Do outro lado da calçada, surge Bruno, 31 anos, jeans surrado, camiseta preta, barba por fazer e um sorriso safado de quem já viveu umas boas histórias. O olhar bateu em Vinícius e ficou. Ele atravessou sem cerimônia.
— E aí, tá sozinho nessa? — disse, já colando perto.
— Tô, mas pode mudar isso aí rapidinho — respondeu Vinícius, encarando de volta com malícia.
Não precisou de mais do que alguns goles e trocas de olhares quentes pra química acender. Eles começaram a dançar, um colado no outro, Bruno segurando firme na cintura de Vinícius, que se encaixava sem cerimônia. A música alta, o corpo suando, e o clima só esquentando.
Entre uma risada e outra, Vinícius puxou:
— Bora sair desse barulho? Conheço um bequinho aqui perto…
Bruno apenas assentiu com um sorriso de canto. Os dois sumiram na noite, entrando num beco estreito atrás de um dos arcos. Era escuro, mas ali ninguém se importava — a cidade tem seus segredos, e a Lapa é cheia deles.
Vinícius encostou na parede, puxando Bruno pela camisa, colando os corpos. A tensão virou fogo. Mão boba, beijo com pegada, respiração pesada. Eles se devoravam sem vergonha, como dois caras que sabiam exatamente o que queriam — e não tinham tempo a perder.
Os sons da rua ao fundo viravam trilha sonora da pegação, enquanto as mãos exploravam, apertavam, puxavam. Bruno mordeu o pescoço de Vinícius, que gemeu baixinho, olhos fechados, perdido no calor daquele momento.
— Cê é pior que a noite da Lapa… não tem fim — disse Bruno, rindo.
— Então aproveita que eu tô só começando.
A madrugada seguiu quente, intensa e sem censura. O beco virou palco de um encontro rápido, mas inesquecível — daqueles que você lembra sorrindo enquanto anda pela cidade dias depois.
No final, eles voltaram pro agito, meio bagunçados, mas com aquele brilho no olhar de quem viveu uma boa história. No Rio, a noite sempre promete… e às vezes, entrega muito mais.