Ítalo caiu de lado na cama, exausto, marcado, suado, ofegante. O corpo todo dele dizia entrega. Um gemido ainda escapava de tempos em tempos, como se o prazer ainda vazasse pelos poros.
Marcos andava de um lado pro outro, nu, como se o quarto fosse dele e o mundo também. Pegou Davi pelo queixo com dois dedos, levantou seu rosto e disse num tom que era comando e provocação ao mesmo tempo:
— Ainda duro? Mesmo sem encostar?
Davi assentiu, sem voz. O pau dele estava pulsando, vivo, implorando por alívio.
— Então tá pronto pra entender de vez o que é ficar à mercê do que a gente permite — continuou Marcos, se virando pra Ítalo. — Ele ainda não goza. Ele só sente.
Ítalo, mesmo deitado, sorriu fraco. Cúmplice. Sabia do jogo. Sabia do poder.
Marcos voltou pra trás de Davi e sussurrou no ouvido dele:
— Sente o cheiro dele ainda em você? O gosto que ficou na sua língua? Pois agora, vai ver de perto de novo.
Ele empurrou Davi pra cama, deixando-o ajoelhado, entre os dois. Ítalo o recebeu com um olhar mole, os olhos meio fechados, o corpo ainda tremendo. E mesmo assim, estava pronto. Duro de novo. Desafiando a lógica.
Marcos sentou-se na beirada da cama e puxou Ítalo pra cima dele, encaixando seus corpos com firmeza, suor contra suor, boca contra pescoço. O movimento começou lento, como uma tortura gostosa. Os gemidos voltaram, abafados, baixos, sujos.
Davi assistia tudo de perto. A pele arrepiada. O coração disparado. Os músculos tensos.
— Não toca. Nem agora. Só sente com os olhos — disse Marcos, sem parar o movimento. — Cada gemido, cada rebolada, cada tremor… é seu castigo.
Ítalo gemeu alto, o corpo em espasmos, o rosto virado direto pro de Davi — como se gozasse só de saber que estava sendo visto.
O quarto inteiro foi tomado por esse último momento: três respirações fundidas, três desejos entrelaçados, mas apenas dois corpos no fogo. O terceiro queimava por dentro, preso na própria vontade, escravo do que viu, do que ouviu, do que não pôde ter.
E quando tudo terminou, o silêncio caiu denso. O suor escorria. Os olhares pesavam.
Marcos olhou pra Davi e soltou, com um sorriso torto:
— Isso foi só o começo. Na próxima, talvez você ganhe o direito de pedir alguma coisa.
Davi não respondeu. Só fechou os olhos. E jurou a si mesmo que da próxima vez… ele ia implorar.