"Saráh?"
Uma mulher de aparência elegante, com um xale sobre os ombros, estava parada ali. Seu rosto era uma mistura de alívio e leve repreensão. Saráh se virou imediatamente, o modo "filha" ativado.
"Oi, mãe! Já estava terminando aqui. A gente se empolgou na sinuca", disse ela, gesticulando para o grupo.
A mulher se aproximou, o olhar passando por cada um deles antes de pousar em Darlene com um reconhecimento tácito de mãe para mãe.
"Mãe, esses são Eduardo, Rafaela, e a mãe deles, Darlene", Saráh fez as apresentações. "Pessoal, essa é minha mãe, Ana Maria."
"É um prazer conhecê-los", disse Ana Maria, a voz calma e educada. Seu olhar para Darlene foi direto, mas amigável.
Darlene deu um passo à frente, sentindo a necessidade de tranquilizá-la. "O prazer é nosso, Ana Maria. Sua filha é uma ótima jogadora de sinuca. Estávamos nos divertindo."
"Fico feliz que ela tenha encontrado uma companhia agradável", respondeu Ana Maria, o alívio agora claro em seu rosto. "O pai dela, João, já estava começando a ficar preocupado. Sabe como eles são."
Darlene riu, um som de pura cumplicidade. "Sei perfeitamente. Filhos são nossa preocupação constante, não importa a idade."
Aquele breve momento de conexão entre as duas mães pareceu solidificar a legitimidade do encontro. A interação deixou de ser sobre um grupo de jovens e passou a ser sobre duas famílias que, por acaso, se cruzaram.
"Bom, está na nossa hora", disse Ana Maria, tocando o braço da filha.
"A gente se vê na piscina amanhã, então?", perguntou Saráh, olhando para Rafaela e Eduardo.
"Combinado!", respondeu Eduardo, animado.
Saráh e a mãe se despediram e saíram do salão, deixando um silêncio para trás. O som das máquinas de fliperama parecia preencher um espaço que antes estava ocupado pela conversa. A noite de jogos havia chegado a um fim um tanto abrupto, mas com a promessa de um novo dia.