— Hoje cês vão tomar outra virada — Léo provocou, rindo.
— Vai sonhando, porra. Aqui é raça — André respondeu, com aquele brilho no olho.
Eles riam, xingavam, gritavam com o juiz.
Mas entre um grito e outro, o calor começou a bater diferente.
A cerveja já era a terceira. Os corpos começavam a suar.
A camisa do time colava no peito. O short subia.
As coxas musculosas, o volume se formando ali no meio,
e os dois tentando não notar o que os olhos já não conseguiam mais ignorar.
Foi quando Léo ajeitou o short, e a cabeça do pau desenhou de leve.
André desviou o olhar na hora.
Mas o estrago tava feito.
— Tá quente aqui, né? — Léo comentou, tirando a camisa, o peitoral suado à mostra.
— Porra… tá mesmo — André respondeu, já meio sem ar, meio duro sem entender por quê.
Léo se recostou, as pernas abertas. André tentou focar no jogo.
Mas o pau dele dava sinais de que o jogo ali era outro.
O do Corinthians já tinha perdido a graça.
Léo percebeu. Sorriu torto.
— Já teve curiosidade?
— Do quê?
Léo virou o rosto, sério.
— De saber como seria. Tipo… entre a gente.
O silêncio caiu pesado.
André sentiu o coração bater na garganta.
O pau ficou mais duro do que em muito tempo.
— Cê tá zoando…
— Tô? — Léo se aproximou. — Fala olhando no meu olho.
O olho encarava. A mão já estava no joelho de André.
A respiração dos dois era um gol de placa de tensão.
Sem mais perguntas.
Léo se abaixou e passou a boca devagar pela barriga de André, por cima da camisa.
André fechou os olhos e gemeu baixo.
Primeira vez. Sem roteiro. Sem desculpa. Só tesão.
O som do jogo seguia na TV.
Mas o clássico agora era outro:
língua, gemido, pau latejando.
André abriu o short. Léo não pensou duas vezes.
Desceu com fome, com vontade, com o tipo de tesão que ninguém admite — mas o corpo entrega.
André gemeu alto, segurando o sofá, os músculos tensos.
— Que porra é essa, mano…
— Fica quieto — Léo respondeu, a boca cheia.
André estava de quatro, apoiado nos cotovelos, short abaixado até os tornozelos, gemendo baixo e suando como se estivesse correndo uma maratona.
Atrás dele, Léo — o melhor amigo, o palmeirense safado — metia com vontade, a mão firme nas costas de André, a boca soltando palavrões no ritmo das estocadas.
— Nunca pensei que seu cuzinho fosse tão apertado — Léo sussurrava, ofegante.
André só gemia, perdido no meio da vergonha e do tesão.
A sala inteira cheirava a sexo, cerveja e traição.
E foi aí que…
a maçaneta girou.
A porta se abriu.
Camila entrou.
Ela deu dois passos e parou.
Carregava as sacolas do mercado. O salto batendo seco no chão.
Demorou exatos três segundos pra entender a cena:
o marido, de bunda empinada, suado, gemendo.
o melhor amigo da casa, pelado, socando sem dó.
O tempo congelou.
Léo travou no meio da estocada.
André virou o rosto, em choque.
Camila largou as sacolas no chão. O tomate rolou pelo tapete.
— Mas que porra é essa?
André tentou se cobrir, tropeçou nos próprios shorts.
Léo se afastou, o pau ainda duro, o corpo tremendo.
— Cami… espera…
— Esperar? Cê tá com o pau do Léo enfiado até a alma e quer que eu espere?
Ela virou pro Léo, o olhar afiado, a voz fria como gelo.
— Sai da minha casa. Agora.
— Camila… eu…
— Pelado mesmo. Vai.
Léo congelou.
Camila apontou pra porta.
— Nem tenta pegar roupa. Sai. Anda.
Léo, humilhado, puxou os tênis sem cadarço e saiu correndo, nu, com a rola balançando e o cu marcado de André ainda fresco na mente.
A porta bateu.
Camila olhou pra André, que estava encolhido, suando, sem conseguir levantar os olhos.
— Amanhã a gente conversa — ela disse, seca.
— Cami…
— Cala a boca. Vai tomar um banho. E se olha no espelho, vê se reconhece quem virou.
Ela subiu as escadas sem olhar pra trás.
André ficou na sala.
O jogo ainda passava na TV.
Mas o clássico que ele jogou…
acabou com expulsão e humilhação pública.