Anabelle - A empregada da Família Brasil (02) - O Patrão



Eram 2h17 da manhã. O quarto de Anabelle nos fundos estava imerso em silêncio, mas sua mente não desligava. Deitada no escuro, a pele da sua coxa ainda parecia queimar onde Rogério a apertara durante o jantar. Ela sabia que não tinha sido um acidente alcoólico. Tinha sido um teste. E ela, por necessidade, tinha passado ao ficar calada.

O interfone zumbiu, alto e seco, rasgando a madrugada. O coração de Anabelle disparou contra as costelas, mas sua mente clareou instantaneamente. Começou.

Ela apertou o botão, a voz controlada apesar do tremor nas mãos.

— Sim?

— No meu escritório. Agora.

A ordem foi curta, sem espaço para dúvidas. O interfone desligou com um clique.

Anabelle não perdeu tempo com pânico. O medo estava lá, gelado no estômago, mas a imagem das contas médicas da mãe sobre a mesa de cabeceira era mais forte. Se a regra do jogo havia mudado, ela precisava aprender a jogar rápido.

Ela vestiu seu roupão de banho velho e gasto por cima da camisola de algodão simples. Calçou os chinelos e saiu. Caminhar pelos corredores escuros e frios da Mansão Brasil àquela hora era como atravessar um campo inimigo. O luxo silencioso ao redor—os tapetes persas, os móveis antigos—não era apenas intimidante; era o objetivo. Era a segurança que ela não tinha e que eles esbanjavam.

A porta do escritório principal estava entreaberta, uma fresta de luz amarela cortando o corredor.

— Entre — disse Rogério antes que ela batesse.

Ele estava de pé no centro da sala, ainda com a roupa do jantar, mas parecia teatralmente irritado, puxando o colarinho da camisa.

— O senhor precisava de mim? — Anabelle perguntou, mantendo a postura de funcionária na entrada, mas seus olhos estavam alertas, absorvendo cada detalhe.

Rogério bufou, impaciente.

— Está um calor insuportável nesta casa. O ar condicionado central deve estar quebrado.

Anabelle quase sentiu vontade de rir por dentro. A casa estava gelada como um necrotério. Era uma desculpa esfarrapada, e o fato de ele nem se dar ao trabalho de inventar algo melhor demonstrava o quanto ele se sentia seguro no seu poder.

— Vá até o meu quarto. No closet, segunda gaveta da cômoda, tem um roupão de seda azul. Traga para mim.

Anabelle assentiu com um "Sim, senhor" automático e foi. Entrar no quarto principal, o santuário privado de Rogério e Cláudia, era cruzar uma fronteira perigosa. Enquanto caminhava até o closet imenso, ela demorou um segundo extra para escanear o ambiente: os perfumes caros de Cláudia, a cama king-size perfeitamente arrumada. Informação era poder. Ela achou o roupão de seda—tão macio e frio que parecia água nas mãos—e voltou rápido ao escritório.

— Aqui está, senhor.

Rogério pegou o roupão da mão dela e o jogou descuidadamente sobre uma cadeira de couro. Então, sem nenhum aviso, começou a desabotoar a camisa branca.

O primeiro instinto de Anabelle foi desviar o olhar, corar, agir como a empregada puritana que ele esperava. E ela abaixou a cabeça, mas não fechou os olhos completamente. Pelas frestas dos cílios, ela observou.

Ali mesmo, sob a luz forte do abajur, Rogério tirou a camisa, abriu o cinto e deixou a calça social cair. Ele ficou completamente nu no centro da sala.

Não havia vergonha nenhuma nele. Era um ato de arrogância suprema, uma demonstração crua de poder. Ele estava dizendo, sem palavras: Eu sou o dono deste espaço, e você é apenas uma espectadora.

O medo pulsou forte em Anabelle—ele era um homem grande e imprevisível—, mas uma nova voz fria surgiu em sua mente: Ele está se expondo para mim. Ele quer que eu veja. Isso me dá valor.

Com calma, Rogério vestiu o roupão de seda azul, amarrando o cinto na cintura. Agora, ele era o rei confortável em sua armadura de luxo, e ela a plebeia encolhida no roupão de toalha gasto.

— Muito melhor — ele suspirou, a irritação sobre o "calor" desaparecendo instantaneamente. Ele se virou para ela, os olhos focados e frios. — Agora, tranque a porta, Anabelle.

A desculpa tinha acabado. Era a hora da negociação real.

Anabelle hesitou por um segundo, a mão pairando sobre a maçaneta.

— Senhor... — ela começou, a voz baixa, testando o terreno. — Se a Dona Cláudia acordar e precisar de algo...

Rogério deu um passo à frente. O sorriso dele foi mínimo, gelado.

— A minha esposa toma remédios para dormir que a deixam apagada até o meio-dia. E se a casa pegar fogo, você está aqui recebendo instruções diretas do seu patrão. Gire a chave.

A mensagem era clara: Eu controlo tudo aqui. Não tente usar minha família como escudo.

Anabelle girou a chave. O clac metálico soou alto no silêncio, selando o destino da noite.

Rogério se aproximou devagar, invadindo o espaço dela até ela recuar e encostar as costas na porta trancada. Ele parou tão perto que ela podia sentir o cheiro do álcool do jantar em sua respiração.

— Você é boa no que faz, Anabelle. Invisível. Eficiente — ele começou, a voz suave, quase um elogio profissional. — Mas hoje no jantar, quando eu coloquei a mão na sua perna... você não foi invisível.

Anabelle manteve os olhos no nó do roupão de seda dele.

— Eu me assustei, Sr. Rogério. Não esperava... aquele tipo de contato.

— Mentira — ele sussurrou, inclinando-se para mais perto. — Você não se assustou. Você travou. Você prendeu a respiração e suas coxas ficaram tensas. Você sabia exatamente o que estava acontecendo. Você é esperta demais para ser ingênua.

Ele levantou a mão e tocou a gola do roupão de banho dela, sentindo a textura áspera do tecido barato entre os dedos com evidente desgosto.

— Tire isso.

Anabelle ergueu o queixo, encontrando os olhos dele pela primeira vez. O coração dela batia forte, mas a mente calculava freneticamente. O medo estava dando lugar à sobrevivência.

— Isso faz parte das minhas funções oficiais, senhor? — ela perguntou. Era um risco enorme, uma insolência calculada.

Os olhos de Rogério brilharam. Ele não ficou bravo; ele ficou interessado. O predador viu que a presa tinha dentes.

— Estamos renegociando as suas funções agora mesmo. E o primeiro requisito é a transparência. Tire.

Anabelle sustentou o olhar dele por mais um segundo antes de obedecer. Devagar, sem quebrar o contato visual, ela desamarrou o cinto e deixou o roupão pesado cair aos seus pés.

Ela ficou diante dele apenas com a camisola branca de algodão, fina e gasta pelas lavagens. O ar frio do escritório fez sua pele arrepiar instantaneamente, e seus mamilos endureceram contra o tecido fino, uma reação física que ela não podia controlar e que ele notou com um sorrisinho de satisfação.

Rogério a olhou de cima a baixo, sem pressa. Não era um olhar de paixão; era um inventário de estoque.

— Essa camisola é deplorável — ele disse, friamente. — O tecido é barato.

Anabelle sentiu a humilhação queimar, mas usou isso como combustível.

— É o que o meu salário atual permite comprar, Sr. Rogério. E ainda sobra pouco para os remédios da minha mãe.

O canto da boca de Rogério subiu ligeiramente. O golpe tinha acertado. Ela estava lembrando a ele da alavanca financeira que ele tinha sobre ela, mas também insinuando que o novo serviço custaria caro.

— Isso pode mudar — ele murmurou.

Ele deu o último passo, colando o corpo no dela, prensando-a contra a porta. Ele levou a mão para trás da cabeça dela, enterrou os dedos nos cabelos dela e puxou com firmeza, forçando o rosto dela para cima e o pescoço para trás, expondo a garganta.

— Escute bem, porque eu só vou explicar uma vez — ele disse, a voz rouca perto da orelha dela, o hálito quente na pele fria. — O uniforme, as bandejas, o "sim, senhor" durante o dia... tudo isso é teatro para a minha família. O seu verdadeiro turno começa quando as luzes se apagam.

— E o que esse turno exige? — ela conseguiu perguntar, a voz estrangulada pela posição da cabeça.

— Obediência absoluta — ele roçou os lábios no pescoço exposto dela. Não era um beijo, era uma marcação de propriedade. — O seu corpo agora faz parte do contrato. Quando eu chamar, você vem. O que eu mandar, você faz. Em silêncio.

Ele apertou o cabelo dela um pouco mais forte, uma pontada de dor aguda para enfatizar o ponto.

— Em troca, você, sua mãe doente e as contas atrasadas continuam tendo a minha proteção financeira integral. E talvez... um pouco mais de conforto, se você me agradar muito.

Ele soltou o cabelo dela abruptamente e se afastou, quebrando a bolha de tensão. Ele voltou para trás da mesa, sentando-se em sua cadeira de couro como se estivesse encerrando uma reunião de negócios.

— Estamos entendidos, Anabelle?

Anabelle ajeitou a camisola com mãos trêmulas, respirando fundo para recuperar o controle. Ela ainda estava aterrorizada, mas agora sabia as regras. E sabia o que estava em jogo.

— Sim, Sr. Rogério. Estamos entendidos.

— Pode ir.

Ela pegou o roupão do chão, destrancou a porta e saiu sem olhar para trás. Enquanto caminhava no escuro de volta ao seu quarto, o medo ainda estava lá, pesado, mas estava sendo empurrado para o lado por uma nova e fria determinação. Ela tinha acabado de vender sua alma, mas ia garantir que o preço fosse o mais alto possível


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Anabelle - A empregada da Família Brasil (02) - O Patrão

Codigo do conto:
248418

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
02/12/2025

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