Carlos conhecia Isabela desde que ela era um embrulho de fraldas nos braços da patroa. Ele era o funcionário mais antigo da mansão dos Carvalho, o jardineiro que plantava rosas e cortava a grama com a mesma dedicação com que via a menina crescer. Isabela, a caçula, a de cabelos loiros e cacheados como algodão-doce, pele branca que queimava ao sol, sempre de vestidos brancos ou saias plissadas, meias até o joelho e sapatos de fita. Ele a via correndo pelo gramado, rindo com os dentes de leite, depois com os aparelhos metálicos, depois com os sorrisos tímidos de adolescente.
Ela era meiga até doer. Sempre com um "Bom dia, Carlos!" cantado, um sorriso envergonhado quando ele a elogiava — "Como você cresceu, menina!" — e corava até a raiz dos cabelos. Brincava de esconde-esconde entre os arbustos, pedia para ele ensinar a regar as flores, ria das piadas bobas que ele inventava só para vê-la sorrir. Quando ficou mais velha, passou a trazer livros para ler debaixo da sombra das árvores que ele podava, sempre com um "Carlos, você não acha que essa roseira precisa de mais sol?", como se ela também entendesse de jardins.
Era a menina que nunca sujava as mãos, que falava baixo, que cruzava as pernas quando sentava na grama, que corava se ele, sem querer, a visse de maiô na piscina. "Carlos, não olha!", ela ria, tapando o rosto com as mãos, mesmo que ele já a conhecesse desde bebê. Era a herdeira dos Carvalho, a moça de boas maneiras, a que os pais chamavam, mesmo já crescida, de "nossa princesa".
Por isso, quando Carlos acordou naquela madrugada com a garganta seca e desceu para a cozinha, nunca imaginaria o que veria.
A mansão dos Carvalho dormia sob o luar prateado, envolta no silêncio pesado da madrugada. Carlos desceu as escadas dos fundos em direção à cozinha, onde sempre havia água fresca na geladeira. Foi então que a viu.
Isabela. A menina que ele conhecia desde sempre, a de tranças loiras e laços nas pontas, a que corava quando ele brincava que ela era "a princesa do jardim". Mas não naquela noite. Não às três da manhã. Ela saía pela porta dos fundos, apenas envolvida em uma toalha de banho branca, os pés descalços afundando levemente no tapete de grama úmida, como se cada passo fosse um segredo que só ela e a noite compartilhavam.
Carlos parou, o coração batendo tão forte que ele temeu que ela ouvisse. O que a filha dos patrões, a menina que ele via crescer, estaria fazendo acordada a essa hora? E por que apenas de toalha?
Ele a seguiu em silêncio, os olhos colados ao corpo dela — os ombros delicados que ele já vira mil vezes encobertos por blusas de renda, a coluna esbelta que antes se curvava envergonhada quando ele a elogiava, as pernas longas e bem-torneas, que antes só apareciam em shorts de ginástica, agora nuas, pálidas, quase brilhando sob a lua. A toalha ameaçava escorregar a cada movimento, revelando um vislumbre da curva dos seios pequenos e firmes, que ele só imaginava debaixo dos vestidos de algodão, ou do quadril arredondado e convite, que antes se escondia sob saias rodadas.
Ela chegou à casinha dos fundos, onde dormiam Lucas e Marcelo, os rapazes da cozinha. Três batidas curtas. A porta se abriu antes que o eco do último toque se perdesse na noite.
— Finalmente, princesa. — A voz de Lucas era áspera, cheia de um desejo que Carlos nunca ouvira antes dirigido a ela. — A gente já tava pensando que você não ia aparecer hoje.
Isabela não respondeu. Ela soltou a toalha.
Carlos prendeu a respiração.
Ela estava nua.
Seu corpo era magro, quase frágil, mas com curvas sutis que gritavam tentação — aquele mesmo corpo que ele via, há anos, correndo pelo jardim, agora exposto, oferecido, sujo de desejo. Os seios pequenos e redondos, com mamilos rosados e duros, que ele só imaginava debaixo das camisetas largas que ela usava para estudar debaixo das árvores. A barriga lisa e plana, a cintura fina como a de uma dançarina, que antes se escondia sob cardigãs. Os pelinhos loiros e finos entre as coxas, já brilhantes de excitação, algo que ele jamais imaginaria que existisse debaixo das calcinhas de algodão que ela pendurava no varal. O bumbum pequeno, redondo e firme, que antes se balançava inocente quando ela pulava corda, agora oferecido, pronto para ser dominado.
Carlos sentiu um calor queimando por dentro, uma mistura de choque, desejo e uma traição doída. Aquilo não era a Isabela que ele conhecia. Aquilo não era a menina que corava quando ele, brincando, chamava ela de "princesa".
— Caralho, Isabela… — Marcelo a puxou para dentro, as mãos já explorando seus seios, beliscando os mamilos com uma intimidade que falava de noites que Carlos nunca soube que existiram. — Você é uma safada, hein? Vem aqui pelada, toda molhadinha…
— Eu não aguentava mais. — A voz dela era um sussurro rouco, quase um gemido, os olhos azuis e brilhantes como o céu de verão, os mesmos olhos que o fitavam com confiança quando ela pedia para ele colher flores para enfeitar seu quarto. — Precisava de vocês. Sempre preciso.
Lucas riu, fechando a porta, mas não completamente. Carlos ainda conseguia ver.
— Então você vai ter, sua putinha. — Lucas a empurrou contra a parede, as mãos deslizando por suas coxas macias, as mesmas coxas que Carlos já vira, anos atrás, arranhadas por quedas de bicicleta. — De joelhos. Agora.
Isabela obedeceu sem hesitar, caindo de joelhos na frente dos dois, os mesmos joelhos que antes se raspavam nos caminhos de pedra do jardim. Os olhos fixos nos membros já duros que saíam das calças deles. Ela não perdeu tempo. A boca se fechou em torno de Lucas primeiro, os lábios carnudos e cor-de-rosa — aqueles lábios que Carlos já vira morderem doces com timidez — trabalhando com uma habilidade que só uma garota experiente poderia ter.
— Isso, sua gostosa. — Lucas segurou sua cabeça, empurrando-a para frente, fazendo-a engasgar. — Chupa como se fosse a última vez.
Marcelo não ficou para trás. Ele se ajoelhou atrás dela, as mãos espalhando suas nádegas, os dedos explorando sua buceta já molhada, brincando com os pelinhos loiros antes de afundar dois dedos nela.
— Você tá encharcada, sua safada. — Marcelo murmurou, a voz grossa de desejo. — Adora isso, não é? Ser usada pelos empregados dos seus pais…
— Mmm… sim… — Isabela se afastou por um segundo, a saliva escorrendo pelo queixo que antes só provava sorvete de baunilha. — Eu sou uma vadia… uma putinha que adora pau de criados…
Carlos sentiu o próprio corpo arder de uma maneira que doía. A cena era demais. Isabela, a menina que ele ensinou a regar as flores, que ria das suas piadas, que corava quando ele a chamava de princesa, estava ali, nua, suada, sendo usada pelos dois ao mesmo tempo, os gemidos abafados, os corpos colados, o som molhado de sexo enchendo a casinha que antes só abrigava sonhos inocentes.
— Mais… — ela arfou, a voz embargada, os mesmos suspiros que antes só saíam quando ela ganhava presentes. — Me fodam mais forte… eu sou uma vadia… eu mereço…
Lucas não se fez de rogado. Ele a segurou pelos quadris, as unhas afundando em sua pele branca, enquanto batia nela com força, o som das batidas ecoando como uma música proibida nos ouvidos de Carlos. Marcelo, na frente, segurava sua cabeça, fodendo sua boca sem piedade, a boca que antes só falava "por favor" e "obrigada".
— Você adora isso, não adora, sua safada? — Lucas grunhiu, o suor escorrendo por seu rosto. — Adora ser a nossa putinha dos fundos…
— Sim… — ela gemeu, os olhos azuis cheios de lágrimas de prazer, os mesmos olhos que antes só choravam quando ela caía e raspava o joelho. — Eu sou… eu sou de vocês…
Carlos não aguentava mais. Ele deveria sair. Mas não conseguia. Sua mão, sem que ele percebesse, desceu até sua própria calça, o corpo reagindo à cena proibida que se desenrolava na sua frente. A menina que ele viu nascer, que ele protegia como se fosse sua, estava ali, se entregando, gemendo, se transformando em algo que ele nunca imaginaria.
Foi então que Marcelo se afastou, deixando-a ofegante, a boca escorrendo saliva, os lábios inchados que antes só sorriam para ele.
— Agora, sua vadia… — ele a virou, empurrando-a contra a cama estreita, a mesma cama onde Carlos já vira os rapazes dormirem depois de longos dias de trabalho. — Você vai sentir o que é ter os dois buracos cheios.
Isabela sorriu, um sorriso sujo, de quem sabe exatamente o que está por vir, um sorriso que nunca tinha sido dirigido a ele.
— Sim… me usem… — ela se deitou, abriu as pernas, exposta, vulnerável, pronta.
Lucas não perdeu tempo. Ele se posicionou entre suas pernas, o membro já na entrada de sua buceta. Marcelo, atrás, cuspiu na própria mão, lubrificando seu membro antes de pressionar contra seu cuzinho.
— Relaxa, sua puta. — Marcelo murmurou, empurrando devagar, sentindo-a se abrir para ele. — Você vai adorar.
E então, os dois entraram ao mesmo tempo.
Isabela gritou, o corpo se arqueando, os dedos afundando nos lençóis, os seios pequenos balançando que antes só usavam sutiãs de algodão.
— Caralho… — ela arfou, os olhos arregalados, os mesmos olhos que antes só se arregalavam com a visão de borboletas. — Isso… isso…
Carlos sentiu algo dentro dele queimar como fogo. A visão de Isabela, pequena, branca, loira, miúda, a menina que ele conhecia desde sempre, sendo esticada pelos dois homens, a buceta e o cuzinho cheios, os gemidos descontrolados, o suor brilhando em sua pele de porcelana, era demais para resistir.




