Quase tudo.
Até que viu ele:
Caio, o frentista. Corpo magro, coxas grossas no macacão meio aberto, a camiseta justa, o boné torto.
Devia ter uns 25.
Tava limpando o vidro de um carro quando levantou os olhos e pegou Marcos encarando.
Não desviou.
Só deu um meio sorriso.
Marcos desceu devagar.
O jeito que andava já era convite.
— E aí, parceiro. Cansado desse calor?
— Aqui é quente o tempo todo — Caio respondeu, passando a mão na testa.
Marcos abriu a porta do caminhão e apontou pra dentro.
— Tem ar-condicionado aqui. Se quiser refrescar…
Caio hesitou por dois segundos.
Mas o jeito que Marcos olhava, firme, com um meio sorriso e os olhos queimando desejo, era difícil de negar.
— Cinco minutinhos não matam ninguém, né?
Subiu.
A cabine cheirava a estrada, couro, e perfume masculino barato.
Caio olhou em volta, curioso.
Marcos trancou a porta.
O silêncio tomou conta.
Só o barulho do motor ao fundo e o zíper da bermuda de Marcos sendo aberto.
— Já entrou numa boleia assim antes? — ele perguntou, a mão já dentro do short, massageando o volume.
Caio encarou, sem responder.
Mas a boca entreaberta e o pau começando a subir na calça diziam tudo.
Marcos se aproximou, puxou o boné dele pra trás e meteu a mão na nuca.
O beijo veio bruto. Língua com língua, barba raspando, os corpos encostando forte.
O calor ali dentro ficou maior que o de fora.
Em segundos, Caio já tava com a bunda no colo de Marcos, gemendo baixo, a camiseta puxada até o peito, os mamilos duros.
Marcos chupava o pescoço, a mão firme na cintura, o pau duro entre as pernas dele.
— Senta aqui e mostra que sabe dar manutenção — Marcos provocou, abaixando a cueca dele com os dentes.
Caio riu, ofegante.
— Vai ver que sei mais do que gasolina e calibragem.
E ali, no meio da tarde quente, com os vidros embaçando e o balanço do caminhão dando ritmo, os dois fizeram o que corpo pedia e cabeça não censurava.
Foi bruto, foi quente, foi suado.
E quando Caio saiu, com o boné de volta, andando meio mole, Marcos acendeu um cigarro e riu sozinho.
— Posto bom é aquele que abastece até a alma.