Alugaram uma casa simples e charmosa próxima ao centro histórico. Paredes brancas, janelas azuis, varanda com rede e vista para o mar. Pela manhã, andavam de mãos dadas pelas ruelas coloridas. À tarde, mergulhavam em praias desertas e faziam amor entre lençóis amassados e pele dourada de sol.
Na primeira noite, brindaram com vinho branco gelado sob a varanda. Camila estava de vestido leve, sem sutiã, com os mamilos marcando o tecido. Helena, de shorts e uma regata fina, passou o tempo inteiro desviando o olhar, até que se rendeu.
— Você tem ideia do que faz comigo com esse vestido?
Camila se aproximou, sentou-se sobre as coxas da diretora e envolveu seus ombros com os braços.
— Tenho. E adoro.
O beijo veio quente, carregado de desejo e sal. Os corpos se entenderam rapidamente, como se já soubessem de cor o caminho do prazer. Camila levantou a regata de Helena, deixando os seios à mostra, e os acariciou com as mãos e a boca, sugando com lentidão enquanto sentia a parceira se derreter sob seus toques. Helena gemeu baixo, guiando a mão da professora para dentro de sua calcinha. Em poucos segundos, estava exposta, úmida, entregue no colo dela.
Fizeram amor ali mesmo, na varanda, com o som das ondas ao fundo e os gemidos abafados pela noite morna de verão. Depois, deitaram juntas na rede, ainda nuas, os corpos entrelaçados e suados, os corações em compasso calmo e feliz.
Nos dias seguintes, visitaram cachoeiras escondidas, nadaram peladas em rios gelados, fizeram amor sob o chuveiro ao ar livre da pousada. Camila beijava Helena com fome, com paixão, mas também com ternura. E Helena, que outrora era contida e racional, agora ria fácil, dizia o que sentia, tocava Camila sem medo, em qualquer lugar.
Na penúltima noite, foram jantar em um restaurante à beira-mar. A lua refletia sobre a água como prata derretida. Camila usava uma camisa branca de linho aberta até o meio do peito, bronzeada, linda como sempre. Helena parecia uma pintura, com um vestido azul profundo que realçava seus olhos e sua presença serena.
Depois do vinho, das risadas e dos toques sob a mesa, Camila ficou séria. Olhou Helena com um brilho diferente nos olhos e segurou sua mão sobre a mesa.
— Sabe quando eu tive certeza de que era você?
— Quando me devorou na sala de reuniões? — Helena provocou, rindo.
— Não. — Camila sorriu. — Quando a gente voltou da viagem de julho e você segurou minha mão na escola. Sem medo. Sem desculpas. Ali eu soube.
Helena ficou em silêncio. O ar pareceu suspenso. Camila se levantou, tirou do bolso uma caixinha pequena de madeira e a colocou sobre a mesa. Abriu. Um par de alianças finas, elegantes.
— Não quero esperar o “tempo certo”. Já esperei demais para viver livre. Quero construir uma vida com você. Casar com você. Acordar ao seu lado nos dias bons e ruins. Quer ser minha esposa, Helena?
A diretora, por um momento, esqueceu como respirar. Piscou várias vezes, até sorrir com os olhos marejados. Levantou-se, contornou a mesa, segurou o rosto da mulher que amava e a beijou.
— Eu quero. Muito. Mais do que imaginei que um dia voltaria a querer.
As pessoas ao redor aplaudiram com delicadeza. Camila colocou a aliança no dedo dela, Helena retribuiu. Depois saíram caminhando de mãos dadas pela areia, os pés descalços, o coração leve. E naquela noite, em meio a lençóis macios, suor, gemidos e promessas sussurradas, selaram o início de uma nova etapa: o amor que antes era escondido agora era eterno.