Davi era o tipo que gostava de brincar no limite. Sempre teve um jeito provocador, safado, meio insolente. E naquela noite, parecia saber exatamente o efeito que causava.
— Tão diferentes, vocês dois. Ítalo todo certinho, e Marcos com essa cara de que adora bagunçar as regras — disse Davi, com um sorriso torto, encarando os dois no sofá.
Ítalo riu, meio sem graça. Marcos só bebeu mais um gole da cerveja e encarou Davi com calma, depois olhou pro namorado.
— Ele pode ficar. Mas só pra assistir — disse. A frase saiu baixa, quase um sussurro.
Ítalo gelou por dentro e esquentou por fora. O pau endureceu antes mesmo de entender o que aquilo queria dizer. O coração acelerou. A pele ficou sensível. Davi ergueu uma sobrancelha, intrigado — e excitado.
— Só assistir? Sem tocar? — perguntou.
— Exato. Vai ficar ali, nessa cadeira — Marcos apontou com a cabeça — e vai ver o que ele nunca deixa ninguém ver.
Ítalo não respondeu. Só sentiu o corpo inteiro pulsar quando Marcos levantou e o puxou pela mão até o centro da sala. Davi se sentou na cadeira com um sorriso safado, os olhos vidrados como se estivesse num espetáculo particular. E era.
Marcos colou em Ítalo por trás, puxando a camisa dele devagar, lambendo o pescoço, sussurrando coisas baixas que nem Davi conseguia ouvir. A cada toque, a cada gemido contido, Ítalo ficava mais exposto, mais entregue, mais duro — e Davi, mais fascinado.
— Olha como ele fica mole quando eu aperto aqui — Marcos disse, passando a mão entre as pernas do namorado, com firmeza. — Tá vendo isso, Davi? Isso aqui é só meu.
Ítalo arfava, os olhos baixos, mas de vez em quando olhava direto pra Davi — que estava ali, de pernas abertas, duro sob o jeans, mas obedecendo. Só olhando. Respirando fundo. Mordendo os lábios.
Marcos foi tirando a roupa de Ítalo peça por peça, deixando o corpo à mostra, os mamilos arrepiados, a pele vermelha de desejo. Ele se ajoelhou, passou a língua devagar pelo abdômen dele, sem pressa, só pra mostrar. Só pra provocar.
Ítalo tremia. A vergonha e o tesão brigavam dentro dele. Ser exposto assim, ser assistido, ser manipulado. Ele olhou de novo pra Davi, e o olhar que recebeu de volta era puro fogo. Era como ser tocado sem que ninguém encostasse.
Marcos o virou de costas, mordeu a nuca dele e segurou firme no quadril.
— Não fecha os olhos. Ele tá vendo tudo. Deixa ele ver você gemendo, ficando todo mole, todo meu.
Ítalo gemeu mais alto, a respiração pesada, a cabeça virada pro lado, os olhos vidrados em Davi, que agora estava suando, com a mão trêmula na perna, mas sem tocar onde queria.
Marcos dominava tudo. O ritmo, os sons, os olhares. E Ítalo, entregue, gemia e se contorcia sabendo que estava sendo devorado por dois ao mesmo tempo — um com o corpo, outro com os olhos.
Quando o clímax veio, foi silencioso e tremendo, com o corpo contraído e os olhos nos olhos de Davi. Sem toque. Sem pressa. Só tesão bruto.
Marcos se levantou, lambendo os próprios lábios, e disse:
— Pode ir embora agora, Davi.
Davi levantou devagar. Duro. Silencioso. Em choque.
— Cê vai me chamar de novo? — perguntou.
Marcos deu um sorriso lento.
— Talvez. Mas da próxima, você ainda não vai tocar. Só olhar.
Provocação torturante mas muito excitante. Ótimo conto.