — era celebração. Cada toque era memória viva do que haviam conquistado. No ápice da noite, entre lençóis e luz de fogo, o nome de uma ecoava nos lábios da outra, como uma prece íntima, sagrada.
Depois, deitadas nuas sob a manta, os corpos entrelaçados e suados, Valéria olhou para Sílvia com o olhar calmo de quem encontrou seu lugar no mundo.
— Você foi o começo de tudo... e continua sendo tudo — sussurrou.
Sílvia sorriu e a beijou na testa.
— E esse amor... não tem fim.
O silêncio que veio depois foi preenchido por calor, por suspiros suaves, por mãos que ainda se buscavam, mesmo depois de saciadas. A lareira ainda ardia, assim como o amor que compartilhavam. A viagem de aniversário não foi só uma lembrança do início — foi a prova de que, entre elas, o desejo e a intimidade não se esgotavam: apenas se transformavam em algo cada vez mais profundo.