O calor de Três Lagoas grudava no corpo. O retiro da juventude evangélica tinha reunido fiéis da cidade inteira num sítio afastado, com barracões, refeitório, e os famosos “momentos de meditação”.
Pastor Samuel era o responsável pelas ministrações noturnas.
Mas desde que Rafael voltou a frequentar a igreja, com aquele mesmo olhar firme, corpo marcado por camiseta fina e presença que mexia com o ar — o pastor já sabia:
Não tinha retiro que apagasse aquele desejo.
Na segunda noite, depois da vigília, todos se recolheram aos alojamentos.
Samuel ficou por último na varanda do alojamento dos líderes.
Rafael apareceu atrás dele, em silêncio, e encostou.
— Pastor… vim orar.
— E veio com esse short colado por quê?
Rafael sorriu.
A mão já pousou no ombro do pastor.
Desceu pelo peito.
Achou a cintura.
E parou ali, firme.
Samuel virou o rosto. Olhou nos olhos dele, entre o medo e a entrega.
— Vai fazer o quê? — sussurrou.
— O que eu venho querendo fazer desde o gabinete.
Beijo.
Molhado, intenso, abafado.
Rafael colado no pastor, empurrando até que os dois estivessem dentro do quartinho ao lado do refeitório.
A porta fechou com um empurrão.
O pastor tirou a camisa de uma vez.
Rafael ajoelhou devagar, como em oração… mas não era a Deus que ele ia servir agora.
Passou a mão pela barriga do pastor, beijou ali, e desceu.
A boca encontrou o volume já duro por baixo da calça.
Beijou, lambeu por cima, e o pastor segurava no batente da janela pra não gemer alto.
— Você ainda vai me levar pro inferno…
— E vai gozar no caminho.
Rafael desabotoou, abaixou, e chupou com vontade.
Devagar no começo, só a cabeça.
Depois fundo, com o som da boca molhada, a respiração quente, o gemido baixo.
Samuel tremia. As mãos buscavam o cabelo dele, puxando de leve, marcando o ritmo.
E quando Rafael parou, levantou e encostou de costas na mesa, o pastor entendeu o que ele queria.
Foi pra cima, mão firme na cintura, boca no pescoço.
Roçou ali, no meio das pernas, os dois suados, sem roupa, só gemido no ar.
— Aqui mesmo? — sussurrou Samuel.
— Aqui. Agora. Me mostra se além de pastor… sabe dominar.
E o pastor dominou.
Empurrou devagar, com a mão tapando a boca de Rafael.
O corpo arrepiado, a mesa balançando.
Cada investida vinha com mais fome.
Mais gemido no escuro.
Mais pecado entre quatro paredes de madeira fina.
Quando os dois chegaram ao limite, Samuel encostou a testa nas costas de Rafael, respirando ofegante.
E gozou sem pressa, com o corpo todo.
Rafael, tremendo, veio logo depois.
Silêncio.
Só a respiração dos dois.
O cheiro do ato misturado com o perfume da noite lá fora.
— Amanhã tem outro culto — disse o pastor, ainda com a mão na cintura dele.
— Eu volto — respondeu Rafael, sorrindo. — Sempre volto.